64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)
ANÁLISE DOS PROJETOS PEDAGÓGICOS DOS CURSOS DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS DE ALAGOAS
Elian Sandra Alves de Araújo 1
Alana Priscila Lima de Oliveira 1
Jaqueline Paranhos da Silva Morais 1
1. Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática – PPGECIM/UFAL.
INTRODUÇÃO:
As mudanças que a educação brasileira vem apresentando nos últimos tempos trazem consigo a necessidade de alterações no padrão da formação dos docentes que atuarão no nível da Educação Básica, fato este, que deve ser observado pelas instituições de ensino superior responsáveis por estes cursos de formação inicial. Hoje o ensino de Ciências Biológicas, tanto no Ensino Fundamental como no Ensino Médio, se ressente das deficiências introduzidas pelo modelo de formação implantado desde a década de 60, o qual leis e normas estabelecidas em períodos posteriores não modificaram essencialmente (BIZZO, 2004). Não diferente das demais licenciaturas o projeto pedagógico do curso de Ciências Biológicas deve estar pautado nas diretrizes nacionais para a formação de professores. Este trabalho teve por objetivo verificar se os projetos pedagógicos dos cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas das Universidades públicas no âmbito Federal – UFAL e estadual – UNEAL do estado de Alagoas seguem o padrão das diretrizes nacionais, de modo a ser possível traçar um perfil destes cursos, bem como compará-los.
METODOLOGIA:
Esta pesquisa trata da realização de uma análise documental (MARCONI; LAKATOS, 2010), que teve como base para sua realização os Projetos do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Alagoas – UFAL e da Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL. A análise destes documentos foi pautada nas recomendações legais que tratam das diretrizes nacionais para a formação de professores da Educação Básica em nível superior, bem como da formação do Biólogo (Bacharel ou Licenciado), estes foram: o Parecer CNE/CP 9/2001, a Lei nº 9.394/96 (LDB), Parecer nº 1.301/01 do CNE/ES, a Lei nº 9.131/95 e o Parecer de nº 1.301/01 do CNE/ES. Mediante a grande quantidade de recomendações destes documentos, foram escolhidos apenas alguns aspectos para servirem de categorias a serem analisadas. Inicialmente foi realizado o levantamento destes documentos, bem como a leitura e estabelecimento das categorias que seriam analisadas em cada projeto, posteriormente estes foram analisados separadamente e em seguida as categorias foram comparadas, de modo a tornar possível o estabelecimento de algumas considerações sobre estes projetos.
RESULTADOS:
De modo geral podemos destacar que teoricamente estes projetos observam a legislação vigente no tocante a sua forma de abordagem do aparato legal que rege a sua estruturação, sendo que no projeto UFAL o texto produzido é quase que similar ao original. Ambas as instituições organizam seus cursos em 4 anos, divergindo em uma carga horária de 320h a mais para a UNEAL. O acolhimento e o trato da diversidade são abordados pelo projeto da UFAL por meio da Educação Inclusiva (Libras), não sendo mencionado no projeto da UNEAL. Observou-se que em nenhum dos projetos há destaque para o exercício de atividades de enriquecimento cultural e o uso das TICs. Quanto à recomendação da realização da prática já no início do curso, esta é observada nos projetos, mas não é estabelecido como tais atividades deverão ser desenvolvidas. Os estágios supervisionados destes cursos convergem quanto a duração de 400h e divergem em sua distribuição. A Estrutura curricular destes cursos apresenta grandes diferenças de carga horária e disciplinas ofertadas, na UNEAL observamos uma maior aproximação com o curso de bacharelado, visto que apenas 20% das disciplinas são voltadas para a formação docente, enquanto que na UFAL estas constituem 36% do currículo sendo conhecidas como Saberes da Formação do Professor.
CONCLUSÃO:
É evidente a variação que a formação docente pode apresentar a depender da instituição onde será realizada, é fato que peculiaridades do contexto no qual estas estão inseridas devem ser consideradas no momento da elaboração dos seus projetos pedagógicos, garantindo flexibilidade ao currículo. Nos projetos analisados é notória a ausência do direcionamento para aspectos relevantes à formação do professor como a Educação Inclusiva, Educação Indígena, EAD e a Educação de Jovens e Adultos. Sendo assim, pode-se ressaltar a necessidade de aprimoramento destes cursos, visto que, estes ainda não conseguem apresentar uma identidade própria para a Licenciatura, e, por conseguinte, não fica evidenciada uma definição do que seria “essencial” ao trabalho docente. Deve-se não apenas se ter um texto similar ao da legislação em vigor como observado nos projetos, mas sim, procurar manter uma maior aproximação entre estes na busca pela melhoria da qualidade da formação do professor e consequentemente da Educação Básica no país.
Palavras-chave: Licenciatura, Ciências Biológicas, Formação de professores.