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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação
O ESTUDO DOS FASCÍCULOS DE ANTROPOLOGIA NO CURSO DE PEDAGOGIA NA MODALIDADE A DISTÂNCIA DO NEAD/UFMT E SUA APLICABILIDADE NO EXAME DA PROBLEMÁTICA DO PRECONCEITO RACIAL, PELOS PROFESSORES/ACADÊMICOS
Jeane Maria de Freitas Rocha 1   (autor)   ssantos@yahoo.com.br
Jocelita Giordani 2   (autor)   jocelitag@yahoo.com.br
1. Orientadora Acadêmica do NEAD/UFMT no Pólo de Colider - MT
2. Orientadora Acadêmica do NEAD/UFMT no Pólo de Colider-MT e Mestranda do PPGE/IE/UFMT
INTRODUÇÃO:
O Brasil tem a segunda maior população negra do mundo, só perdendo para a Nigéria. O escamoteamento do preconceito em relação a este grupo, acaba estimulando uma pluralidade de mecanismos de dissimulação do racismo, além de reforçar a “invisibilidade” do negro na sociedade brasileira. Estas posturas e práticas são mantidas e sedimentadas pelos currículos dos cursos de formação de professores e na prática pedagógica destes. O Curso de Pedagogia na Modalidade a Distância do NEAD/UFMT, apresenta a diversidade como um dos pilares do seu currículo , neste sentido, insere a ciência Antropologia como parte da área de Fundamentos da Educação. O objetivo deste trabalho de pesquisa é investigar a aplicabilidade dos estudos dos fascículos de Antropologia no exame da problemática do preconceito e discriminação racial do aluno negro no contexto escolar, pelos professores/acadêmicos do curso.
METODOLOGIA:
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cuja coleta de dados se deu durante o momento avaliativo (Meio 1 e Meio 2) dos estudos de Antropologia no curso de Pedagogia na Modalidade a Distância do NEAD/UFMT. Os sujeitos pesquisados foram um grupo de vinte professores/acadêmicos do município de São José do Rio Claro, Pólo de Diamantino, no ano de 2000. Os instrumentos de coleta de dados foram a observação participante e análise documental. Os relatos orais foram gravados em fitas K-7 durante a avaliação do percurso (Meio 1) e os documentos analisados foram as Avaliações Dissertativas (Meio 2) destes sujeitos. O referencial teórico que subsidiou a análise foram: BANDEIRA, PCNs - Temas Transversais, DA MATTA, dentre outros.
RESULTADOS:
A questão central que orientou nossa pesquisa empírica foi a busca de elementos, nos relatos orais e escritos dos professores/acadêmicos, que denotassem a aplicabilidade dos estudos dos fascículos de Antropologia no exame da problemática do preconceito e discriminação racial do negro. Os mais diversos e subjetivos sentimentos se manifestaram nos relatos destes sujeitos acerca do preconceito com o outro diferente. Observamos que a partir do estudo do fascículo 2, que aborda o movimento da construção dos conceitos fundamentais desta ciência, como cultura, etnocentrismo, relativismo, alteridade, os relatos apontam para um descentramento de posturas preconceituosas e etnocêntricas construídas e sedimentadas ao longo da história destes professores e perpetuada por eles através da transmissão destes “ensinamentos” aos seus alunos na prática cotidiana. Nos estudos dos fascículos 3 e 4 que abordam a relação educação versus cultura sob o enfoque da diferenciação étnico-cultural e suas implicações educativas, os professores acadêmicos refazem sua trajetória pessoal, na qual muitos deles, também negros e nordestinos, relatam que sentiam-se “envergonhados” desta condição, denotando um olhar para si na busca de superação dos seus próprios preconceitos, e por conseguinte, das práticas mecânicas e reprodutivistas que tem contribuído, sobremaneira, para o escamoteamento do preconceito racial.
CONCLUSÕES:
O resultado deste trabalho investigativo, nos possibilitou algumas inferências para além do objetivo proposto, ou seja, de como o estudo da ciência antropológica permitiu um outro olhar do professor/acadêmico para a problemática do negro. Os relatos apresentam uma (des) construção de conceitos que se estabelece na praxis destes profissionais. Contudo, percebe-se que há a necessidade de um aprofundamento da questão da discriminação racial do afro-brasileiro, compreendo-a no contexto histórico onde foi gestada, bem como, mecanismos de superação que podem ser contemplados no currículo escolar.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Educação; Antropologia; preconceito racial.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004