64ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 8. Medicina
PREVALÊNCIA DAS INFECÇÕES PELOS VÍRUS DAS HEPATITES E SITUAÇÃO VACINAL PARA O VÍRUS DA HEPATITE B EM LOCALIDADES RURAIS SOB A INFLUÊNCIA DE UM PROJETO DE MINERAÇÃO, NA REGIÃO OESTE DO ESTADO DO PARÁ, BRASIL
KÁSSIA DO SOCORRO MORAES BAIA 1,2
HELOISA MARCELIANO NUNES 3
MANOEL DO CARMO PEREIRA SOARES 4
1. GRADUANDA- CURSO DE MEDICINA- UFPA
2. PIBIC-IEC-CNPq
3. MÉDICA MESTRE - ORIENTADORA- SEÇÃO DE HEPATOLOGIA- IEC
4. MÉDICO - CHEFE- SEÇÃO DE HEPATOLOGIA- IEC
INTRODUÇÃO:
As hepatites virais são doenças causadas por diferentes agentes etiológicos, que têm em comum o hepatotropismo primário. Cinco diferentes vírus são reconhecidos como agentes etiológicos das hepatites virais humanas, os vírus das hepatites A (VHA), B (VHB), C (VHC), D (VHD) e E (VHE). O estudo tem o objetivo de definir a frequência de marcadores das infecções pelos vírus das hepatites A, B, C, D e E em comunidades rurais de Juruti, Pará, Brasil, atualmente sob a influência de um projeto de mineração.
METODOLOGIA:
Entre junho e maio de 2010, foram coletadas amostras de sangue nas comunidades Nova Galiléia, Jauari e Vila Muirapinima, de Juruti, Pará, Brasil, nas quais realizou-se, através de técnica imunoenzimática, testes sorológicos das hepatites A (anti-VHA total), B (HBsAg, anti-HBc total, anti-HBs), C (anti-VHC), D (anti-HD total entre os HBsAg+) e E (anti-VHE total).
RESULTADOS:
Foram incluídos no estudo 463 indivíduos, sendo 9,1% de Jauari, 24,4% de Nova Galiléia e 66,5% de Vila Muirapinima. A prevalência global de hepatite A foi de 87,5%, entre estes, 18,8% encontravam-se na faixa etária até 10 anos de idade. Em relação à hepatite B, detectou-se prevalência global de 49,2%, com 0,4% portadores do VHB (HBsAg+); 7,1% indivíduos com indicadores de infecção pregressa (anti-HBc+/anti-HBs+); 2,8% com indicadores de infecção pregressa ou atual (anti-HBc+ isolado) e 38,9% com perfil sorológico vacinal (anti-HBs+ isolado). Não foram detectadas amostras positivas de infecção pelos vírus das hepatites C e D. Quanto ao VHE, verificou-se uma prevalência global de 1,9% (anti-VHE IgG+) nas três comunidades, sendo que a maior soropositividade foi em Vila Muirapinima com 1,3%. Entre os anti-VHE IgG+ 22,2% eram anti-VHE IgM+, os quais foram submetidos a testes de biologia molecular pela técnica de Nested RT-PCR VHE-RNA, com resultados negativos.
CONCLUSÃO:
Caracterizamos em base laboratorial alta prevalência de infecção pelo vírus da hepatite A; detecção de portadores e de susceptíveis para o VHB; insuficiente cobertura vacinal contra o VHB, principalmente entre crianças e adolescentes; ausência de portadores dos vírus das hepatites C e D, presença de infecção pelo VHE. As comunidades rurais Nova Galiléia, Jauari e Vila Muirapinima são de elevada endemicidade para o VHA, moderada endemicidade para o VHB e baixa endemicidade para os vírus das hepatites C, D e E.
Palavras-chave: Hepatites virais, Amazônia, Prevalência.