64ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 1. Biologia e Fisiologia dos Microorganismo |
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE FUNGOS BASYDIOMICOTAS COLETADOS NO BAIXO PARA DEGRADAÇÃO DO POLIETILENO TEREFTALATO (PET). |
ALDENIZE VIANA DA SILVA 1, 2,4 ELAINE PIRES SOARES 1,2,3 ED CARLOS CARNEIRO BARROS 1,2,4 ESMERALDA ANDRADE DE SOUZA 1,2,4 ADRIANA DA SILVA NUNES 1,2,3 ADEMIR CASTRO E SILVA 1,2,3 |
1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS-UEA 2. CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE PARINTINS-CESP 3. MESTRADO EM BIOTECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS-MBT 4. PROGRAMA DE APOIO À INICIAÇÃO CIENTÍTIFCA-PAIC |
INTRODUÇÃO: |
Pesquisas comprovam a eficácia da utilização de microorganismos para degradar embalagens plásticas empregadas na indústria de alimentos, ou pelo menos parte delas, sendo de grande importância o estudo das condições ótimas de crescimento dos microorganismos aliado à combinação de outros fatores físico-quimicos que podem auxiliar ou maximizar o processo de degradação (temperatura, pH, luz UV, entre outros). Um dos principais causadores de impactos ambientais é o polietileno tereftalato (PET), cujos rejeitos plásticos, devido a pouca degradabilidade e baixa densidade, ocupam um vasto espaço no meio ambiente por um longo tempo e são muito resistentes à degradação natural, quando descartados no meio ambiente. Neste contexto, a ação de microrganismos, tais como os fungos são importantíssimos, pois apresentam um complexo enzimático ligninolítico responsável pela degradação de polímeros aromáticos recalcitrantes e com potencial para uso em vários processos industriais e biotecnológicos. Portanto, este trabalho tem como objetivo avaliar fungos amazônicos com potencial para degradar polímeros sintéticos, especialmente o polietileno tereftalato (PET). |
METODOLOGIA: |
Foram utilizadas três estirpes fúngicas coletados na zona rural do município de Parintins/AM, Pycnoporus sanguineaus, FBL e FV12. Os testes de degradação foram realizados através de fermentações semi-solida (FSS). Foi utilizado meio de cultivo contendo 20 g de farinha da casca de tucumã (Astrocaryum aculeatum Meyer) (FT), 15g de ágar e 500 ml de água destilada. Polímeros PET foram preparados previamente (corte 1x1cm, assepsia e pesagem) de acordo com o protocolo desenvolvido e validado pela American Society for Testing Materials (ASTM G22-76, 1990). Para os bioensaios foi acrescentado ao meio 0,5g do indutor seringaldazine, e como controles dos tratamentos meio sem a presença do indutor. Placas de Petri contendo 25 ml do meio previamente autoclavado, uma amostra fungica e 05 amostras de PET, foram incubados durante 30 dias à 30ºC. A determinação da perda de massa dos polímeros foi baseada na metodologia ASTM D5247-92 (1992) que consiste na análise da diferença do peso final menos o peso inicial. |
RESULTADOS: |
Os testes em FSS apresentam comportamento diferente em relação à presença da seringaldazine, no que diz respeito ao ataque nas amostras de PET. A perda de massa do PET no meio sem a presença seringaldazine foi maior para o fungo Pyc. sanguineaus(12,3%). Para o fungo FBL a perda de massa do PET foi 2,5 vezes menor em relação do Pyc. sanguineaus .Por outro lado a degradação em meio acrescido com seringaldazine, o fungo FV12 foi que apresentou a maior perda de massa do PET (13,06%).O meio acrescido com seringaldazine inibiu o ação do Pyc. sanguineaus sobre a perda de massa do PET, diferente do que ocorreu no meio sem a presença dessa substancia onde a perda de massa foi 11,8 vezes menor. No consórcio entre os fungos, a perda de massa maior ocorreu para Pyc.+FV12 (12,20%), (9,18%) no meio com presença e sem de seringaldazine respectivamente. No consorcio entre PYC+FBL a perda de massa foi (8,77) com presença de seringaldazine e (3,75) sem seringaldazine. A perda de massa do PET no consórcio do entre PYC+FBL+FV12 apresentou menor perda de massa 11,5 vezes menor que o consorcio PYC+FV12 na presença de seringaldazine. |
CONCLUSÃO: |
Os testes realizados com as três linhagens de fungos Amazônicos nos permitem afirmar que diante dos resultados obtidos, tais fungos possuem grande potencial de biodegradação utilizando polietileno tereftalato, uma vez que o período de degradação analisado neste estudo foi de no máximo 30 dias de incubação, sendo que este polímero demora séculos para se degradar. |
Palavras-chave: Polietileno Tereftalato, Biodegradação, Fungos Amazonicos. |