64ª Reunião Anual da SBPC

G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental

ENSINO DE BIOLOGIA E A CONSTRUÇÃO DE RELAÇÕES CAUSAIS PRESENTES EM PRODUÇÕES ESCRITAS DE ALUNOS DE ENSINO MÉDIO ACERCA DA TEMÁTICA POLUIÇÃO NAS PRAIAS

Cleire Monteiro Almeida 1 Mariana Guelero do Valle 2

1. Aluna de graduação, curso de Ciências Biológicas, bolsista do Programa Institucional de Iniciação à Docência-PIBID-UFMA. 2. Professora Assistente, Depto de Biologia, Universidade Federal do Maranhão-UFMA.

INTRODUÇÃO:

A educação ambiental como meio de construir saberes para cidadania tem ganhado cada vez mais espaço nas relações de ensino-aprendizado. Uma de suas funções principais é contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aptos a tomar decisões e atuar na realidade em que vivem. Tal prática se faz significativa a partir de experiências e métodos educativos que facilitem a percepção geral e interrelacional do ambiente, bem como do reconhecimento das ações humanas e suas consequências. O ensino de biologia voltado para a temática da educação ambiental deve ser realizado de forma que os alunos possam conseguir relacionar os conteúdos teóricos ministrados em sala de aula com questões vivenciadas por eles em seu dia-a-dia. Isso facilita a aprendizagem, além de permitir que os alunos consigam reconhecer suas próprias atitudes, bem como as atitudes daqueles que estão a sua volta frente a problemática ambiental que lhe é apresentada. O presente estudo teve como objetivo fazer uma analise qualitativa sobre as concepções de alunos do primeiro ano do ensino médio de uma escola de rede pública de São Luís-MA acerca da temática poluição nas praias.

METODOLOGIA:

Os sujeitos da pesquisam caracterizam-se por 26 alunos de ensino médio de uma escola pública de São Luís-MA. Durante uma sequencia de aulas de biologia acerca da temática poluição, foi pedido que os alunos produzissem redações a respeito da temática poluição nas praias. Tal procedimento foi realizado em sala de aula, onde os discentes discorreriam acerca de tal temática em forma de redações que deveriam conter três subtemas fundamentais: Causa, consequência e prevenção. Para análise de dados, os três subtemas das produções textuais foram divididos em categorias de acordo com os conceitos apresentados pelos alunos. Para o subtema causas, foram definidas oito categorias: lixo,falta de orientação e vontade dos seres humanos, descargas de barcos, esgotos, construção civil, poluição sonora, acumulo de fezes de animais, falta de iniciativa do governo. Do subtema consequência, foram definidas sete categorias: doenças, contaminação dos animais, contaminação da água, contaminação do ar, acidentes com o lixo, estética depreciada, catástrofes naturais. O subtema prevenção foi dividido em seis categorias: não jogar lixo, reciclagem do lixo, conscientização, não jogar esgotos domésticos e industriais “in natura”, fiscalização, coleta de lixo.

RESULTADOS:

A partir das análises realizadas, evidenciou-se que os alunos identificaram diversas formas de poluição. As concepções de casualidade foram significativas com conceitos específicos como jogar lixo e descargas de barcos. Tais conceitos foram contextualizados com a realidade vivida em seu dia-a-dia. As concepções de consequências abrangeram tanto as imediatas como doenças e contaminação da água, quanto futuras como possíveis catástrofes naturais. Percebe-se também o esforço na busca de estratégias para evitar a degradação do ambiente. Entretanto, apesar de serem capazes de elencar diversas causas, poucos alunos conseguiram estabelecer relações causais, bem como apresentar estratégias de prevenção específicas em relação aos problemas citados. As poucas relações causais encontradas dizem respeito a jogar lixo e como consequência obtenção de doenças e depreciação estética do local. Observa-se então que há uma preocupação em apenas citar as causas, porém não conseguem, em sua maioria, relacioná-las com suas consequências. Tal constatação sinaliza a necessidade de ações de educação ambiental que estimulem a construção de explicações com o estabelecimento de relações causa/conseqüência, já que formar cidadãos dito críticos é fomentar esse tipo de alfabetização denominada científica.

CONCLUSÃO:

Muitas vezes, as ações de educação ambiental se pautam em atividades de orientação com ações impositivas em relação ao que se deve fazer. Uma ação educativa significativa deve priorizar a instrumentalização da criticidade dos alunos de modo que os mesmos sejam capazes de identificar problemas em sua realidade, elaborar explicações e estratégias de conservação e conscientização.

Palavras-chave: Escola, Discentes, Educação ambiental.