64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial
CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NA EDUCAÇÂO INFANTIL
Maria Alice Buarque de Sena 1
Marcleyde Almeida do Nascimento 1
Milca de Oliveira Mendes Costa 1
Luiza Ivana de Araújo 2
1. Graduada em Pedagogia - FAESC
2. Profa.Msc/ Orientadora - Depto do Curso de Pedagogia - FAESC
INTRODUÇÃO:
A pesquisa investiga a presença de crianças com necessidades especiais na educação infantil, analisando a concepção de pais e professores sobre o processo de inclusão escolar (MANTOAN, 2008). A inclusão a partir da educação infantil, etapa inicial da educação básica, justifica-se pelas possibilidades da criança em termos de formação moral, responsabilidade, interação social, sociabilidade e aprendizagem. A educação inclusiva é uma necessidade da sociedade atual, ela é uma ação política, cultural, social e pedagógica (BRASIL, 1998). A Constituição Brasileira (1988), a lei 8.069/90 e a lei 9.394/96 enfatizam a garantia de acesso e a obrigatoriedade quanto à matrícula de crianças portadoras de necessidades especiais na rede regular de ensino por parte de seus pais e/ou responsáveis. No entanto, em nossas práticas como professoras, tenhamos nos inquietados com a dificuldade de encontrar nas salas de aula da educação infantil crianças com necessidades educativas especiais. Tal situação revela que a discussão sobre a presença da criança com necessidade especial na escola deve si constituir em fonte de reflexão, por parte de pais e educadores, a fim de não estarmos atendendo aos preceitos legais e, sobretudo, negando as mesmas o direito à educação.
METODOLOGIA:
A abordagem utilizada em nossa pesquisa é a qualitativa. Segundo Rampazzo (2002), na pesquisa qualitativa todos os fenômenos são importantes, pois a preocupação está em compreender a experiência dos sujeitos em relação ao objeto pesquisado. A investigação foi desenvolvida em uma escola municipal do Cabo de Santo Agostinho- Pernambuco. Participaram da pesquisa professores que atuam na educação infantil e pais de crianças portadoras de necessidades especiais, pertencentes à comunidade na qual a escola está localizada, mas que não matricularam seus filhos na escola. Instrumentos utilizados: a entrevista semi-estruturada e a observação não participante. A entrevista possibilitou à obtenção de informações relevantes a temática estudada, especificamente, conhecer as ideias de professores e pais sobre o processo de inclusão da criança especial na escola. E a observação, a verificação da presença de crianças portadoras de necessidades especiais na educação infantil e as práticas desenvolvidas. Os dados foram analisados de forma qualitativa e quantitativa. A análise quantitativa incidiu-se sobre o percentual de respostas dadas em um campo semântico a uma mesma categoria, e a qualitativa sobre as ideias de pais e professores quanto à inclusão da criança especial na educação infantil.
RESULTADOS:
As famílias das crianças com necessidades especiais creditam importância ao processo de inclusão escolar, devido a benefícios quanto ao desenvolvimento das mesmas. Para os pais, a escola é um espaço de aprendizagem e de inclusão, o que é positivo. A justificativa dos pais para o afastamento das crianças da escola incide sobre a relação professor-aluno, a formação docente, a crença na incapacidade de aprender dos seus filhos, a acessibilidade e o acompanhamento médico. E apontam a relação família-escola como algo que faz a diferença, apesar de queixas. Identificamos também que os pais desconhecem as leis que asseguram o direito de seus filhos. Assim como os pais, os professores acreditam que a escola é um espaço de inclusão. Todos os professores são favoráveis a esse processo, embora 75% dos mesmos não se sintam preparados para lidar com as crianças. Eles também alegam que a ausência da criança portadora de necessidades especiais da escola se dá pela falta de formação específica do professor, ao preconceito, a falta de equipamento e a relação professor-aluno. Os achados apontam que a inclusão é fundamental a criança com necessidades especiais, e que buscar caminhos que favoreçam a mesma deve ser uma realidade, tanto da escola quanto da sociedade.
CONCLUSÃO:
O estudo revela que pais e professores reconhecem a importância do processo de inclusão para o desenvolvimento das crianças com necessidades especiais na escola. Percebemos que os pais concordam com a proposta da inclusão, mas não conhecem as garantias que seus filhos têm diante da lei. Eles apontam a relação professor-aluno como um fator que afasta a criança da escola e dificulta esse processo. Os professores reconhecem a importância da inclusão escolar desde a educação infantil, apesar de não se sentirem preparados para lidar com essa demanda. Eles justificam que a falta de formação dificulta o convívio na sala de aula com esses alunos, e consequentemente uma aprendizagem satisfatória. Para eles, o preconceito é também um dos fatores que afastam as crianças da escola. Concluímos que a escola precisa ser percebida como um espaço de aprendizagem para todos e que a inclusão deve se configurar como uma alternativa que pode garantir condições de igualdade à criança especial. A escola deve respeitar os diversos ritmos de aprendizagem e propor práticas pedagógicas que garantam o acesso e a permanência da criança portadora de necessidades especiais nesse espaço, com a finalidade de desenvolver o respeito à diversidade humana e propiciar direitos iguais a todos os cidadãos.
Palavras-chave: Educação Especial, Inclusão escolar, Educação infantil.