64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 3. Geografia
Percepção socioeconômica da Comunidade Quilombola de São Miguel, Município de Rosário- MA
Thiara Oliveira Rabelo 01
Andreza dos Santos Louzeiro 02
Zulimar Márita Ribeiro Rodrigues 03
1. Depto. de Geociências, Universidade Federal do Maranhão – UFMA
2. Depto. de Geociências, Universidade Federal do Maranhão – UFMA
3. Profa. Dra./ Orientadora-Depto. De Geociências, Universidade Federal do Maranhão-UFMA
INTRODUÇÃO:
Analisaram-se os aspectos socioeconômicos da comunidade quilombola de São Miguel, que se localiza a 13 km do município de Rosário. A Gleba de São Miguel é uma comunidade que surgiu em 1624 por jesuítas que vieram catequizar os povos nativos da região. Esta comunidade já possui registro no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária-INCRA como comunidade quilombola e foi reconhecida pela Fundação Palmares em 2008 através do decreto 4.887. Sua principal fonte de renda é a produção agrícola, a pesca e um tímido extrativismo vegetal. Os produtos que são plantados na comunidade foram passados de forma hereditária, assim como as técnicas para o seu manejo.. Este trabalho tem objetivou conhecer a comunidade de São Miguel em seus aspectos sociais referentes à saúde, saneamento básico, moradia, educação, renda e entender as suas percepções em relação à comunidade
METODOLOGIA:
O método trabalho foi o fenomenológico e abordagens qualitativas. As técnicas utilizadas para a realização deste trabalho se consistiram em levantamento de material bibliográfico e cartográfico; visitas “in loco”, com sujeição à entrevistas informais com os moradores da comunidade, além da utilização de recursos iconográficos como fotos e vídeos.
RESULTADOS:
A comunidade Quilombola de São Miguel tem como principal fonte de renda a produção agrícola, a pesca e um tímido extrativismo vegetal. Os produtores da comunidade participam do programa “Compra Antecipada” realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento- CONAB, onde produzem seus produtos e distribuem na sede de Rosário e em outras comunidades. Em relação à divisão das terras na comunidade, segundo o “Seu Cafuzo”, presidente da Associação do povoado, cada família possui sua roça, e cada um é responsável pela sua produção. A pesca também faz parte da fonte de renda e auto consumo da comunidade, porém, de acordo com os moradores houve diminuição de algumas espécies de peixe, consequência do aumento do número de pescadores e da pesca irregular (piracema). Em relação à infraestrutura, a maioria das ruas não são asfaltadas e as casas da população variam entre as de alvenaria e as de barro ou taipa. São Miguel conta com um posto de saúde que atende apenas necessidades básicas da população local e com uma ambulância em péssimas condições. Os maiores problemas socioambientais identificados foram a falta de água tratada para a comunidade e as queimadas.
CONCLUSÃO:
A atividade agrícola ainda é fonte de renda primária da população da gleba de São Miguel, bem como a pesca e o tímido extrativismo vegetal, aquela vem aumentando sua produção aos poucos por causa dos projetos implantados, porém a necessidade de ajuda técnica é primordial para que esta produção venha a desenvolver-se de forma mais adequada. É notável também o conflito que há entre pescadores e agricultores em relação às queimadas realizadas por pescadores na comunidade para a venda da madeira. É necessária uma maior fiscalização por parte dos órgãos competentes em relação à questão da pesca fora do tempo na região, pois isso causa a diminuição dos peixes. Destaca-se que é notória a necessidade de maior infraestrutura e políticas públicas no local, principalmente nos âmbitos de saúde e educação, na pavimentação de ruas e distribuição de água potável.
Palavras-chave: Percepção, socioeconômica, São Miguel.