64ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 4. Conservação da Natureza
VALORAÇÃO AMBIENTAL DOS MANGUEZAIS DO RIO ANIL-SÃO LUÍS-MA: DISPOSIÇÃO A PAGAR.
Gisele Martins Cardoso de Araujo 1
Rafael Diego Barbosa Soares 1
Ricardo Fonseca Guimarães 1
Francisca Inalda Oliveira Santos 1
Márcia Fernanda Conceição Setúbal 1
Daniela Cristina Pires Viana 1
1. Depto. de Oceanografia e Limnologia - UFMA, Mestrado em Sustentabilidade de Ecossistemas
INTRODUÇÃO:
A crescente urbanização e a consequente alteração das paisagens e das características ambientais, principalmente nas grandes cidades, têm gerado uma série de problemas, afetando a qualidade de vida de suas populações. a valoração econômica ambiental se tornou imprescindível para o desenvolvimento das bases econômicas para as políticas ambientais. Vários estudos relacionados ao meio ambiente estão sendo desenvolvidos para se determinar uma forma de atribuir valor aos recursos naturais. Os recursos naturais são finitos e necessitam de maior atenção e proteção dos ecossistemas, dentro desse contexto, este estudo teve como objetivo identificar a disposição dos usuários a pagar pelo uso dos “Manguezais do Rio Anil”, na cidade de São Luís-MA, bem como caracterizar o perfil destes usuários.
METODOLOGIA:
Este estudo foi realizado na zona urbana do município de São Luís-MA. Os dados utilizados para a respectiva pesquisa foram procedentes de fonte primária, coletados por meio de entrevistas feitas nos meses de dezembro de 2011 e janeiro de 2012, na zona urbana do município de São Luís - MA. O levantamento foi feito por meio de questionários aplicados a uma amostra da população da capital maranhense, em pontos de grande fluxo de pessoas localizados no centro da cidade. As entrevistas foram feitas pelos alunos do Programa de Pós-graduação em Sustentabilidade de Ecossistemas-PPGSE da Universidade Federal do Maranhão –UFMA. Para a estimativa do valor econômico por hectare na Disposição a pagar foi vetorizada utilizando uma aerocarta do ano de 2009 da região norte da ilha do Maranhão.
RESULTADOS:
Na pesquisa foram entrevistados um total de 100 pessoas sendo 32% homens e 68% mulheres pode-se observar que grande parte dos entrevistados (22%) possui renda familiar em torno de 3 salários. Porém vale ressaltar que houve boa participação de entrevistados que possuíam renda familiar em acima 3 salários (19%) e acima de 5 salários (16%), o restante tendo renda de 0 a 2 salários. Cerca de 79% dos entrevistados estariam dispostos a contribuir de alguma forma para a conservação do Rio Anil, porém, desses 79%, 21% estariam dispostos a pagar mensalmente, e 58% estariam dispostos a pagar anualmente pela conservação do rio Anil. as pessoas estariam dispostas a pagar para a recuperação e manutenção do manguezal do rio Anil, destacam-se os estratos entre 5 a 29 reais. Cabe destacar que o procedimento de coleta destes valores utilizou a técnica do “leilão” que necessitava da sugestão de um valor inicial, (embora o entrevistado tivesse liberdade para não pagar valor algum, ou pagar valores menores), estipulado em R$5,00.
CONCLUSÃO:
Os valores obtidos na DAP demonstram que mesmo o público tendo a percepção próxima do senso comum (conhecimento empírico), busca sempre nas atribuições ambientais proporcionadas por essas áreas o suprimento ou complemento de qualidade de vida. A valoração ambiental dos manguezais do Rio Anil possibilitou compreender que o “valor ambiental” da área está diretamente associado a preço, ou seja, valor monetário. Os recursos naturais são propositores de serviços ambientais que influenciam diretamente na qualidade de vida do ser humano. Constatou-se que apenas 79% dos usuários do parque estariam dispostos a pagar um valor de entrada para a conservação e manutenção dos manguezais do Rio Anil, pequena parte dos entrevistados não dispostos a pagar deixaram evidente que a manutenção da área é uma atribuição do governo e de órgãos governamentais. Porém, a população se mostrou favorável a um maior investimento do governo em parques e áreas verdes na cidade. A principal justificativa (18%) foi o conjunto de benefícios gerados para o “uso do mangue pelas gerações futuras”. Em segundo lugar, ficou a manutenção do planeta com 13%.
Palavras-chave: Valoração, Manguezal, Sustentabilidade.