64ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 1. Antropologia - 8. Antropologia |
O COTIDIADO DOS LIBERTOS NO MARANHÃO DO SÉCULO XIX |
Acionilson Cardoso Gomes 1 Bianca Joseh Bezerra 2 |
1. Acionilson Cardoso Gomes - UFMA 2. Mestre/ Orientadora Bianca Joseh Bezerra |
INTRODUÇÃO: |
O presente trabalho resulta de uma pesquisa, cujo objetivo é apreender o cotidiano dos libertos no contexto da sociedade escravista maranhense no século XIX enfatizando as características jurídicas, sociais e simbólicas relacionadas a mudança da sua condição social e jurídica. A dinâmica da escravidão decorreu da variação de condições de vida de escravos. Embora, as relações entre senhores e escravos terem sido pautadas na rigidez existiam neste sistema de domínio brechas permitindo ao escravo espaço de sociabilidade, mobilidade e autonomia, possibilitando, desse modo, a sua passagem para a condição de liberto. As relações sociais dos libertos estavam pautadas em varias fatores, entre eles, as cartas de alforria e a estigmatização da cor. Verifica-se que na dinâmica social escravista existiram libertos que ficaram sujeito às mazelas da escravidão, mas também, existiram aqueles que conseguiram adquirir bens e patrimônios. |
METODOLOGIA: |
Buscou-se apreender, neste trabalho, a partir das cartas de liberdade e em livros de registros de compra e venda de imóveis. As cartas de liberdade nos informa aspectos relaciionados aos libertos, tais como, naturalidade, cor , idade e sua ocupação, bem como, as formas de concessão da alforria. Os registros de compra e venda de imóveis nos dispõe de bens constituídos por libertos e as relações entre as demais classes da sociedade. |
RESULTADOS: |
Os documentos nos permitiu verificar que a condição do liberto remetia à sua condição escrava, assim, argumenta-se, qual seria o significado da condição de libertos tanto na economia como socialmente. A cor da sua tez poderia representar um símbolo de posição social. Tais questões marcavam a dinâmica da participação na vida social daqueles que deixavam de ser escravos. |
CONCLUSÃO: |
Aos libertos as garantias sociais que lhes foram concedidas quando ganhavam ou compravam sua liberdade não era a mesma destinada aos demais cidadãos da sociedade escravista. Alguns libertos recusavam a realizar os mesmos trabalhos da mã –de-obra escrava. Aos libertos o fato de terem sido libertados de uma condição escrava não significou um livre acesso as classes sociais, pois a cor da sua tez era uma condição que sempre remetia à sua condição anterior, ou seja, escravo. |
Palavras-chave: libertos, escravidão, sociedade. |