64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental
PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA PROVÍNCIA ESPELEOLÓGICA ALTAMIRA-ITAITUBA/PA.
Joselito Santiago de Lima 1
Luciana Martins Freire 2
1. Especialização em Gestão de Recursos Agroflorestais, Campus de Altamira - UFPA
2. Profa. Me./Orientadora – Faculdade de Geografia, Campus de Altamira - UFPA
INTRODUÇÃO:
A Educação Ambiental já consta como conteúdo obrigatório nos currículos dos ensinos fundamental e médio, de modo que nas regiões onde a natureza oferece elementos espeleológicos esta pode ser uma ótima oportunidade de dinamiza-la por meio da multidisciplinaridade. Assim, a Espeleologia dedica-se a investigar a natureza, a gênese e os processos de formação das cavidades naturais subterrâneas e suas feições relacionadas, incluindo ainda os aspectos biológicos (fauna e flora). A Província Espeleológica Altamira-Itaituba apresenta paisagens diversas de relevo cárstico em rochas não carbonáticas, em sua maioria representada pelo arenito. A mesma situa-se na faixa de contato dos domínios geológicos da Bacia Sedimentar do Amazonas e do Embasamento Cristalino do Complexo Xingu. A província ocorre na borda da bacia sedimentar e por esse motivo várias entradas dessas cavidades demonstram feições escarpadas pela ação da erosão resultante do recuo paralelo das vertentes de cuesta. A pesquisa desenvolve-se a partir da análise da prática da educação ambiental nas cavidades naturais subterrâneas (cavernas, grutas, abrigos, etc.) na província.
METODOLOGIA:
Inicialmente foi realizado o estudo do referencial teórico sobre o tema, com a conceituação de educação ambiental, espeleologia e relevo cárstico através do levantamento de bibliografias relacionadas ao assunto, entre outros textos e documentos que irão subsidiar a identificação dessas paisagens alocadas no domínio da Amazônia. A pesquisa de campo ocorre, inicialmente, para fins de reconhecimento e identificação das cavernas da região. Nesse momento procura-se constatar se a prática da educação ambiental está ocorrendo, observando as condições de uso da atividade e, também, as formas de turismo empregadas. Organizado todo o material adquirido em gabinete, a viagem às paisagens cársticas contidas na Província Espeleológica Altamira-Itaituba visa a caracterização e a avaliação do meio ambiente, abordando os seguintes aspectos: as formas de uso e ocupação do solo; as condições de acesso; a qualidade ambiental; e a fragilidade e vulnerabilidade ambiental. Há, também, a aplicação de entrevistas à população local, bem como visitas a órgãos e a instituições públicas governamentais.
RESULTADOS:
Sabe-se que a educação ambiental em cavernas na região ainda é uma atividade bastante restrita, ainda em desenvolvimento. A Caverna da Pedra da Cachoeira é um dos exemplos onde essa prática tem sido empregada. A unidade está situada a cerca de 20 km da sede do município de Altamira/PA. Trata-se de uma área pública acessível através da passagem por uma fazenda particular, precisando percorrer uma trilha de 3 km em mata até a caverna. A região apresenta formas de relevo ondulado (morros e colinas), acidentado, o que dificulta o percurso. O local demonstra uma paisagem compensadora: uma bela cachoeira com queda de cerca de 8m de altura. Não existem políticas públicas de incentivo a visitação, porém o grupo de escotismo do município de Altamira desenvolve a organização da prática da educação ambiental junto a escolas, universidades e grupos organizados, além do turismo ecológico, inserindo placas informativas e educativas, além de disponibilizarem guias. A esculturação ruiniforme e as pequenas formas de vidas das cavidades subterrâneas representam um atrativo no interior das cavernas, oferecendo contextos didáticos a serem explorados por disciplinas como Geografia e Biologia.
CONCLUSÃO:
Constata-se que, como já explicitado, a educação ambiental ainda é pouco desenvolvida como proposta de prática pedagógica, sendo presentes, principalmente, nas cavernas da Pedra da Cachoeira e da Planaltina (Brasil Novo/PA). Apesar de conhecidas na região, são poucas as escolas que buscam conhecer as áreas para uso de aulas de campo, tanto pela falta de informações, como também pela falta de infraestrutura adequada. Nem mesmo Unidades de Conservação são empregadas, haja vista o fato dessas cavernas serem resultado de processos de formação de rochas não carbonáticas, sendo assim classificadas com grau de potencial médio (CECAV/ICMBio). Observou-se que a riqueza espeleológica da região é propicia ao desenvolvimento de práticas voltadas para a educação ambiental, visto que as cavidades naturais subterrâneas estudadas (tais como cavernas, grutas, abrigos, etc.) apresentam-se como uma área rica em fauna e flora especifica contida em seus interiores. As unidades recebem visitações de populares da região, para fins de lazer em finais de semana, sem as devidas orientações voltadas para a preservação das cavidades, suas feições ruiniformes e formas de vida.
Palavras-chave: Educação Ambiental, Espeleologia, Relevo Cárstico.