64ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 1. Genética Animal
DIVERGENCIA GENÉTICA DE Mugil curema e Mugil sp. (Mugiliformes, Mugilidae) COM BASE NO GENE MITOCONDRIAL COI
Maria Histelle Sousa do Nascimento 1
Luciana Alves da Luz 2
Maria Claudene Barros 3
Elmary da Costa Fraga 4
1. Bolsista BIC/UEMA-Laboratório de Genética e Biologia Moleclular-CESC/UEMA
2. Laboratório de Genética e Biologia Moleclular-CESC/UEMA
3. Profa. Dra. Co-orientadora Dep. Química e Biologia- Laboratório de Genética e Biologia Moleclular-CESC/UEMA
4. Profº. Dr. Orientador/Dep.Quimica e Biologia- Laboratório de Genética e Biologia Moleclular-CESC/UEMA
INTRODUÇÃO:
Atualmente a família Mugilidae inclui 17 gêneros e cerca de 72 espécies, sendo a maioria encontrada nos gêneros Liza e Mugil. Apresenta grande similaridade morfológica, o que dificulta a identificação correta dessas espécies. A distinção pela morfologia externa entre mugilideos como M. curema de Mugil sp., (espécie anteriormente chamada de M. gaimardianus, nome suprimido pela ICNZ, opinião 1787 - 1994) é problemática pois os caracteres merísticos e morfométricos são muito conservados. Entretanto, dados citogenéticos e moleculares, sugerem separação destas espécies. Diante desta incerteza taxonômica, o presente estudo objetivou estimar a divergência genética intra e interespecífica, baseada em sequencias do gene mitocondrial COI, para gerar informações que possam esclarecer o status taxonômico de Mugil sp.
METODOLOGIA:
A amostragem constitui-se de 35 espécimes, sendo cinco de M. curema e 12 de Mugil sp. obtidos da cidade de Humberto de Campos/MA, 15 sequencias de Mugil curema retiradas do Genbank, procedentes México, Argentina e Estados Unidos. Três de M. cephalus (M. cephalus-DQ441609, M. cephalus-DQ441610, M. cephalus-DQ441608) foram utilizadas como grupo externo. Na extração de DNA utilizou-se o protocolo fenol-clorofórmio e a amplificação do gene foi realizada via PCR. O produto da PCR foi visualizado em gel de agarose a 1%. As sequências foram alinhadas e editadas no Bioedit. As análises filogenéticas e a matriz de divergência genética foram geradas no programa MEGA 4. Os parâmetros utilizados na construção de arvore filogenética baseou-se na analise de agrupamento de vizinhos/NJ. A significância dos agrupamentos foi estimada pela analise de bootstrap.
RESULTADOS:
Um fragmento de 614 pares de bases da região COI foi obtido para os táxons analisados. A reconstrução filogenética baseada na análise de distancia gerou arvore mostrando dois clados fortemente suportados. O primeiro agrupou os espécimes de Mugil sp., do Maranhão com espécimes de M.curema retiradas do Genbank procedentes do México (100% de bootstrap), mostrando divergência genética de 0%. O segundo agrupou espécimes de M. curema do Maranhão e espécimes de M. curema procedentes da Argentina e Estados Unidos com 91% de bootstrap e divergência genética de 0 a 15%, evidenciando uma distancia genética elevada entre esses espécimes. A divergência interespecífica variou de 18 a 19%. O agrupamento das espécies M. curema e M. sp., em clados separados e elevada divergência foi evidenciado em outros estudos como o realizado por Fraga et al.(2007) e Heras et al. (2008). A espécie Mugil sp., anteriormente foi denominada de M. gaimardianus, nome suprimido pela ICNZ, opinião 1787 (1994). No entanto, Harrison et al. (2007), descreveu uma nova espécie valida, M. rubrioculus, morfologicamente similar a M. curema e M. hospes devido a descrição original de M. gaimardianus ser ambígua e ter criado vários problemas taxonômicos.
CONCLUSÃO:
Na presente analise foi possível detectar elevada distancia genética entre os táxons analisados, bem como, a separação de M. curema e M. rubrioculus (antiga Mugil sp.), confirmando a eficiência do gene mitocondrial COI na discriminação destas espécies.
Palavras-chave: tainhas, DNA mitocondrial, mugilideos.