64ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 3. Análise Nutricional de População
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL EM CRIANÇAS DE 7 A 11 ANOS DE IDADE EM UMA ESCOLA MUNICIPAL PÚBLICA DE ANANINDEUA/PARÁ
Daíse Reis da Cunha 1
Cyane Isabelle Evangelista Costa 2
Ennye Sakaguchi Lobo 3
Nádia Miho Ikeda Inada 4
Gabriela Rodrigues Barros 5
Yuji Magalhães Ikuta 6
1. Graduanda da Faculdade de Nutrição - ICS - UFPA
2. Graduanda da Faculdade de Medicina - ICS - UFPA
3. Enfermeira - ICS - UFPA
4. Enfermeira - ICS - UFPA
5. Enfermeira - SESPA
6. Profº MSC./ Orientador - ICS - UFPA
INTRODUÇÃO:
No contexto atual, transformações significativas têm ocorrido nos padrões dietéticos e nutricionais de populações, principalmente na infância; estas mudanças vêm sendo observadas como parte de um processo designado de transição nutricional. No Brasil, também tem sido detectado este fenômeno, caracterizado fundamentalmente por redução nas prevalências dos déficits nutricionais e ocorrência mais expressiva de sobrepeso e obesidade. Este processo diferencia-se em momentos e em intensidade, conforme o segmento socioeconômico considerado. O presente trabalho objetivou avaliar o estado nutricional de acordo com o IMC de crianças de 7 a 11 anos de idade de uma escola pública de Ananindeua, através da aferição das medidas antropométricas de peso e altura do público alvo.
METODOLOGIA:
O projeto teve ação de pesquisa e extensão desenvolvida por palestras com uso de data show direcionadas aos pais e às crianças sobre hábitos de vida saudáveis e alimentação adequada; na pesquisa utilizou-se questionário semi-estruturado (perguntas abertas e fechadas) aplicado aos responsáveis das crianças em pesquisa e realizada a aferição das medidas antropométricas do público alvo, tendo como materiais: fita métrica inelástica da marca WISO para verificação da altura e balança do tipo analógica e marca G- TECH para verificação do peso corporal. As atividades foram desenvolvidas em diferentes dias, pelo período da manhã, no ambiente escolar. Os dados quantitativos foram agrupados no Microsoft Office Excel 2007®, após se procedeu às análises quali-quantitativas no Epi. Info 3.5.1.
RESULTADOS:
Foram pesquisadas 60 crianças. Do total, 32 (53,3%) eram do sexo feminino, e 28 (46,7%) do masculino. Se tratando do diagnóstico nutricional segundo o IMC – OMS, 2007, 40% apresentam-se em baixo peso, seguido de 35% com eutrofia, 6,7% com obesidade e 18,3% com sobrepeso. De acordo com o inquérito de frequência alimentar, respondido pelos pais em relação ao consumo dos filhos, pode-se observar que o consumo de carne bovina e de frango se deu 3 vezes por semana, enquanto que a de peixe, apenas 1. Já em relação aos doces, foi relatada uma frequência alarmante de 7 vezes por semana. Se tratando do consumo de frutas, verduras e legumes semanal, foi relatado um consumo de, 7, 2 e 3 vezes na semana respectivamente. Embora os escores médios observados nas diferentes idades tenham sido bastante variados, verificou-se uma taxa de prevalência de baixo peso significativo em ambos os sexos. Provavelmente em decorrência da má alimentação feita semanalmente. Segundo relataram os pais, as crianças preferem comer guloseimas, como biscoitos e refrigerante, a fazer uma alimentação adequada e balanceada. No entanto, não se pode deixar de considerar o nível de sobrepeso entre os indivíduos estudados, o que ratifica o consumo excessivo de alimentos calóricos e não nutritivos.
CONCLUSÃO:
Conclui-se que há uma prevalência de baixo peso nas crianças, muito provavelmente pelo baixo nível de instrução dos pais e de renda familiar também. Porém os níveis de sobrepeso também chamam atenção e vem aumentando gradativamente atingindo índices bastante significativos na população abordada devendo-se ficar alerta para a real necessidade de prevenção e/ou tratamento. Sendo assim, o profissional de saúde deve prestar acompanhamento no crescimento e o desenvolvimento da criança avaliando suas variáveis antropométricas, capacidade física e alimentação, de forma a relacionar a probabilidade de este adquirir a doença. Para uma prevenção adequada, deve-se sempre enfocar a orientação sobre os riscos da doença ao qual a criança está exposta. É importante enfatizar que o ambiente escolar pode constituir um importante espaço para o desenvolvimento de estratégias de intervenção, através de aulas expositivas sobre alternativas de alimentação saudável para pais, responsáveis e para as próprias crianças. Além de oficinas lúdicas que as envolvam e as façam compreender a importância de se manter uma boa alimentação para que sejam futuros adultos com hábitos saudáveis de vida.
Palavras-chave: Avaliação Nutricional, Educação em Saúde, Promoção da Saúde.