64ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 11. Documentação e Informação Científica - 1. Documentação e Informação Científica
EXPANSÃO DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL NOS ÚLTIMOS SÉCULOS: UMA BREVE ANÁLISE QUANTITATIVA A PARTIR DAS SUAS INSTITUIÇÕES.
Alexandre Amorim de Oliveira 1
Tiago Ferraz Costa 1
Eleni Alves dos Santos 1, 2
Marialda da Silva Brito 1, 3, 4
1. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB
2. Prof.ª Msc./Orientadora – Departamento de Geografia – UESB
3. Prof.ª Msc./Orientadora – Departamento de Geografia – UESB
4. Universidade de Barcelona - Espanha
INTRODUÇÃO:
Até o começo do século XIX, a universidade do Brasil foi a Universidade de Coimbra, onde iam estudar os brasileiros, depois dos cursos no Brasil nos reais colégios dos jesuítas. Mesmo com a independência do Brasil em 1822 e a separação dos tronos, a identificação cultural com Portugal continua durante o Império. Até então, não era possível distinguir a filosofia da universidade no Brasil com a de Portugal. Ainda assim, o período entre 1808 a 1882 registrou fatos marcantes relacionados à educação superior no país, que vai desde a criação de Cursos na Bahia, no Rio de Janeiro, Minas, São Paulo e Olinda (PE), até as fortes argumentações contra a universidade como organização do ensino superior. Durante esse período, o Brasil assistiu as universidades reduzirem-se ao ensino superior nas escolas especiais profissionais.
Foi somente a partir do século XX, que a educação superior no Brasil passou por expressivas mudanças, e na última década, apresentou um crescimento gradual, tanto de instituições superiores públicas, quanto privadas. Esse sistema absorve hoje mais de 2,1 milhões de graduandos.
Este trabalho, um estudo da expansão do ensino superior no Brasil desde o século XX aos dias atuais, apresenta as características e análise dos períodos compreendidos entre dez anos.
METODOLOGIA:
As informações levantadas na elaboração deste estudo foram obtidas a partir da interação entre as variáveis estatísticas, as quais originaram os dados que permitiram a análise dos períodos compreendidos a cada dez anos. Para tanto foram cumpridas as seguintes etapas de trabalho:
Fase I – Levantamento de dados: Nesta fase foi realizado o levantamento de informações básicas gerais existentes, em que utilizou-se o método estatístico, que compreende a captura dos dados e tratamento das informações coletadas. As fontes de pesquisa foram: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) e Ministério da Educação e Cultura (MEC).
Fase II – Caracterização dos períodos: Delimitação do período de interesse para os estudos, caracterização do contexto histórico identificado em períodos a cada dez anos.
Fase III – Manipulação e Análise dos dados: Esta fase consta das etapas de leitura e interpretação dos dados coletados nas fases anteriores. Após o tratamento, os dados foram associados aos eventos históricos dos períodos delimitados, o que possibilitou a análise e interpretação das informações.
RESULTADOS:
A partir de 1907, o Brasil apresentou um crescimento discreto no número de unidades de ensino superior no país. Tal fato se deu, principalmente, à resistência que o Brasil ainda oferecia à idéia de universidade, valorizando assim as escolas agrícola e técnico-industrial. Apenas em 1920, é que reuniram-se essas escolas sob o regime de universidade. Deste momento em diante a quantidade de instituições foi progredindo: de 1907 a 1912 (25 und); de 1913 a 1927 (57 und); de 1928 a 1931 (88 und); em 1932 (190 und); de 1933 a 1935 (251 und); em 1938 (217 und); em 1950 (435 und); em 1960 (569 und); em 1967 (779 und); em 1971 (619 und); em 1980 (1699 und); em 1990 (1677 und); em 1999 (1097 und) e em 2010 (2176 und).
Houveram algumas pequenas retrações das instituições entre alguns anos, explicáveis pelos seus momentos históricos. Por exemplo, a Reforma de 1968, voltada basicamente para as instituições federais, atribuiu aos estabelecimentos isolados um caráter excepcional e passageiro, já a década de 70 é marcada pela proliferação das instituições superiores.
Também nos últimos 30 anos, houve uma grande expansão do ensino superior no país, atestada pelos dados que evidenciam a criação de 477 novas instituições com perfis organizacionais e vocações acadêmicas distintas.
CONCLUSÃO:
Conforme os resultados obtidos, foi possível chegar às seguintes conclusões:
• Não há um seguimento na natureza dos dados pesquisados sobre o ensino superior no país, o que dificulta fazer comparações e análises nos diferentes momentos;
• Houve um crescimento desigual do ensino superior entre as décadas, em função de diversos fatores de ordem política, econômica, social, dentre outros;
• O Estado participa como mediador no desenvolvimento da Educação Superior, tanto no setor público, quanto privado;
• Houve um crescimento no ensino superior brasileiro nas últimas décadas, com tendência a heterogeinezação.
Palavras-chave: Ensino Superior, Instituições, Universidades.