64ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Ciência do Solo
MÉTODO ALTERNATIVO PARA SE DETERMINAR A EROSÃO DO SOLO EM DIFERENTES SISTEMAS DE USOS DO SOLO
Aline Andrade Batista 1
Caryne Ferreira Ramos 2
Fernando Antônio Rebouças Sampaio 3
1. Discente do Curso Técnico em Florestas - Instituto Federal de Rondônia - Campus Ji-Paraná
2. Discente do Curso Técnico em Florestas - Instituto Federal de Rondônia - Campus Ji-Paraná
3. Prof. Ms./ Orientador - Depto. de Ensino - Instituto Federal de Rondônia - Campus Ji-Paraná
INTRODUÇÃO:
O rompimento do equilíbrio ambiental para o uso agrícola dos solos da região amazônica pode acarretar o aparecimento da erosão hídrica e seus efeitos destrutivos. Com a retirada da cobertura vegetal e sob condições de alta pluviosidade, o solo fica exposto à erosão, que atua subtraindo os primeiros centímetros da superfície do solo, onde estão concentrados os nutrientes. A utilização do solo para fins agropastoris, somente pode ser verdadeiramente contínuo ou sustentável, quando o agricultor adota práticas de manejo efetivamente capazes de evitar o empobrecimento do solo. Assim, o conhecimento das principais características físicas, químicas e biológicas dos principais tipos de solos do Estado de Rondônia, bem como o seu comportamento sob diferentes condições de manejo, culturas envolvidas e condições climáticas locais, são imprescindíveis para que se possam recomendar práticas mais adequadas de usos e manejo desses solos. O objetivo deste trabalho foi avaliar as perdas de solo sob diferentes tipos de cobertura vegetal mediante o uso do método de alteração na superfície do solo por meio de pinos de madeira, em áreas do município de Ji-Paraná, RO.
METODOLOGIA:
O estudo foi conduzido numa propriedade do município de Ji-Paraná, RO. O clima na região é quente e úmido, com temperatura média em torno de 25ºC e índice pluviométrico médio de 1800 mm ao ano. O solo foi classificado como Latossolo Vermelho Amarelo distrófico, textura areno-argilosa. Os tratamentos estudados foram: solo sob cultivo de teca (seis anos); solo sob cultivo de pastagem (10 anos) e solo descoberto. A estimativa da perda de solo foi feita pelo método da mudança de nível da superfície do solo usando pinos de madeira (30 cm) cravados no solo até 20 cm de profundidade em 65 pontos das parcelas de 100 m2, distribuídas em cada tratamento. Dentro da parcela, os pinos foram dispostos em 5 linhas no sentido da declividade, separados entre si em 2 m na linha e 1 m na entrelinha. As leituras foram feitas diretamente nos pinos utilizando-se a haste de um paquímetro, com aproximação de 1 mm. Determinou-se a densidade do solo na profundidade de 0-10 cm pelo método do anel volumétrico. A avaliação abrangeu o período de outubro/11 a fevereiro/12. As perdas de solo foram calculadas pela expressão: P = h.A.Ds.100; em que: P = perda de solo (t/ha); h = média de alteração do nível da superfície do solo medida nos pinos (m); A = área da parcela (100 m2); Ds = densidade do solo, em t/m3,), 100 = para conversão em hectare.
RESULTADOS:
Para o período de avaliação compreendendo o início do período chuvoso e próximo ao final do período chuvoso na região (aproximadamente cinco meses) observaram-se perdas significativas de solo nas parcelas avaliadas. As perdas variaram de 4,7 a 16,1 t/ha, correspondendo a uma variação de 70,8% entre a área ocupada com teca e o solo descoberto. As menores perdas foram observadas na parcela sob plantio de teca, seguida pela parcela ocupada com pastagem de brachiarão as quais não foram significativas entre elas, e por último o solo descoberto. Constatou-se também que o arraste de partículas de solo na parcela foi maior na seguinte ordem: solo descoberto > pastagem > teca. O menor arraste de solo na parcela ocupada com teca é devido à presença de maior quantidade de serrapilheira protegendo o solo do impacto direto da gota da chuva, o que possibilita melhor infiltração de água, menor escoamento superficial e maior estabilidade do solo. De forma geral, a simples manutenção da cobertura vegetal reduz as perdas de solo quando comparados ao solo descoberto.
CONCLUSÃO:
As menores perdas de solo são registradas nos tratamentos que envolvem maior cobertura vegetal do solo. Em função da presença e ausência da cobertura vegetal do solo espera-se o seguinte comportamento em relação as perdas de solo por erosão: solo descoberto > pastagem > teca.
Palavras-chave: Uso do solo, Erosão hídrica, Perda de solo.