64ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
PERCEPÇÃO DA AUTOIMAGEM E A RELAÇÃO COM A AUTOESTIMA EM IDOSOS SEDENTÁRIOS.
Lorena Ferreira de Amorim 1
Biatriz Araújo Cardoso 2
1. Universidade da Amazônia – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde – Curso de Fisioterapia
2. Profa. Msc./ Orientadora/ Universidade da Amazônia – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde – Curso de Fisioterapia
INTRODUÇÃO:
Perdas psicológicas e afetivas são implicações comuns na velhice devido a autoimagem tornando-se um grande problema de saúde coletiva, as quais aparecem, em associação com perdas motoras e manifestações somáticas, com redução da capacidade funcional, calvícies, envelhecimento cutâneo intrínseco, entre outras. As alterações físicas próprias do envelhecimento defrontam-se com uma sociedade que claramente discrimina como não atraentes, em uma série de situações cotidianas. Muitos idosos rejeitam o próprio envelhecimento em virtude da imagem que fazem de si mesmos, desenvolvendo sentimento de autodesvalorização e de baixa autoestima. Desta forma, torna-se relevante, pesquisas com o proposito de conhecer a relação que o idoso mantém com o corpo e as implicações disto na sua autoestima, pois são fundamentais para que os profissionais de saúde considerem todos os aspectos que envolvam a saúde do indivíduo, sejam eles físicos, psicológicos, emocionais, mentais, entre outros, objetivando entender e estimular a promoção de saúde desses idosos. A relevância deste estudo demonstra a preocupação com a qualidade de vida desta parcela da população, visto que o sedentarismo afeta de forma significativa a autoestima de idosos. Este estudo teve como objetivo investigar a relação entre a satisfação com a imagem corporal e a autoestima de idosos sedentários.
METODOLOGIA:
A metodologia utilizada foi a aplicação de questionários pré-selecionados para avaliar a percepção da autoimagem. O instrumento utilizado foi o SMT (Silhouette Matching Task) ou Teste para avaliação da imagem corporal proposto por Stunkard e adaptado por Marsh e Roche. O SMT, composto por 12 silhuetas em escala progressiva, na qual foi apresentado aos idosos, devendo esses responder às seguintes questões: Qual é a silhueta que melhor representa a sua aparência física atual e qual silhueta você gostaria de ter? A pesquisa foi realizada na Clinica Escola da Universidade da Amazônia. Os questionários foram aplicados em 52 indivíduos, de ambos os sexos, moradores do entorno da Universidade da Amazônia. Para os participantes deste estudo, os mesmos deveriam obedecer aos seguintes critérios: Possuir idade de 40 a 85 anos; Ser residentes no Estado do Pará; Ser sedentário; Possuir capacidade motora em todos os membros, assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE e aprovadas previamente no teste de avaliação cognitiva Teste Mini Exame de Estado Mental. A análise estatística foi realizada por meio do pacote estatístico Biostat 4.0 Ayres, análise descritiva, sendo considerado o nível alfa de 0,05 para rejeição da hipótese de nulidade.
RESULTADOS:
Os 52 idosos avaliados foram divididos em 3 grupos de acordo com suas faixas etárias. Na faixa etária de 40 a 59 anos, composta por 23 (44,2 %) dos idosos pesquisados, observou-se que 11 (47,8%) idosos relataram ter uma autoimagem 4, onde 10 (43,4%) destes gostariam de ter uma autoimagem 3. Na faixa etária de 60 a 79 anos, composta por 27 (51,9%) dos idosos, observou-se que 8 (29,6%) relataram ter uma autoimagem 5, no entanto 11 (40,7%) também gostariam de ter uma autoimagem 3. Na faixa etária de 80 a 85 anos, composta por 2 (3,8%) idosos, observou-se que 1 (50%) idosos relata ter atualmente uma autoimagem 7 e o outro idoso relata ter uma autoimagem 2, no entanto ambos gostariam de ter a autoimagem 3. Destaca-se o fato de que a imagem corporal que os idosos gostaria de ter, significativa de uma imagem idealizada, corresponde a uma silhueta diferente e mais magra daquela que os sujeitos definiram como sendo suas silhuetas atuais, para a maioria dos indivíduos.
CONCLUSÃO:
Os dados sugerem que, nos idosos avaliados, a maior parte não está satisfeito com sua imagem corporal, visto que gostariam de ter silhuetas mais magras do que as que consideram ter. Sabe-se que a satisfação com a imagem corporal e autoestima dependem de múltiplos fatores e que interferem direta ou indiretamente nos cuidados com a saúde do idoso. Pode-se afirmar que a proposta de um programa de exercício físico afetaria de forma positiva os idosos, pois a atividade física além de prevenir a dependência é um estímulo para o bem estar dos idosos. Consequentemente, melhora a autonomia e a independência, o que irá se refletir em melhor autoimagem e autoestima.
Palavras-chave: autoimagem, idosos, sedentários.