64ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 9. Sociologia - 3. Sociologia do Desenvolvimento
ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA COMUNIDADE DA ILHA DE SÃO JOÃO DOS RAMOS, ZONA FISIOGRÁFICA DO SALGADO, MUNICÍPIO DE SÃO CAETANO DE ODIVELAS/PA.
Eli Franco Vale 1
Murilo Brasil da Silva 2
Jamili da Silva Rocha Patrício 3
Jean Michel Silva dos Santos 4
Maiara Nascimento dos Santos 5
Lucidea de Oliveira Santos 6
1. Faculdade Ideal – Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental
2. Faculdade Ideal – Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental
3. Faculdade Ideal – Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental
4. Faculdade Ideal – Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental
5. Faculdade Ideal – Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental
6. Profª. Msc. em Planejamento do Desenvolvimento/Sociologia do Desenvolvimento - NAEA/UFPA
INTRODUÇÃO:
A Faculdade Ideal fomenta pesquisas socioambientais, por meio de Grupos de Pesquisas como o do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental, desde 2009. A área de estudo Proteção Ambiental iniciou em meados de 2009 com pesquisas sobre problemas ambientais ligados a comunidades ribeirinhas. Em 2011 dedicou-se a estudos interdisciplinares cujo alvo da investigação passou a ser a comunidade da ilha de São João dos Ramos, pertencente ao município de São Caetano de Odivelas, no Estado do Pará. Localizada na zona costeira situada a leste da desembocadura do rio Amazonas. Constitui exatamente a Zona Fisiográfica do Salgado (FRANZINELLI, 1982), apresenta as seguintes coordenadas geográficas: 00º 42’ 52,67” de latitude Sul e 47º 56’ 00,80” de longitude a Oeste de Greenwich, com limites ao Norte com o Oceano Atlântico, a Leste com municípios de Curuçá, São João da Ponta e Terra Alta, ao Sul com município de Vigia e a Oeste com município de Vigia. Este trabalho visa analisar informações sobre as relações socioambientais da comunidade para subsidiar estudos, pesquisas e identificar fatores sociais, econômicos e ambientais relevantes para a comunidade e sociedade, principalmente por não existirem estudos anteriores tratando de qualquer aspecto da localidade.
METODOLOGIA:
Estudos teóricos associados à análise de casos permitem aos pesquisadores e acadêmicos estabelecerem concernente relação entre teoria e prática, pois questões referentes às ações antrópicas sobre as áreas de mangue têm sido intensamente discutidas no meio acadêmico e na sociedade paraense. Assim, para efeito deste estudo realizou-se pesquisas bibliográficas, documental e de campo para verificar e estudar se as atividades humanas comprometem a sua própria sustentabilidade. A metodologia da pesquisa se adequou naquele momento as condições de realização de investigação, ou seja, dentro das condições disponíveis ao grupo de pesquisa e a disponibilidade da comunidade para coleta de informações. Destacam-se, dentre diversas atividades realizadas, a coleta de dados em campo em viagens de barco e longa caminhada em direção à vila para o reconhecimento do local, além de levantar informações secundárias para verificar as potencialidades e as restrições que podem impedir a viabilidade da pesquisa. Após o reconhecimento, observação, registro e análise da área, foram realizadas reuniões com a associação comunitária local (AFASAJOR), onde foram expostos para os membros o objetivo da realização do trabalho e mobilizá-los para que houvesse um engajamento e despertasse o interesse da comunidade.
RESULTADOS:
A pesquisa contou com a colaboração da comunidade. Deixando claro que a elaboração de um diagnóstico socioambiental seria possível com a participação de todos. Foram realizadas, sob o universo de 70 moradias, entrevistas seguidas de aplicação de 37 questionários a respeito das relações antrópicas e ambientais existentes na comunidade, de forma que os dados coletados teriam um aspecto qualitativo e quantitativo para a identificação familiar, as atividades desenvolvidas, a composição da renda, presença de serviços públicos, escolaridade, dados de produção, comercialização, caracterização das moradias, além de questões relativas aos resíduos sólidos gerados e o destino destes. Ou seja, um perfil socioeconômico e cultural da população. Destacam-se, dentre os resultados, como atividades econômicas: a pesca; extração do caranguejo e pequenos comércios, além do turismo no período de verão provocando considerável aumento da população em um local com pouca estrutura. Como principais atividades culturais e atração turística o Boi de Máscara, Carnaval e o Festival de Verão. A Ilha vive um impasse, encontra-se sem uma solução a curto, médio e longo prazo em relação ao destino de resíduos Sólidos. Não existe ações ou políticas para proteção muito menos de educação ambiental.
CONCLUSÃO:
Ficou evidente a ausência da gestão municipal quanto às questões que envolvem as problemáticas ambientais. Não somente quanto às questões ambientais, mas as referentes às de promoção e proteção humana: ausência de educação básica completa, meios de transporte incluindo o escolar. Associado a ausência de escolas e postos de saúdes, dentre outras políticas, percebeu-se que a maioria pertence a uma linhagem familiar cuja grande parte identificou-se como portadora de diabetes. Chama atenção a ausência de ações a apontarem para ilha e para a sede da cidade de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS, para que a destinação final do lixo gerado na ilha seja o correto ou o mais viável ambientalmente. A necessidade de construção do Muro de Arrimo na orla da Ilha de São João dos Ramos. Contudo, avaliam-se como problemas ambientais de origem antrópica o fato da comunidade não entrar em entendimento de como lidar com os resíduos sólidos gerados, pois contaminam as áreas de mangue e igarapés que circundam a ilha, por falta de políticas públicas e um grau de conhecimento teórico e prático.
Palavras-chave: Comunidade de pescadores, Problemáticas ambientais, Áreas de mangue.