IMPRIMIRVOLTAR
D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 5. Nutrição
PESQUISA EXPERIMENTAL: DIETA A BASE DE FARELO DE SOJA
Francielle Taís Rossoni 1   (autor)   franrossoni@terra.com.br
Cláudia Inês Sônego 1   (autor)   claudianut@pop.com.br
Rafaela Davantel Marchiori 1   (autor)   davantel@terra.com.br
Thaís Flávia de Andrade Nogueira Gonçalves 1   (autor)   thais-goncalves@bol.com.br
Maristela Delbem Almeida 1   (autor)   marisnut@hotmail.com
Silvana Albrecht 1   (autor)   
Stefanie Belcaro 1   (autor)   
Viviane Bassan Tobias 1   (autor)   
Patrícia Karina Comiran 1   (autor)   patriciakarinacomiran@bol.com.br
Priscila Antônia Colombo 1   (autor)   
1. Departamento de Ciência, Tecnologia de Alimentos e Nutrição Básica - Faculdade de Nutrição - UFMT
INTRODUÇÃO:
Por sua origem milenar e oriental, provavelmente a soja chegou até nós em forma de pratos muitas vezes exóticos e as informações sobre seu valor nutritivo são encaradas com negativismo excessivo ou exageros infundados (MORAES,2003). O farelo resultante da extração do óleo, pelo seu alto teor protéico, é um importante ingrediente na elaboração de ração animal. SNYDER e KWON (1987) apud MIURA et al (2000) relataram que o farelo de soja contém cerca de 40% de proteína e, a partir do desengorduramento, é possível produzir vários subprodutos, como concentrados, isolados e texturizados protéicos. A adição de farinha de soja desengordurada a produtos a base de cereais, como as farinhas de trigo e de milho, é um meio barato de melhorar o valor nutricional, elevando o valor protéico dos produtos alimentícios elaborados. Segundo MORAIS et al (2003), a soja tem perspectivas de exercer impacto na saúde pública porque tem efeitos benéficos na prevenção e tratamento da desnutrição comunitária, assim como na prevenção e tratamento de algumas doenças crônicas, devido a seu efeito funcional. Para otimizar os resultados, é importante conhecer a composição e processar adequadamente os grãos e seus produtos, optar pelo melhor derivado e utilizá-lo na quantidade correta. Sendo assim, este estudo pretende, além de avaliar a eficácia de uma dieta à base de farelo de soja, contribuir para divulgação desta leguminosa que é um alimento essencial numa alimentação variada, completa e saudável.
METODOLOGIA:
O experimento foi conduzido no Laboratório de Nutrição Experimental, da Faculdade de Enfermagem e Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso, no período de 12 a 24 de março de 2004. Foram utilizados 18 Rattus norvegicus da linhagem Wistar, recém-desmamados, com aproximadamente 21 dias de vida e com cerca de 55,42g de peso vivo, alojados em gaiolas metabólicas durante 12 dias. Os animais foram divididos em 3 grupos de 6 ratos:grupo 1 - dieta à base de caseína (AIN-93G); grupo 2 - dieta à base de soja e grupo 3 - dieta aproteica. A dieta teste foi preparada seguindo a formulação do AIN-93G, sendo que a caseína foi substituída pela proteína de soja, proveniente do farelo de soja. Os animais foram pesados a cada 3 dias em balança semi-analítica (0,01g). A ração rejeitada foi pesada diariamente em balança semi-analítica estimando-se a consumida, e em seguida foi feita a reposição das mesmas até completar 15g. Para a avaliação do valor biológico das rações, foram utilizados os índices Coeficiente de Eficiência Alimentar (CEA), Calorias de Origem Protéico Utilizáveis (NDpCal), Cômputo Químico (CQ) e Quociente da Eficiência Líquida da Proteína (NPR).
RESULTADOS:
Observou-se que a média de ração consumida do grupo da dieta teste foi superior quando comparada ao aproteico, entretanto, inferior ao grupo controle. Em relação ao peso, verificou-se que o ganho ponderal do grupo controle e do grupo da soja não apresentou diferença significativa, enquanto que o grupo aproteico apresentou um peso médio final de 2,5 vezes menor em relação ao grupo de soja. A composição aminoacídica da proteína de soja mostrou-se bem inferior a composição aminoacídica da proteína padrão (FAO-73), sendo o aminoácido limitante a metionina+cistina representando 38%. Quanto ao coeficiente de eficiência alimentar, obteve-se valores de 10,56 para dieta padrão e 5,65 para dieta teste. Observou-se que 12,53% das calorias totais da dieta teste são de origem protéica, enquanto que para a dieta padrão 15,60% das calorias totais são fornecidas pelas proteínas. Analisando-se o quociente da eficiência líquida da proteína, verificou-se para o grupo teste o valor de 34,99 e 38,37 para o grupo controle.
CONCLUSÕES:
Segundo os resultados apresentados nota-se que o farelo de soja apresenta-se como uma boa fonte protéica, mas não deve ser estimulado o seu consumo isolado em uma refeição, devido ao reduzido percentual de aproveitamento protéico.
Instituição de fomento: Universidade Federal de Mato Grosso
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  farelo de soja; proteína; dieta.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004