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H. Artes, Letras e Lingüística - 3. Literatura - 4. Literaturas Modernas
Prosa e Poesia contemporâneas no Mato Grosso
Mário César Silva leite 1   (orientador)   mcsl@terra.com.br
Edilson Floriano Souza Serra 2   (autor)   
Everton Barbosa Almeida 3   (autor)   evertown@hotmail.com
José Alexandre Vieira da Silva 4   (autor)   jalexvs@ibest.com.br
Marta Helena Cocco 5   (autor)   martacocco@uol.com.br
1. Professor da Graduação e Pós-Graduação do Instituto de Linguagens da UFMT
2. Pós-Graduando do Instituto de Linguagens da UFMT
3. Pós-Graduando do Instituto de Linguagens da UFMT
4. Pós-Graduando do Instituto de Linguagens da UFMT
5. Pós-Graduando do Instituto de Linguagens da UFMT
INTRODUÇÃO:
Este trabalho parte de uma problematização sobre as relações entre literatura, identidade e região em Mato Grosso. Dentre a literatura produzida, atualmente, no estado ou sobre o estado, selecionamos quatro autores: Ricardo Guilherme Dicke, Tereza Albues, Lucinda Persona e Marta Helena Cocco, dois prosadores e duas poetas respectivamente.
Interessa-nos verificar em que medida a cultura, em seus des-limites de universalidade e regionalidade, seus símbolos e demais representações participam da produção literária desses escritores. Serão enfatizados os elementos da contemporaneidade que são objetos de reflexão dos narradores e dos eus líricos.
Os objetivos desta pesquisa são a contribuição para ampliar a discussão já existente sobre a literatura de Mato Grosso e a interpretação de aspectos das obras dos referidos autores que constituam incentivo ao debate das seguintes questões: Que elementos unificariam a diversidade interna do conjunto literário mato-grossense? Que idéia temos de região? Que região literária se engendra, possivelmente, a partir da região enquanto conjunto de dados geográficos e culturais?
METODOLOGIA:
A pesquisa será qualitativa com apoio teórico dos pressupostos críticos que privilegiam os estudos do contemporâneo, da antropologia do imaginário e da estilística dos textos.
Os participantes são alunos do programa de Mestrado em Estudos da Linguagem (MeEL) da UFMT, cuja linha de pesquisa é a de Estudos Literários, e pesquisadores do grupo RG-Dicke de estudos em literatura e cultura do Mato Grosso, vinculado ao CNPq: Edilson Floriano Souza Serra, Everton Barbosa Almeida, José Alexandre Vieira da Silva e Marta Helena Cocco.
RESULTADOS:
A obra de Tereza Albués é caracterizada basicamente pela espiritualização (busca interior através da religiosidade) e de manifestações místicos-esotéricas conectadas com elementos de alta conotação regional. Estas características são assentes em obras da autora, tais como: Pedra Canga (1980), Chapada da Palma Roxa (1991), Travessia dos sempre vivos (1993) e O berro do cordeiro em Nova Yorque (1995).
A obra de Lucinda Persona analisada, três livros de poemas (Por Imenso Gosto, Ser Cotidiano e Sopa Escaldante), revela uma aguda reflexão a partir dos espaços domésticos. Nesses espaços, sejam de território físico ou psicológico, transitam seres e símbolos e/ou imagens de vigoroso potencial epifânico a revelar ao eu lírico as mais inquietantes sensações do ser-estar no mundo.
A obra de Ricardo Guilherme Dicke selecionada para este estudo é o romance Cerimônias do Esquecimento que, em suma, trata de um rito de passagem ao fim do qual a humanidade passa por uma grande transformação. O aspecto preponderante da discussão é a constituição da memória que, entre outros, pode ser entendida também como componente necessário ao funcionamento (e à própria existência) de nossas práticas sociais.
Nos textos da escritora Marta Helena Cocco, como resultado de um conflito entre o Eu e o mundo, que caracteriza o sujeito pós-moderno, encontramos um eu lírico que ora aponta para a temática social, tomando como pano de fundo o espaço físico local, ora desloca-se para um espaço de fronteiras psicológicas onde é travada permanente luta de construção e desconstrução de identidades.
CONCLUSÕES:
Como conclusão parcial, podemos dizer, que possuímos uma produção literária que se diferenciará em alguns aspectos das que são produzidas no interior de outros espaços. Vista dessa maneira, o estado mato-grossense não seria apenas uma entidade política, mas algo que produz sentidos – um sistema de representação cultural – pois as pessoas não são apenas cidadãs legais de um lugar, elas participam da idéia de localidade em que estão inseridas, assim, uma região seria uma comunidade simbólica e isso explicaria seu poder para gerar um sentimento de identidade.
Palavras-chave:  Literatura Mato-grossense; Contemporaneidade; Região.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004