64ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 4. Turismo e Hotelaria - 3. Turismo e Hotelaria
DIAGNÓSTICO DA INFRAESTRUTURA PARA RECEBIMENTOS DE TURISTAS NOS TERMINAIS PORTUÁRIOS DA PONTA DA ESPERA E CUJUPE-MA
Felipe Lima Gonçalves 1
Gunther Markos Penha de Almeida 1
Kryscia Luiza Fernandes Santos 1
Thays Regina Rodrigues Pinho 2
1. Departamento de Turismo e Hotelaria - UFMA
2. Profª. Msc./Orientadora – Depto. de Turismo e Hotelaria - UFMA
INTRODUÇÃO:
Os Terminais Hidroviários da Ponta da Espera, em São Luís, e de Cujupe, no município de Alcântara são geridos pela Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP), responsável pela manutenção e conservação da infraestrutura existente como: acesso, instalações físicas, elétricas e sanitárias, rampas e segurança portuária. É sua responsabilidade, também, a fiscalização das operadoras que possuem concessão de uso para travessia dos passageiros em ferry-boats. Os terminais recebem diariamente cerca de quinze mil pessoas que o utilizam para fazer a travessia da Baía de São Marcos, sendo uma importante via de integração entre a Ilha de São Luís, a baixada maranhense e a região norte do Brasil. Haja vista que o turismo é uma atividade bastante lucrativa e dinâmica, surge a necessidade de fomentar o turismo náutico nesses terminais que são geograficamente estratégicos e possuem vocação consolidada no transporte de passageiros. Esta pesquisa objetivou avaliar a infraestrutura existente nos dois terminais para o recebimento de turistas e dos ferry-boats e serviços oferecidos no transporte dos mesmos, identificando aspectos a serem melhorados.
METODOLOGIA:
Trata-se de uma pesquisa qualitativo-descritiva que utilizou como instrumentos para a coleta de dados: observações sistemáticas in loco com registro fotográfico, visita técnica e aplicação de 50 questionários com perguntas fechadas e abertas com os usuários dos referidos terminais. Os principais pontos observados e avaliados foram: perfil dos usuários, higiene nos terminais e ferry-boats, equipamentos e estado de conservação dos ferry-boats, atendimento ao público, segurança, qualidade nos serviços prestados, acesso terrestre, estacionamento e sinalização turística e urbana. A pesquisa diagnosticou os pontos fortes e fracos, as ameaças e oportunidades para o desenvolvimento do turismo náutico nos referidos terminais, a partir da aplicação da matriz SWOT, importante ferramenta de gestão.
RESULTADOS:
Constatou-se que a maioria dos usuários é procedente ou se destina à São Luis e à cidade de Pinheiro, motivados por: trabalho (51%) e lazer e passeio (18%). Quanto à higiene, condições de uso dos equipamentos e materiais das embarcações, informações prestadas e serviço de lanchonete, a maioria julga regular, em contrapartida considera a segurança e serviços oferecidos bons, o que gera uma contradição, já que estes itens estão diretamente ligados. O acesso terrestre e as sinalizações, urbana e turística, são ruins. Os pontos fortes identificados foram: únicos terminais hidroviários que fazem transporte de passageiros; divulgação ao público dos serviços prestados, estacionamento. Pontos fracos: ausência de posto de informações turísticas, acesso precário para pessoas com mobilidade reduzida, condições precárias de higiene e limpeza, acomodações desconfortáveis. Oportunidades: implantar centro de orientação e informações, atrair embarcações de pequeno e médio porte para desenvolver passeios náuticos, investir na prestação de serviços de alimentos e bebidas, oferecer entretenimento. As ameaças são pouca ou nenhuma permanência de passageiros no terminal do Cujupe, possibilidade de desenvolver o turismo náutico em outros pontos da cidade e falta de interesse da iniciativa privada.
CONCLUSÃO:
Embora os terminais da Ponta da Espera e de Cujupe trabalhem com o foco no transporte de passageiros e exista um grande potencial para esse nicho de mercado, os mesmos encontram-se fora dos padrões aceitáveis para o desenvolvimento do turismo náutico devido ao mau estado de conservação da infraestrutura física e das embarcações do tipo ferry-boat. Diante do exposto são apontadas propostas de melhorias, no sentido de contribuir para a dinamização da oferta e de serviços nos referidos terminais, tais como: capacitação em turismo para funcionários dos terminais e embarcações; implantação de sinalização urbana e turística; implantação de serviço de informações turísticas; implantação de um posto de primeiros socorros; reforma da infraestrutura física para melhor atender aos usuários e permitir atracação de outros tipos de embarcação para fins turísticos e de lazer. Os investimentos no segmento náutico devem partir da parceria entre poder público, responsável em implantar infraestrutura de atração para as embarcações e ceder o uso do espaço físico por meio de arrendamento, e iniciativa privada, que investiria nas embarcações e na infraestrutura física dos terminais. Desse modo, o segmento pode gerar melhorias socioeconômicas tanto para o Estado como para a localidade.
Palavras-chave: Terminais de passageiros, Turismo náutico, Infraestrutura turística.