64ª Reunião Anual da SBPC
F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 8. Economias Agrária e dos Recursos Naturais
LUTAS ECOLÓGICAS E A PERSPECTIVA DE COMBATE A FOME
Taynara Castelo Branco Soares 1
1. Graduanda em Serviço Social - UFMA
INTRODUÇÃO:
Diante de um sistema alienador do ser humano e sem qualquer preocupação com as consequências da produção desenfreada de mercadorias, surgem movimentos sociais que contrariam a ordem vigente. Entre todos os ‘novos’ movimentos sociais, o movimento ambientalista é sem dúvida o mais crescente e comentado nos instrumentos de mídia global. Extrapolando agora os limites do preservacionismo e da visão romântica de sua atuação, este movimento introduz o diálogo econômico, ideológico e político diante de uma realidade de devastação ambiental. Nesse contexto, fenômenos, como a fome, devem ser analisados com bastante atenção. Dentro do debate sobre questão ambiental, é de extrema importância a crítica ao modelo agrícola existente, assim como à polêmica da reforma agrária. O desenvolvimento das Lutas por um equilíbrio entre Natureza e Homem deve ser paralelo ao desdobramento de lutas por mínimas condições de subsistência de populações marginalizadas, como a constante batalha no combate a fome, tendo em vista uma produção de alimentos abundante em determinadas localidade e escassa em outras.
METODOLOGIA:
O trabalho foi realizado a partir da necessidade de análise dos processos sociais vigentes no capitalismo, trazendo em foco o debate sobre questões ambientalistas e lutas ecológicas na sociedade moderna. Todo esse contexto é observado pela ótica do materialismo histórico-dialético, retomando categorias próprias deste método. O trabalho aborda as relações de produção de alimentos, resgatando uma perspectiva da estrutura fundiária nacional aliada às lutas pela preservação do meio ambiente e dos espaços produtivos.
RESULTADOS:
É necessário analisar o movimento ambientalista não apenas pela ótica das ações voltadas para preservação do meio ambiente, isolado das relações estabelecidas entre um indivíduo e outro, mas principalmente pela perspectiva de que se trata de um movimento fundamentado em relações histórico-sociais. É impossível discutir de forma ‘neutra’ a questão ambiental nos dias de hoje. Com a variedade de discursos ambientalistas e lutas com direcionamentos distintos, observam-se práticas contraditórias no que tange as relações de militância e legitimação do capital. Tendo em vista a imagem romântica da militância ambientalista, as elites empresariais e tecnocratas tratam essas lutas como um atraso ao desenvolvimento do sistema e das relações de produção, considerando que essa visão rompe com o ideal progressista da classe burguesa, não admitindo que estes ecologista apenas levantam a bandeira pela preservação do natural. Grandes projetos empresariais tem custos ambientais imensuráveis e acabam fugindo completamente da ideia desenvolvimentista pregada pelos grandes empresários em sua lógica capitalista.
CONCLUSÃO:
Apesar de observar o mau uso da terra no que tange a produção de alimentos, a problemática da fome não pode ser vista tendo como única e principal causa a falta de espaço físico para o plantio. Essa concepção apresenta-se como simplista e deficiente. É necessário analisar também do prisma da distribuição dessa produtividade. As lutas ecológicas travam-se em todo o mundo. Em nosso país assume forma diferente da apresentada em nações de primeiro mundo. Como em qualquer país subdesenvolvido ou em processo, o movimento ambientalista somente poderá avançar e consolidar-se perante uma aliança com segmentos de oprimidos e marginalizados, com um projeto social inovador, crítico, analisando a apropriação de recursos naturais e tendo como objetivo a construção de uma sociedade ecologicamente responsável. Sendo assim, é necessária uma releitura da realidade e das relações impostas entre os movimentos sociais.
Palavras-chave: Combate a Fome, Lutas Ecológicas, Movimento Ambientalista.