64ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo |
MUSEU DE SOLOS DO ESTADO DE RORAIMA COMO UMA FERRAMENTA DE ENSINO E EXTENSÃO |
Anna Bárbara Chaves Gomes 1 Diego Lima de Souza Cruz 1 Thaís Santiago Castro 1 Hellen Cristine Alves Rodrigues 1 Williams da Silva Matos 1 José Frutuoso do Vale Júnior 2 |
1. Depto de Solos e Engenharia Agrícola – UFRR 2. Prof. Dr./Orientador - Depto de Solos e Engenharia Agrícola – UFRR |
INTRODUÇÃO: |
Roraima possui uma grande diversidade pedológica em função de fatores como geomorfologia, vegetação, clima e material de origem, compreendendo solos com elevado grau de evolução até solos menos evoluídos. Existe uma grande carência de estudos e levantamentos que contemplem essa diversidade, diante disso, o Museu de Solos possibilita o estudo dessas classes, sendo uma importante ferramenta de apoio ao ensino, pesquisa e extensão, onde se tem à disposição monólitos, mapas pedológicos e uma maquete de relevo e geologia. Assim o visitante tem um contato visual de grande importância na elaboração das concepções morfológicas dos solos, podendo associar a sua distribuição com o material de origem, relevo e clima, estabelecendo relações de causa e efeito, considerando os fatores e processos de formação dos solos. O trabalho teve como objetivo coletar e descrever monólitos das classes representativas da Savana de Roraima para compor a coleção do Museu de Solos. Características como profundidade efetiva, sequência de horizontes e pedregosidade, podem ser visualizadas e servem de base para a discussão sobre o estabelecimento das classes de aptidão agrícola, essenciais para o planejamento racional de uso das terras. |
METODOLOGIA: |
As coletas foram feitas nas regiões do Monte Cristo, Surumu e Cantá, município de Boa Vista – Roraima. Nos locais de coleta foram abertas trincheiras com 2,0 x 1,5 x 3 m de profundidade. Dentro das trincheiras foram posicionadas de forma vertical calhas de ferro com dimensão de 1,20 x 0,20 x 0,03 m, sendo fixadas por inteiro na parede do perfil até ser preenchida com o solo. Foram feitos cortes ao redor da calha para a coleta da amostra, em seguida amostra foi retirada da trincheira, envolvida por uma camada de plástico e amarrada com barbantes, depois levada para o Museu de Solos onde foi feita a moldagem dos monólitos juntamente com aplicações de resina e cola branca para melhor fixação e conservação das características morfológicas. Foram coletadas cinco classes de solos e classificadas até o quarto nível categórico segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos - SBCS, descrevendo seus ambientes, enfatizando o relevo e paisagem de cada local, além de sinais de degradação, quando aparentes. |
RESULTADOS: |
PLANOSSOLO NÁTRICO Órtico gleissólico ocorre em relevo plano sendo sempre mal drenado, resultante da desagregação de rochas vulcânicas ácidas. Ocorre uma desargilização da parte mais superficial e acumulação intensa de argila no horizonte subsuperficial. Apresentando mudança textural abrupta e restrição de permeabilidade à água. O VERTISSOLO HIDROMÓRFICO Órtico típico está posicionado em relevo abaciado, é associado aos afloramentos de basalto. Possui desenvolvimento restrito devido o fenômeno de expansão e contração das argilas, com elevada plasticidade e pegajosidade, um fator que limita sua utilização agrícola. O NEOSSOLO QUARTIZARÊNICO Hidromórfico plíntico é um solo pouco evoluído, extremamente intemperizado, quartzoso, pobre em nutrientes, ocorre em relevo plano ou abaciado. O ESPODOSSOLO FERRIHUMILÚVICO Hiperespesso espessarênico está nos domínios das planícies arenosas. É profundo e rico em material humificado. Nessa classe há atuação de processo de podzolização com eluviação de compostos de alumínio com ou sem ferro em presença de húmus. O ARGISSOLO ACINZENTADO Distrocoeso abrúptico dúrico está no grupamento de solos com B textural, com argila de atividade baixa, é encontrado em relevo suave ondulado, apresentando problemas de natureza física e hídrica. |
CONCLUSÃO: |
O Museu de Solos torna-se uma base de referência para o estudo da pedologia em Roraima atuando como agente difusor dos conhecimentos da Ciência do Solo para o público acadêmico dos cursos de graduação e pós-graduação. As características morfológicas e físico-hídricas das classes podem ser visualizadas nos monólitos e servem de base para a discussão sobre o estabelecimento da aptidão agrícola, essencial para o planejamento racional de uso das terras do Estado. |
Palavras-chave: Classificação, Ambiente, Pedologia. |