64ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL NA REALIZAÇÃO DE CURATIVOS DE PACIENTES PORTADORES DE ÚLCERAS POR PRESSÃO ESTÁGIOS III E IV
Jéssyca Priscila da Silva Almeida 1
Ingrid de Campos Albuquerque 1
Sâmya Maria Andrade Alves 2
Marina Apolônio de Barros 3
Andréia Cristina Oliveira Silva 4
Sirliane de Souza Paiva 5
1. Depto. de Enfermagem - UFMA
2. Pós-graduanda da Residência Multiprofissional do Hospital Universitário - UFMA
3. Mestranda em Enfermagem. Depto.de Enfermagem - UFMA
4. Profª. Ms. Depto.de Enfermagem - UFMA
5. Profª. Dra. Depto.de Enfermagem - UFMA
INTRODUÇÃO:
Ferida pode ser definida como qualquer alteração da integridade da pele, resultante de qualquer tipo de trauma. A úlcera por pressão (UP) é uma ferida crônica definida como uma área de localização de necrose tissular que se desenvolve quando o tecido de acolchoamento é comprimido entre uma proeminência óssea e uma superfície externa por um período prolongado. O tratamento de feridas envolve aspectos sistêmicos e locais. O tratamento local é denominado curativo, que constitui o procedimento de limpeza e cobertura de uma lesão, com o objetivo de auxiliar o restabelecimento da integridade do tecido e prevenir a contaminação e infecção da ferida. Uma das formas de evitar infecção é através do uso dos Equipamentos de Proteção individual (EPI). Nos manuais de técnicas de curativos, o uso destes é obrigatório. O objetivo do uso de EPI não é só a proteção dos profissionais de saúde, como também reduzir o risco de transmissão de microrganismos. No manejo de UP é fundamental um cuidado em relação à prevenção de infecções, visto que as UP, especialmente em estágio IV, possibilita a ocorrência de infecções, osteomielite, septicemia, podendo levar o indivíduo a óbito. O objetivo foi verificar o uso de EPI na realização de curativos de pacientes portadores de UP estágios III e IV.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo epidemiológico do tipo exploratório - descritivo de características quantitativas. O estudo foi realizado no Hospital Universitário Unidade Presidente Dutra (HUUPD), nas clínicas médica, cirúrgica, neurocirúrgica, ortopédica e Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A população-alvo do estudo constituiu-se dos dezessete pacientes portadores de UP estágio III e IV. O período de coleta de dados foi de oito meses consecutivos com início em maio de 2011 a dezembro de 2011. Para coleta de dados foram utilizados dois instrumentos: (1) formulário para avaliar condições clínicas e da ferida, sendo esta realizada semanalmente até sua alta, cicatrização da ferida ou término da pesquisa; e (2) formulário relacionando os materiais utilizados no tratamento da UP, além dos recursos humanos envolvidos na realização de curativos. As informações coletadas foram transferidas para a planilha do aplicativo Microsoft Office Excel 2007 e submetidas à análise estatística descritiva dos mesmos. Para atender as normas da Comissão Nacional da Ética em Pesquisa contidas na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, o projeto foi submetido à avaliação pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HUUFMA, onde obteve parecer favorável. Pesquisa com consentimento do paciente ou responsável legal.
RESULTADOS:
Dos dezessete pacientes que participaram da pesquisa, 52,94% apresentou uma UP, 23,53% duas UP, 17,65% três UP e 5,88% seis UP em diferentes regiões do corpo. Sendo assim, o total de UP foi trinta e dois. Quanto à localização de UP, oito locais foram identificados, sendo o sacro (46,87%) o mais prevalente, seguido pelo trocânter (21,87%) e calcâneo (12,50%).Foram realizados 1542 curativos no total, considerando que 41,18% dos pacientes apresentaram mais de uma UP. No entanto, considerando que um paciente equivale a um procedimento, independente do número de UP, foram realizados 743 procedimentos. Na realização desses 743 procedimentos foram usados um total de 1484 pares de luvas de procedimento, 1200 pares de luvas estéreis, 776 gorros, 880 máscaras e 6 capotes esterilizados. Participaram 944 profissionais de enfermagem na realização desses procedimentos, sendo que a média de profissional por paciente/procedimento foi 1,30. Quanto ao uso de EPIs, observou-se que as luvas tanto de procedimentos quanto estéreis foram utilizadas em todos os procedimentos. No entanto, 82,20% usaram gorros e 93,22% fizeram uso de máscaras. Os capotes esterilizados foram usados 0,63% dos procedimentos.
CONCLUSÃO:
No presente estudo verificou-se que em todos os procedimentos foi utilizado luvas de procedimentos e estéreis. Em alguns procedimentos foram usadas mais de um par de luvas por procedimento. Em algumas situações, quando, por exemplo, o paciente apresenta mais de uma UP, há a necessidade de trocas de luvas o que não ocorre com o uso de gorro e máscaras, pois o profissional pode permanecer com o mesmo gorro e máscara na realização de vários curativos de um mesmo paciente. É sempre bom lembrar que as luvas reduzem o risco de contaminação, sem, contudo eliminá-lo. Elas devem ser descartadas após cada cuidado prestado. O seu uso prolongado e indiscriminado, além de facilitar a transmissão de infecções, pode provocar várias reações adversas e sensibilização cutânea. Em todo procedimento é necessário o uso de EPIs fato que não foi observado neste estudo, já que em 17,8% dos procedimentos não foram usados gorros e em 6,78% não foram utilizados máscaras. Os capotes esterilizados foram usados 0,63% dos procedimentos, mas estes apenas são empregados no risco de contaminação da roupa através de contato com sangue, fluídos corpóreos, secreções e excretas ou quando houver contato com pacientes, materiais e equipamentos que possam levar a essa contaminação.
Palavras-chave: Segurança, Curativos, Úlcera por pressão.