64ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 7. Ciência e Tecnologia de Alimentos - 4. Ciência e Tecnologia de Alimentos
PROCESSAMENTO E AVALIAÇÃO FÍSICO-QUIMICA DA FARINHA DE MARACUJÁ DO MATO (PASSIFLORA CINCINATTA).
Fagner Ferreira da Costa 1
Raquel Lavor Farias 2
Gracy Souza Manchesky 2
Jaime Paiva Lopes Aguiar 3
Francisca das Chagas do Amaral Souza 4
1. Bolsista da FAPEAM e Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA (PIBIC JR)
2. Bolsista do CNPq e Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA
3. Pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA
4. Pesquisador/Orientador - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA
INTRODUÇÃO:
O Brasil, aparentemente, é um dos países latinos mais férteis para o cultivo do desperdício, pois recursos naturais, financeiros, oportunidades e até alimentos são literalmente atirados na lata do lixo, sem possibilidade de retorno. Uma alternativa que vem crescendo desde o início da década de 1970 consiste no aproveitamento de resíduos (principalmente cascas) de certas frutas como matéria prima para a produção de alguns alimentos perfeitamente passíveis de serem incluídos na alimentação humana. Trata-se, sem sombra de dúvidas, de uma proposta plausível, concreta, visto que esses resíduos representam extraordinária fonte de materiais considerados estratégicos para algumas indústrias brasileiras. A destinação imprópria para os resíduos do processamento do maracujá, cultivado em larga escala em quase todo o Brasil, a quantidade de resíduos (cascas mais sementes) produzidos por toneladas de suco processado é bastante expressiva e, portanto, é muito importante que um número cada vez maior de soluções para o aproveitamento dos mesmos seja proposto. Diante do exposto o objetivo foi o aproveitamento da casca do maracujá do mato (Passiflora Cincinatta) para a produção de farinha.
METODOLOGIA:
Os frutos de Maracujá do mato (Passiflora sp.) foram adquiridos na feira da Manaus Moderna na cidade de Manaus, AM, e levados para o Laboratório de Nutrição (LAN) onde foram higienizados com água e hipoclorito a 2%, em seguida foram descascados com subseqüente secagem das cascas em estufa de circulação de ar (modelo Q314, Quimis) a 60°C até peso constante. As cascas secas foram posteriormente trituradas em liquidificador de facas duplas (Pic-Liq, Arno) e uniformizadas em peneiras tyler 20 (0,85 mm), obtendo-se finalmente a farinha da casca. Os resíduos foram acondicionados em bandejas tipo inox e levados para secagem em estufa a 105°C até peso constante objetivando a determinação do teor de umidade. As avaliações químicas, físico-químicas da farinha foram realizadas em triplicata. Em relação aos seguintes parâmetros físico-químicos: acidez, pH, lipídeos, proteína, iodo, cinza, , fibras e umidade foram determinados de acordo a metodologia preconizada pela A.O.A.C (1995; 1998), ASP et al.(1983) e IAL ( 2005; 2008) A análise estatística dos dados consistirá na realização de analises de variância (ANOVA) (p<0,05). Os tratamentos que apresentarem diferenças significativas terão suas médias comparadas pelo o teste de Tukey (p<0,05).
RESULTADOS:
A análise do teor de umidade da farinha do maracujá do mato foi em média de 3,19%, ficando abaixo da média encontrada por Felipe (2006), em pós de resíduo de caju, goiaba e maracujá (3,33 a 10,23 %). Quanto ao valor médio de acidez titulável, obteve-se 36,25%. Em relação ao pH, o valor encontrado foi de 5,29. O teor de lipídios encontrado pode ser considerado de baixa concentração na farinha da casca do maracujá do mato (0,56%), semelhante ao encontrado no maracujá amarelo (0,75%). Em relação ao teor de cinzas, a farinha apresentou um valor de 4,38%, inferior ao encontrado por Ishimoto et al (2007) em estudos com a farinha do maracujá-amarelo (7,35%), sendo um indicativo de boa fonte de minerais. O teor de proteínas foi de 5,6%, resultado superior ao encontrado por Uchoa et al (2008) em estudos utilizando outros pós-alimentícios (0,96 a 1,16%).
CONCLUSÃO:
O aproveitamento do albedo do maracujá do mato deve ser mais explorado, tendo em vista que este material, hoje desprezado pelas indústrias, poderia constituir numa complementação financeira aos empreendedores. Os parâmetros nutricionais como proteínas e minerais são considerados bons, pois apresenta também baixo teor de lipídios e umidade. Além disso, mostrou-se como um fruto viável para o processo e obtenção da farinha, visando o enriquecimento dos alimentos ou a substituição parcial da farinha de trigo
Palavras-chave: Casca, Maracujá do mato, Farinha.