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E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
EFEITO DA PROFUNDIDADE E DO SUBSTRATO SOBRE A EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS DE Heteropteris aphrodisiaca O. Mach. (MALPIGHIACEAE)
Ademir Alves da Costa Junior 1   (autor)   junioragroboy@pop.com.br
Patrícia Sedrez da Rosa e Silva 2   (autor)   psedrez@hotmail.com
Maria Cristina de Figueiredo e Albuquerque 3   (autor)   mariacfa@cpd.ufmt.br
Sebastião Carneiro Guimarães 3   (orientador)   sheep@cpd.ufmt.br
1. Aluno de graduação em Agronomia, bolsista PIBIC/DFF/FAMEV/UFMT
2. Eng. Agr. M.Sc. em Agricultura Tropical CEFET Agrotécnica de Cuiabá
3. Prof. Dr. Depto de Fitotecnia e Fitossanidade/FAMEV/UFMT
INTRODUÇÃO:
O estado de Mato Grosso possui biodiversidade muito alta, tanto em biomas, quanto em espécies. No entanto, os avanços desenfreados e desmedidos do processo de mecanização da agricultura, do crescimento de áreas de monocultura, das queimadas não controladas e da extração madeireira sem manejo estão levando à destruição e erosão dos recursos genéticos. Esses acontecimentos põem em risco o processo natural de reconstituição da vegetação e de manutenção das populações que neles vivem. Os recursos medicinais do cerrado são importantes para as populações locais, que os utilizam como anti-hemorrágicos, diuréticos, anti-reumáticos, laxativos, anti-resfriados, entre outros. A espécie nó-de-cachorro (Heteropteris aphrodisiaca) é um desses recursos, cujas raízes são usadas com finalidade afrodisíaca, para debilidades nervosas, desinteria, doenças venéreas, males oftálmicos e males uterinos. A intensificação do uso de plantas medicinais, verificada no Brasil nos últimos anos impõe a necessidade de estudos sobre a germinação da semente dessas espécies, com a finalidade de se obter subsídios para o seu cultivo e estudos fitoquímicos. O presente trabalho teve como objetivo fornecer informações a respeito da propagação do nó-de-cachorro que subsidiem o cultivo da espécie, sendo avaliado o efeito da profundidade de semeadura e do tipo de substrato sobre a emergência das plântulas.
METODOLOGIA:
O experimento foi conduzido em casa-de-vegetação, na Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso, com sementes de nó-de-cachorro coletadas na Fazenda Invernada, no município de Chapada dos Guimarães, MT, nos meses de setembro e outubro de 2003. Utilizou-se vasos plásticos pretos, com três litros de capacidade, com fundo perfurado, que foram preenchidos com dois tipos de substrato: terra e terra + areia na proporção de 1:1. As profundidades de semeadura testadas foram 0, 1, 2, 3, 4 e 5 cm. A unidade experimental foi constituída por um vaso, que recebeu 20 sementes. A irrigação foi realizada diariamente, na superfície do substrato. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com quatro repetições, no esquema fatorial 2 x 6 (dois substratos e seis profundidades de semeadura). Diariamente, durante 60 dias, realizou-se a contagem das plântulas emersas e, ao final do experimento, avaliou-se as sementes não germinadas ou plântulas não emersas. Com os dados determinou-se a porcentagem e velocidade de emergência (VE). As sementes duras foram avaliadas quanto à sua viabilidade mediante a utilização do teste de tetrazólio. Realizou-se a análise de variância dos dados para determinar o efeito de cada fator e da interação. As médias obtidas para os tratamentos foram comparadas pelo teste de Scott e Knott a 5% de probabilidade.
RESULTADOS:
A análise de variância para os dados de porcentagem de emergência indicou comportamento diferente entre as profundidades de semeadura (p < 0,05), mas não houve efeito de substrato e nem da interação substrato x profundidade (p > 0,05). Os maiores valores ocorreram nas profundidades de 0 e 1 cm, cujas médias foram 63,7 e 56,9%, respectivamente. Nas profundidades de 2 e 3 cm a emergência foi estatisticamente inferior, com valores médios de 33,7% e 15,0%. Para velocidade de emergência foram analisados somente os dados das profundidades de 0, 1, 2 e 3 cm, pois nas demais os valores foram muitos baixos ou nulos. Essa característica foi maior nas profundidades de 0, 1 e 2 cm, estatisticamente superiores à profundidade de 3 cm. Assim, nas profundidades de 0 e 1 cm obteve-se a maior porcentagem de emergência e a maior velocidade do processo. Ao final do ensaio, pôde-se verificar, ao analisar o material propagativo exumado, que várias sementes dispostas nas profundidades de 3, 4 e 5 cm tinham germinado, porém suas plântulas não conseguiram alongar suficientemente o epicótilo para transpor a camada de substrato e atingir a superfície (emergir).
CONCLUSÕES:
As sementes de nó-de-cachorro apresentam máxima emergência e velocidade de emergência quando semeadas a 0 e 1 cm de profundidade. Não há diferença entre os substratos terra e terra + areia na proporção de 1:1. Nas profundidades de 4 e 5 cm ocorre germinação das sementes, mas a emergência de plântulas é muito baixa ou nula.
Instituição de fomento: CNPq/UFMT
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  germinação; nó-de-cachorro; planta medicinal.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004