64ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 8. Botânica
CARACTERIZAÇÃO BOTÂNICA E AMBIENTAL DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS DO DISTRITO DE RIACHUELO, MUNICÍPIO DE PRESIDENTE MÉDICI, RO
Caryne Ferreira Ramos 1
Gabriel Araújo Paes Freire 2
Wellington Kennedy da Cunha Rocha 3
Gabriella Darold Vieira 4
Gilmar Alves Lima Júnior 5
Lourival Inácio Filho 6
1. Discente curso Técnico em Florestas, Instituto Federal de Rondônia - Campus Ji-Paraná
2. Discente curso Técnico em Florestas, Instituto Federal de Rondônia - Campus Ji-Paraná
3. Discente curso Técnico em Florestas, Instituto Federal de Rondônia - Campus Ji-Paraná
4. Discente curso Técnico em Florestas, Instituto Federal de Rondônia - Campus Ji-Paraná
5. Prof. Ms/ Orientador - Depto de Ensino - Instituto Federal de Rondônia - Campus Ji-Paraná
6. Prof. Ms/ Orientador - Depto de Ensino - Instituto Federal de Rondônia - Campus Ji-Paraná
INTRODUÇÃO:
O rápido crescimento do estado de Rondônia, baseado principalmente na agropecuária, justifica a realização de pesquisas para conhecer e propor estratégias para uso, ocupação do solo, preservação e conservação da vegetação nativa. Isso se deve ao fato de a região destaca-se pela elevada riqueza e diversidade de plantas na Amazônia, em cada hectare de floresta amazônica existem aproximadamente 30 espécies de árvores, podendo ser justificada pelos solos relativamente mais férteis em nutrientes e a alta quantidade de chuvas durante todo o ano. Os estudos na área ambiental no Estado são escassos. As buscas de informações por órgãos públicos, empresas privadas e pessoas físicas, em geral produtores e pecuaristas, a respeito da recuperação e utilização dos recursos naturais geram a necessidade de maiores informações sobre os ecossistemas locais. Atentando para a importância da conservação do patrimônio histórico do estado, ainda pouco conhecido, esta pesquisa teve como objetivo a avaliação técnica in loco para identificação dos impactos ambientais e possíveis causas e o planejamento de medidas de conservação para os sítios arqueológicos e seu entorno.
METODOLOGIA:
As áreas de estudo estão localizadas no distrito de Riachuelo, município de Presidente Médici, Rondônia. A coleta de dados de campo foi realizada em setembro de 2011 a partir da visita nos dois sítios. Sítio 1 , denominado Sítio Arqueológico Mirante (11º11'59.2''S/061º49'27.2''W), área de pastagem e Floresta Ombrófila Aberta e o Sítio 2, denominado Cachoeira dos Macacos (11º05'03.5''S/061º38'57.0''W), área de Mata ciliar, uma comunidade com evidências de perturbação (lixo), tamanho pequeno e condições regulares, divisa com pastagem. Os dados ambientais foram amostrados com o auxílio de formulários para analisar a conservação e os possíveis impactos ambientais na região estudada. O Formulário 1 apresenta informações sobre características gerais da comunidade, tais como, as principais espécies de plantas, o uso e ocupação do solo; o Formulário 2 apresenta dados sobre espécies dominantes por estratos e estado de conservação da comunidade; o Formulário 3 aplicado para identificar os possíveis indicadores de impactos ambientais e Formulário 4, abordando sugestões de estratégias de manejo elaboradas em função dos impactos detectados e suas causas prováveis.
RESULTADOS:
Quanto ao uso e ocupação do solo, o Sítio Arqueológico Mirante, predomina pastagens exóticas para criação de gado. Nos topos dos morros e vales ocorre Floresta Ombrófila Aberta secundária, com evidências de desmatamento ou corte seletivo de madeira. Destacam-se as espécies arbóreas: acuri, bandarra (Schizolobium amazonicum), piúva, ingá, aricá (Physocalymma scaberrimum), alguns indivíduos de castanheira (Bertholletia excelsa) e cedro (Cedrella sp.). Para o sítio Cachoeira dos Macacos, no topo dos morros ocorre Floresta Ombrófila Aberta secundária, também evidência de desmatamento seletivo. A Floresta ciliar apresenta bem conservada e destaque para as espécies arbóreas: barriguda (Ceiba sp.), bandarra, aricá, cipó-cabloco (Davilla sp.), angico (Piptadenia sp.) e seringueira (Hevea brasiliensis). No sub-bosque destacam-se bambu e Uncaria sp. Quanto a caracterização ambiental, a vegetação das margens dos corpos d’água foi toda suprimida, ambos os pontos apresentam afloramentos rochosos, solo compactado, livre de inundação, o habitat ao redor degradado e evidência de passagem de fogo para limpeza de área. Não foram observados animais nativos durante a visita. Não há poluição sonora e a principal ameaça às áreas é a substituição da vegetação nativa por pastagem.
CONCLUSÃO:
Foram identificadas as seguintes fitofisionomias: Floresta Ombrófila Aberta secundária e Floresta ciliar. Predomina na ocupação do solo a substituição da vegetação nativa por pastagens exóticas para criação de gado, esta é a principal ameaça para o habitat, espécies e os sítios arqueológicos. Os corpos d’água como córregos e nascentes, mesmo sendo Área de Preservação Permanente estão ameaçadas pelo desmatamento. Os impactos causados no entorno do Sitio Arqueológico foram gerados principalmente pela troca das áreas florestais por atividade pecuária. No sítio Cachoeira dos Macacos os impactos agravam-se com o turismo ecológico ainda sem controle, responsável, por exemplo, pelo acúmulo de lixo nas margens do rio. Para melhorar a conservação e tornar mais agradável o entorno do Sitio Arqueológico Mirante aconselha-se plantio de espécies arbóreas nativas, buscando recuperar a área, conter erosão e produzir sombreamento para os visitantes. Na Cachoeira dos Macacos a demarcação de uma trilha ecológica, aumentando a segurança, colocação de lixeiras e de placas informando a importância da conservação da mata ajudaria a sensibilizar os visitantes, na melhoria das condições locais e na busca do uso sustentável da área.
Palavras-chave: Caracterização botânica e ambiental, Sítio Arqueológico do Mirante, Cachoeira dos Macacos.