64ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
ADESÃO AO EXAME CITOPATOLÓGICO PARA A PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO
ELIZIAN BRAGA RODRIGUES BERNARDO 1
IGOR CORDEIRO MENDES 1
KARINE DE CASTRO BEZERRA 2
CAMILA CHAVES DA COSTA 3
CAMILA BRASIL MOREIRA 4
ANA KARINA BEZERRA PINHEIRO 5
1. GRADUANDA EM ENFERMAGEM / BOLSISTA DO PET/SESu - DEPTO DE ENFERMAGEM - UFC
2. GRADUANDA EM ENFERMAGEM / BOLSISTA DO PIBIC- DEPTO DE ENFERMAGEM - UFC
3. GRADUANDA EM ENFERMAGEM / BOLSISTA DO CNPq- DEPTO DE ENFERMAGEM - UFC
4. ENFERMEIRA. MESTRANDA EM ENFERMAGEM - DEPTO DE ENFERMAGEM - UFC
5. PROFA. DRA./ORIENTADORA - DEPTO DE ENFERMAGEM - UFC
INTRODUÇÃO:
O câncer cérvico uterino é uma neoplasia de grande impacto na saúde pública no Brasil. De acordo com o Instituto do Câncer (INCA), a estimativa de novos casos para 2012 é de 17.540 casos, constituindo-se como o segundo tumor mais frequente na população feminina, perdendo apenas do câncer de mama. Sua frequência é maior em mulheres na faixa etária reprodutiva, com pico nas idades entre 45 e 49 anos, que residem em países em desenvolvimento, com múltiplos parceiros sexuais (ou parceiros com múltiplas parceiras), multíparas, tabagistas e com início precoce da atividade sexual. A causa necessária para a sua ocorrência é a infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV), o qual apresenta mais de 80 subtipos, sendo que os 16 e 18 estão presentes em mais de 80% dos casos de câncer invasor. Diante dessa realidade fatídica, torna-se urgente a implantação de estratégias que visem à diminuição dos índices de casos novos, já que as alterações das células que podem desencadear o câncer são descobertas facilmente no exame preventivo e apesar disso ainda constitui-se como a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi verificar a quantidade de mulheres que realizaram o exame citopatológico Cérvico-vaginal e microflora, no período de 2006 a 2010 e o intervalo de tempo entre os exames tendo como valor de referência a última consulta realizada.
METODOLOGIA:
Estudo do tipo epidemiológico, documental, descritivo, com abordagem quantitativa e delineamento transversal. Utilizaram-se dados disponíveis no site do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), no banco de dados do SisColo, O qual é um sistema de coleta e processamento de informações sobre identificação de pacientes e laudos de exames citopatológicos e histopatológicos, fornecendo dados para o monitoramento externo da qualidade dos exames. Além disso, orienta os gerentes estaduais do Programa sobre a qualidade dos laboratórios responsáveis pela leitura dos exames no município. A população do estudo foi composta por todos os exames realizados pelas mulheres no estado do Ceará, no período de 2006 a 2010, equivalendo a 1.595.555 exames. As variáveis consideradas foram a quantidade de exames citopatológico Cérvico-vaginal e microflora e o intervalo de tempo do exame tendo como valor de referência a última consulta realizada. Os dados foram analisados em relação à frequência absoluta e relativa.
RESULTADOS:
Observa-se que a maioria das mulheres, 773.305 (48,47%), realizou o exame com intervalo de 01 ano, prazo preconizado pelo Ministério da Saúde. No entanto, esse prazo pode ser estendido para um intervalo de três anos nos casos em que as mulheres apresentarem dois exames sem alterações nos últimos dois anos. Evidencia-se uma maior adesão das mulheres a consulta de prevenção, as quais estão mais autônomas e proativas para a realização do autocuidado. Pode-se constatar que 364.196 (22,8%), realizaram o exame com intervalo de 02 anos e 139.649 (8,7%) mulheres fizeram-no com intervalo de três anos. Tais dados demonstram que as mulheres estão tendo acesso ao atendimento dos serviços de saúde e que apesar disso ainda não se pode reduzir a níveis consideráveis o números de casos de morbimortalidade, haja vista tratar-se de um câncer de fácil prevenção. Observa-se ainda que 161.479 (10,12%), realizaram o exame com intervalos superiores a 04 anos, prazos fora da margem de segurança e que requer atenção dos profissionais de saúde para que se desenvolvam estratégias de rastreamento e busca ativa para a realização do exame dentro dos prazos preconizados.
CONCLUSÃO:
Conclui-se que o acesso aos serviços ginecológicos estão cada vez mais facilitados, tendo em vista o número significativo de mulheres assistidas e que realizam o exame dentro do intervalo de tempo ideal para a eficácia da prevenção e detecção precoce de quaisquer alterações no colo uterino e na saúde dessas mulheres. A prevenção dessa neoplasia tem sido um desafio para os profissionais de saúde, em especial os Enfermeiros, pois apesar de ser um método fácil, prático e de baixo custo, ainda continuam crescentes os casos de câncer de colo uterino. Ademais, existem vários fatores que interferem e influenciam nesses índices, tais como a não realização para a consulta de retorno e concepções errôneas de que a simples realização do exame isentará a aquisição do HPV e até mesmo de outras DSTs. Observou-se ainda que mesmo havendo uma cobertura adequada da consulta ginecológica, existe no entanto há um entrave em relação, principalmente a consulta de retorno, a qual é essencial para a eficácia da prevenção. Dessa forma, faz-se necessário ações de Enfermagem que promova estratégias adequadas de detecção precoce e redução da incidência dessa doença na população.
Palavras-chave: Enfermagem, Neoplasia do Colo Uterino, Epidemiologia.