64ª Reunião Anual da SBPC
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 7. Química Orgânica
SELEÇÃO DE TENSOATIVOS IÔNICOS PARA O USO NA SEPARAÇÃO ÓLEO-ÁGUA
Juliana Araujo Gonçalves Souza 1
Geraldine Angélica Silva da Nóbrega 2
1. Depto de Petróleo e Gás - IFBA
2. Profa. Dra./Orientadora - Depto de Petróleo e Gás - UFERSA
INTRODUÇÃO:
O antigo conceito de que água e óleo não se misturam passou por uma reformulação com o surgimento dos tensoativos, que por serem moléculas anfifílicas têm a característica de possuírem solubilidade diferente quando presente em meio aquoso, eles são usados para modificar o meio reacional permitindo solubilizar espécies de baixa solubilidade diminuindo a tensão interfacial. Quando são misturados tensoativo, cotensoativo, composto polar e apolar podemos observar a formação de microemulsões, são que misturas termodinamicamente estáveis utilizadas como meio absorvente que podem prover uma rota útil para aumentar a velocidade de absorção.
A princípio, a diferença de polaridade no óleo e da água contribui para a separação destas fases. Contudo, os sais dissolvidos da formação geológica onde se encontra os reservatórios de óleo, bem como a turbulência das fases durante a produção do óleo favorecem a formação de emulsões. Uma solução emulsionada precisa ser tratada antes de iniciar qualquer processo de refino. Por isso se faz necessária a separação das fases. Este trabalho teve como objetivo sintetizar tensoativos iônicos a partir de óleos regionais, como por exemplo, o óleo de pindoba, licuri, coco e dendê a fim de utilizá-los como agente de separação de fases.
METODOLOGIA:
A primeira etapa do trabalho consistiu na extração do óleo e na síntese do tensoativo, este foi feito através da reação de saponificação do óleo extraído da pindoba. Para tal reação foi necessário além óleo, água destilada, álcool etílico e uma base forte (NaOH) misturados em um balão de fundo redondo acoplado a um condensador de refluxo e aquecido em uma manta por 2 horas, até que a reação se completasse. O segundo passo corresponde ao teste de miscibilidade frente à fase apolar que deve ser feita à temperatura ambiente, a fim de verificar se os tensoativos formam microemulsão. Os testes qualitativos de miscibilidade foram feitos através de titulação volumétrica do tensoativo na fase apolar. O ponto de viragem (delimitação da região de miscibilidade) é determinado pelo aspecto translúcido e homogêneo que sucede ao aspecto turvo, sob agitação, ou vice versa. Dando continuidade, serão construídos os diagramas de fase pseudoternários que são utilizados para representar sistemas formados por três constituintes, para que assim as regiões de miscibilidade possam ser delimitadas e visualizadas e assim possamos determinar a região de microemulsão.
RESULTADOS:
Com base nos diagramas de fases pseudoternários obtidos podemos observar que a região de microemulsão é influenciada pela concentração de tensoativo. O tensoativo a altas concentrações precisa de menor quantidade de água para a sua solubilização quando comparado com as concentrações localizadas no meio do diagrama de fases (70 a 40% de tensoativo/cotensoativo). À medida que a concentração da mistura da razão de tensoativo e cotensoativo vai diminuindo verifica-se que uma menor quantidade de água é necessária para solubilizar a fase Win IV+S e assim chegar na fase de Winsor IV (microemulsão). Ainda no estudo do diagrama de fases para o diagrama de fases, pode ser feita a titulação das fases com a aguarrás a fim de observar o comportamento da mistura no lado rico em água.
CONCLUSÃO:
O trabalho resultado foi satisfatório dado que conseguimos montar os diagramas de fases para a temperatura ambiente e assim delimitar as regiões de Winsor e saber em quais proporções de tensoativo, fase polar e fase apolar a solubilização ocorre de forma mais eficiente. A região acima da curva no diagrama ternário correspondeu à região de Winsor IV mais a presença de tensoativo sólido, ou seja, uma fase em que o tensoativo ainda não foi completamente solubilizado. A região abaixo da curva correspondeu à região de completa solubilização do tensoativo nas fases, Winsor IV. A região em que o tensoativo apresentou maior eficiência foi a abaixo da curva.Segundo a orientadora, o trabalho de pesquisa foi desempenhado de forma coerente ao cronograma do projeto e com as condições que o laboratório de pesquisa o oferece.
Palavras-chave: Tensoativo, Microemulsão, Petróleo.