64ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 3. Clínica Médica
Sobrevida do câncer de mama em mulheres maranhenses
Dulcelena Ferreira Silva 1
Camila Rêgo Muniz 2
Rebeca Costa Castelo Branco 2
Eric de Medeiros Costa 2
Marcos Antonio Custódio Neto da Silva 2
Maria do Desterro Soares Brandão Nascimento 3
1. Profa. – Departamento de Morfologia/CCBS-UFMA
2. Curso de Medicina - UFMA
3. Profa. Dra./Orientadora - Departamento de Patologia/CCBS-UFMA/CESC-UEMA
INTRODUÇÃO:
A mortalidade mundial por câncer, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), compreende sete milhões de mortes e nesta perspectiva, o câncer de mama ocupa a quinta posição dentre as neoplasias, sendo os primeiro entre as mulheres brasileiras. Apresentando um crescimento contínuo na última década, provavelmente como resultado de mudanças sócio-demográficas e da acessibilidade aos serviços de saúde. O controle deste crescimento visam comparar a evolução e detecção precoce do câncer e ampliar o conhecimento das mulheres a respeito dos fatores de risco. Objetiva descrever os dados epidemiológicos das mulheres, que evoluíram para óbito por câncer de mama; analisar os exames clínicos e histopatológicos das mulheres e identificar os fatores de risco.
METODOLOGIA:
Realizou-se um estudo epidemiológico descritivo, visando analisar a mortalidade por câncer de mama, em mulheres no estado do Maranhão. Os dados utilizados neste trabalho foram obtidos por levantamento de prontuários médicos de mulheres assistidas no Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) em São Luís representado juridicamente pelo Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Bello (IMOAB) em São Luís - Ma. Esses dados são contínua e permanentemente registrados neste Instituto, referem-se especificamente a uma amostragem de 103 mulheres que evoluíram para óbito no período de 1998 a 2004. A série analisada foi objeto de estudo segundo as variáveis disponíveis nos prontuários médicos, estudaram-se os dados registrados de natureza sócio-demográfica (idade, estado civil, ocupação, escolaridade, procedência por mesorregiões e microrregiões), exames clínicos e histopatológicos. Na anamnese, foram considerados: exame clínico e histopatológico, ooforectomia, mama acometida, estadiamento clínico no momento da admissão, acometimento linfonodal, tipo histopatológico do câncer, tratamento cirúrgico e não cirúrgico.
RESULTADOS:
Observou-se que nas mulheres que evoluíram para óbito, foi mais comum o acometimento do câncer de mama na faixa etária de 40 a 49 anos, dentre as profissões a do lar (27,1%) foi a mais frequente. Mostrou-se que as pacientes que evoluíram para óbito tiveram, predominantemente, entre 4 a 11 anos de escolaridade. Quanto à procedência, verificou-se que as pacientes eram predominantemente (68,9%; n = 71 / 103) oriundas da capital, São Luís. Quanto à distribuição das pacientes por mesorregião, detectou-se que a maioria era procedente da mesorregião Norte Maranhense (89,4%; n = 92 / 103). Em relação ao estado civil, detectou-se que 45,6% (n = 47/103) da casuística estudada eram mulheres solteiras. Demonstrou-se que na grande maioria dos casos, apenas uma mama foi acometida, e o acometimento ocorreu na mama direita ou na esquerda. O estadiamento clínico da maior parte dos casos, no momento da admissão, era o III (51,5%; n = 53/103). O carcinoma ductal infiltrante (82,5%, n= 84/103) foi o tipo histológico mais comum. O tratamento mais empregado envolvem a associação de cirurgia, quimioterapia e radioterapia de forma seqüenciada (40,8%; n = 42/103). O sítio mais freqüente de metástases durante o seguimento destas pacientes foi o pulmão (18,4%).
CONCLUSÃO:
Diante do exposto o câncer de mama é um problema de saúde pública em São Luís-Ma. O diagnóstico foi feito tardiamente, identificando-se o estadio III e o tipo histológico carcinoma ductal infiltrante como sendo os mais freqüentes. Mulheres solteiras, de 4 a 11 anos de escolaridade, entre 40 e 49 anos de idade, procedentes da mesorregião Norte Maranhense e microrregião, Aglomeração Urbana de São Luís mostraram-se como as mais comprometidas. O maior número de óbitos ocorreu após dois anos do estadiamento inicial, período no qual mais da metade das pacientes evoluiu para óbito. O estadiamento I teve sobrevida mediana de 13 anos, enquanto que as muheres com estadio III e IV sobreviveram de um a dois anos. A avaliação do grau demonstrou um número maior de pacientes com graus II e III nas quais o prognóstico foi pior.
Palavras-chave: Câncer de Mama, Mulher, Sobrevida.