64ª Reunião Anual da SBPC

G. Ciências Humanas - 9. Sociologia - 3. Sociologia do Desenvolvimento

POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDES: UMA ANÁLISE DO PROJOVEM ADOLESCENTE NO BAIRRO DA CIDADE OLÍMPICA EM SÃO LUÍS-MA

João Carlos Silva Filho 1,3,5 Juarez Soares Diniz 2,4,5

1. Licenciado e Bacharel em Geografia - UFMA 2. Profº. Dr./Orientador – Depto. de Geociências – UFMA 3. Integrante do Núcleo de Estudos Avançados em Geografia Humana - NEAGH/ UFMA 4. Profº. Dr./ Coord. do Núcleo de Estudos Avançados em Geografia Humana - NEAGH/ UFMA 5. Universidade Federal do Maranhão

INTRODUÇÃO:

O Projovem Adolescente é um programa federal de cunho social, objetivando a (re) socialização de jovens entre 12 a 15 anos, inseridos no contexto de vulnerabilidade e risco social. Na cidade de São Luís – MA, a pesquisa visualiza as ações do programa no bairro da Cidade Olímpica, área periférica e com estrutura sócio-espacial planejada em relação à proximidade das duas principais avenidas, na mediada que nos afastamos destas, observamos falta de infra-estrutura e invasões e alto índice drogadição principalmente entre a juventude. Desta forma as políticas públicas direcionadas aos jovens fazem referência a três direcionamentos, tais como: políticas: de – uma juventude descentralizada, conforme sua posição social, étnica; para – relacionando o papel do Estado como contribuinte legal dos direitos destes jovens; e com – esclarecendo a importância da articulação entre a juventude, as instituições e o poder público na formulação de ações positivas dirigidas aos mesmos. Assim, este estudo tem como objetivo: avaliar os impactos sociais do Programa frente à sociedade ludovicense como ação afirmativa aos jovens. Sendo que, o setor público ainda oferece a população uma política fundamentada nas práticas clientelistas e de transferência de renda, como se somente essas medidas fossem promover o desenvolvimento social do Estado e da cidade.

METODOLOGIA:

Na elaboração deste estudo, foi utilizada a Metodologia Fenomenológica que ressalta a percepção do pesquisador por meio da observação, da descrição do espaço social e objeto em pesquisa, com fundamentação por literaturas, elaborando dados para o estudo; e a prática da aplicação de questionários. Para tanto, foi utilizado dois questionários, diferenciados com perguntas objetivas e subjetivas aos 18 jovens e 11 profissionais que ainda estavam no Programa na área do bairro da Cidade Olímpica. Além disso, foram mapeados os 06 coletivos (salas de diálogos que são realizadas as atividades socioassistenciais do Programa); analisado quantos adolescentes estavam presentes em cada um e aplicado os questionários. Assim, o mesmo pontuou resultados quanti-qualitativo, onde fez referência à totalidade dos entrevistados, sobre a qualidade do serviço oferecido pelo Programa de acordo com a visão destes adolescentes e profissionais. Por meio das perguntas subjetivas, houve a apropriação das respostas pela pesquisa, que as utilizou para fundamentar a prática avaliativa, como também os resultados dos dados quantitativos que foram formulados e apresentados em forma de gráficos para melhor compreensão do leitor.

RESULTADOS:

De acordo com os resultados, durante a realização das ações socioassistenciais (palestras, recreações, passeios entre outras) os 18 jovens que responderam o questionário não têm um conhecimento formulado da sua permanência no Programa, visto que nenhum optou sobre as questões de vulnerabilidade que estão expostos (principal foco de combate do Projovem Adolescente. Outro ponto, diz respeito às expectativas dos adolescentes sobre o serviço socioassistencial, onde muitos não encontram no Programa a realidade de abordagem socioeducativa da qual eles pressupunham, como: reforço escolar, combate a misséria, cursos profissionalizantes entre outros. Além disso, com base no questionário aos profissionais, observou-se que entre os 11 entrevistados poucos orientadores, facilitadores, técnicos de referência não sabem como se estruturou o programa e a dimensão e a importância maior deste no cenário nacional e local, como uma das medidas ao combate ao processo de drogadição, violência e misséria entre a juventude. Portanto, os adolescentes entrevistados, frente os entraves sociais ainda possuem a motivação de terminar o ensino regular, o sonho de ingressarem na universidade e no mercado de trabalhado. Sendo que, outros jovens entrevistados se colocaram na falta de perspectivas de vida mesmo com o apoio assistencial deficitário do programa, pois estes acreditam que as atividades são apenas temporárias e não contribuem para a sua perspectiva de vida.

CONCLUSÃO:

Este estudo foi realizado com o objetivo de tornar público à realidade das políticas públicas de juventudes na Cidade de São Luís – MA, onde o Programa Social Projovem Adolescente atua. Para tanto, por participar do programa e observar suas fragilidades (falta de materiais, lanche, atraso de verba, entre outras), trouxe a abordagem de sua inserção no território do bairro da Cidade Olímpica. Nesse sentido, tal estudo refletiu os desempenhos das atividades socioeducativas executadas nos Coletivos de Adolescentes pela gestão da SEMCAS e do CRAS, exercendo o caráter socioassistencial e proporcionando aos jovens da área em condições de vulnerabilidade social e ou com o tempo livre um trabalho de resgate. Por estes fatores principais, entende-se que os jovens necessitam não somente o apoio a sua formação cidadã e a sua (re) socialização e enfrentamento as questões pertinentes às vulnerabilidades sociais, mais também conhecimentos que propiciem sua formação critica subsidiando-os a intervir e requerer seus próprios direitos.

Palavras-chave: Juventude, Projovem Adolescente, Fragilidades.