64ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 8. Botânica
PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS PELA POPULAÇÃO DE ARAGUAÍNA, TO
BEATRIZ CARDOSO RORIZ 1
ROSELY DAS CHAGAS SILVA 2
CLAUDIA SCARELI DOS SANTOS 3
1. ACADÊMICA DO CURSO DE BIOLOGIA/ BOLSISTA PET - UFT
2. ACADÊMICA DO CURSO DE BIOLOGIA/ BOLSISTA PIBID - UFT
3. PROFA. DRA./ ORIENTADORA - COLEGIADO DE BIOLOGIA - UFT
INTRODUÇÃO:
O conhecimento acerca de plantas medicinais passado através de gerações é o principal foco da medicina popular, sendo esta ainda largamente aplicada em diversas partes do país. Este conhecimento empírico vem sendo utilizado, com cada vez mais frequência, na medicina tradicional, ao comprovar a eficácia de certas plantas para uso em enfermidades básicas de saúde. Entretanto, o princípio ativo de algumas plantas ainda permanece desconhecido, sendo necessário um maior estudo de campo na área. Partindo da ideia de que tais medicamentos de origem natural podem causar menos efeitos colaterais nos indivíduos além de proporcionar autonomia no uso de medicamentos por parte da população, torna-se interessante a junção do saber popular com a medicina tradicional enaltecendo a importância de se compreender melhor o funcionamento de tais plantas no organismo humano. Com o objetivo de conhecer e identificar as plantas medicinais utilizadas pela população da cidade de Araguaína – TO, visando que tais estudos são ausentes na região, o presente estudo traz uma análise da fitoterapia local, seu uso e aplicabilidade.
METODOLOGIA:
O trabalho foi realizado na cidade de Araguaína, localizada na região norte do estado do Tocantins, coordenadas geográficas 07º11’28”de latitude e 48º12’26’ de longitude, nos meses de maio, junho e agosto de 2011. Foi aplicado um questionário semi-estruturado com perguntas sobre o uso de espécies medicinais, suas finalidades, modos de uso e forma de preparo da planta. Foram amostrados 10 bairros da cidade, intitulados eles: Cimba, Araguaína Sul, Setor Brasil, Neblina, Bairro São João, Tiúba, Patrocínio, Tecnorte, Noroeste e Eldorado, escolhidos aleatoriamente. Em cada bairro foram aplicados 30 questionários, sendo três casas por rua em 10 ruas escolhidas por sorteio. Ao total, foram realizadas 300 entrevistas com os moradores que se encontravam na residência no momento das entrevistas. O material foi identificado em campo; somente as espécies desconhecidas e que os entrevistados possuíam em seus jardins e/ou casas, e autorizaram coletar, foram levadas ao laboratório, e herborizadas, para identificação.
RESULTADOS:
Foram citadas 56 espécies, em 27 famílias, sendo o maior número de menções para Lamiaceae (12,50%), Asteraceae (8,93%), Boraginaceae (3,56%) e Fabaceae (3,56%). As espécies com maior número de citações em ordem decrescente foram: a erva-cidreira (28, 84%), seguida da hortelã (17,70%), o capim-santo (16,92%) e a malva-do-reino (11,15%). A espécie mais utilizada foi Lippia alba (Verbenaceae, erva-cidreira), para o tratamento de febre, cefaléias gripe, diarréia, calmante e para amenizar cólicas em bebês. O capim-santo foi citado por 16,92% para tratar cefaléia, gripe e como calmante. A malva-do-reino foi citada por 11,15% dos entrevistados para o tratamento de gripes, inflamações, no controle de tosse e como antiespasmódicas. Quanto às formas de preparo, 71,43% como chá, 8,93% como suco e 5,36% na forma de garrafada. Também foram citados o xarope e emplasto com 3,57% cada; somente a espécie Mentha arvensis, popularmente conhecida de vick, foi citada como emprego na inalação (1,79%) para amenizar problemas respiratórios. Óleo de Mauritia flexuosa (Arecaceae) foi citado como cicatrizante. Quanto à parte da planta utilizada, foram citadas as folhas (71,43%), no preparo de chá, xaropes, emplastos, e para inalação. Com menor número de citações está a raiz (1,78%).
CONCLUSÃO:
Com os resultados obtidos, podemos concluir que a população amostrada do município de Araguaína, TO, possui conhecimento sobre as plantas medicinais de diferentes espécies, sendo as famílias Lamiaceae (12,50%) e Asteraceae (8,93%) as que apresentam maior número de citações e de indicações terapêuticas. Quanto ao preparo na maioria das vezes é utilizado as folhas para o preparo de chás, seguida dos preparos de emplastos, garrafadas e sucos.
Palavras-chave: Fitoterapia, Lippia Alba, Lamiaceae.