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E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade
COMPARAÇÃO DE MÉTODOS DE AMOSTRAGEM DE LAGARTA-DA-SOJA NA CULTURA DA SOJA EM DIFERENTES ESPAÇAMENTOS
Juliano Ricardo Farias 1, 2, 5   (autor)   jrfarias@mail.ufsm.br
Jerson Carús Guedes 3, 5   (orientador)   jerson.guedes@smail.ufsm.br
Heleno Maziero 4, 5   (colaborador)   hmaziero@mail.ufsm.br
Samuel Roggia 1, 2, 5   (colaborador)   sr roggia@yahoo.com.br
Nilson Mattioni 2, 5   (colaborador)   nilsonmattioni@mail.ufsm.br
1. Bolsista PET
2. Acadêmico de Agronomia
3. Prof. Dr. Entomologia
4. Mestrando de Agronomia
5. Depto. de Defesa Fitossanitária, Universidade Federal de Santa Maria - UFSM.
INTRODUÇÃO:
A cultura da soja esta sujeita ao ataque de diversos insetos-praga desde a sua implantação até a colheita. Dentro dos insetos desfolhadores se destaca a lagarta-da-soja Anticarsia gemmatalis, pela ocorrência na maioria das lavouras e danos que pode causar. Devido aos avanços tecnológicos e a valorização do produto no mercado externo, vem ocorrendo grande aumento de produção e produtividade da soja nos últimos anos. Entretanto, os custos de produção também aumentaram, sendo os inseticidas responsáveis por grande parte deste incremento. Portanto, é imprescindível que a decisão do momento ou necessidade de aplicação de um determinado inseticida deve basear-se no nível de controle. Para determinar a população média de lagartas presente na lavoura o principal método utilizado é o “pano-de-batida”, no entanto, dado várias situações de ordem prática e econômica, tem sido negligenciado como instrumento de avaliação de populações de lagarta-da-soja. Entretanto, existe a possibilidade da utilização de uma variação deste equipamento, chamado “pano-vertical”, que apresenta maior facilidade de manipulação e menor tempo para a realização das amostragens, além disso, existem indícios de que apresenta maior eficiência de amostragem em relação ao “pano-de-batida”. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo comparar o “pano-de-batida” tradicionalmente recomendado para a amostragem de lagartas desfolhadoras da cultura da soja com o “pano-vertical” em diferentes espaçamentos.
METODOLOGIA:
O experimento foi conduzido em campo, na área experimental do Departamento de Defesa Fitossanitária, no Campus da Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria, RS, na safra agrícola de 2003/04. A soja, cv. Coodetec 205, foi semeada em sistema plantio direto, em 27/12/2003, na população de 400 mil plantas por hectare nos três espaçamentos. O “pano-de-batida” foi confeccionado de tecido branco com largura ajustável para cada espaçamento entre linhas e nas bordas preso por duas ripas de madeira, e possuindo um metro de comprimento. Já os panos verticais estavam constituídos de um pano branco com altura ajustável com a altura das plantas, sendo que na borda superior possui uma ripa e na inferior é preso em um cano de PVC de 100 mm cortado ao meio formando uma “calha” e comprimento conforme o método. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com 12 repetições, em esquema fatorial, sendo o fator A representado pelos métodos de amostragem: A1 – “pano-de-batida”, A2 – “pano-vertical” de 1,0 m e A3 - “pano-vertical” de 0,5 m de comprimento. O fator B constou de três espaçamentos entre linhas da soja: B1 – 0,30 m, B2 – 0,40 m e B3 – 0,50 m. A avaliação foi realizada no dia 09/02/2004, quando a soja apresentava-se em estádio V8. Antes da análise os dados (número de lagartas) foram transformados em raiz quadrada do valor mais 0,5 para sua normalização. Os valores obtidos foram transformados para lagartas por m2 para facilitar analise.
RESULTADOS:
A número médio de lagartas do experimento ficou em 3,59 lagartas/ m2. Houve diferença significativa entre métodos de amostragens e espaçamentos entre linhas e interação dos dois fatores pelo teste F a 1% de probabilidade de erro. Os panos verticais de 0,50 m e 1,0 m coletaram maior número de insetos que o “pano-de-batida”, ou seja, permitiram a coleta de um maior numero dos insetos, representando com maior eficiência na amostragem a população da lavoura. O espaçamento de 0,30 m entre linhas apresentou maior número de lagartas. Nos espaçamentos de 0,40 e 0,50 m as médias de lagartas foram equivalentes. O “pano-de-batida” coletou número equivalente de lagartas nos três espaçamentos. Com os panos verticais de 1,0 m e 0,50 m foram coletadas maior número de lagartas nos espaçamentos de 0,30 m e 0,40m. No espaçamento de 0,50 m não houve diferença entre os métodos. A proximidade entre fileiras diminui a eficiência do “pano-de-batida”, possivelmente pela perda de insetos no momento de sua retirada do meio das fileiras. De outro lado, o “pano-vertical” serve de anteparo às lagartas que são batidas e se fixariam na fileira adjacente.
CONCLUSÕES:
Os panos verticais são mais eficientes na amostragem de lagartas-da-soja nos espaçamentos de 0,30 e 0,40 m na cultura da soja. A população de lagartas é maior no espaçamento de 0,30 m. O “pano-vertical” pode ser recomendado para amostragem da lagarta-da-soja na cultura da soja, especialmente para espaçamentos abaixo de 0,50 m e por apresentar maior praticidade de amostragem.
Instituição de fomento: Universidade Federal de Santa Maria
Palavras-chave:  amostragem; lagarta-da-soja; pano-de-batida.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004