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C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 5. Micologia
ISOLAMENTO E ESPORULAÇÃO DE Mycosphaerella musicola IN VITRO E EFEITO ECOLIFE-40R
Daline Vinhal Pereira 1   (autor)   dpereira@esalq.usp.br
Paulo Sérgio Bevilaqua de Albuquerque 1, 2   (colaborador)   psbalbuq@esalq.usp.br
Sérgio Florentino Pascholati 1   (orientador)   sfpascho@esalq.usp.br
Joao Pisa 3   (co-orientador)   
1. Depto. de Fitopatologia, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz- ESALQ/ USP
2. Centro de Energia Nuclear- CENA/ USP
3. Empresa Quinabra
INTRODUÇÃO:
O mercado mundial de bananas, estima-se, movimenta cerca de US$ 9 bilhoes por ano. Fruta mais consumida em todo o mundo, a banana é destaque na fruticultura de mais de 120 países, ocupando 10 milhões de hectares.”(Embrapa, 2004; Agrianual,2000).
Em países como Equador e Colômbia constitui-se num produto estratégico para a economia nacional, mas a maior produção latino americano de banana, cabe ao Brasil. (Perez, IEA).
Dentre as doenças que afetam a cultura da bananeira, as cercosporioses são as mais prejudiciais, podendo acarretar perdas na produção de até 50%. A doença mal-de-Sigatoka ou Sigatoka amarela, está presente em todas as regiões produtoras de banana no Brasil. O agente causal desta doença é a Mycosphaerella musicola.(LEACH) MULDER. (Albuquerque, 1993)
Os fungicidas atualmente utilizados no controle do mal-de-Sigatoka pertencem ao grupo dos triazóis e benzimidazóis, sendo que o produto propiconazole (triazol) em comparação com triadimenol (triazol) e benomyl (benzimidazol) apresenta maior eficiência. (Albuquerque, 1993).
O presente trabalho tem como objetivo o isolamento e esporulação de M. musicola para verificação de efeito fungicida do produto Ecolife-40â, cuja eficiência no controle do mal-de-Sigatoka foi comprovada por Dario em 1998.
METODOLOGIA:
Pedaços de folhas de bananeiras, coletados na ESALQ, com lesões da doença mal-de-Sigatoka, no estádio 4 da escala de Brun, foram desinfestadas em solução de hipoclorito a 5% e colocados em câmara úmida por 48 horas.
Conídios formados nos esporodóquios das lesões, foram transferidos para placas de Petri contendo meio V8 (100 mL de suco V8, 900 ml de água e 0,03 g de estreptomicina), e incubadas por 20 dias, à temperatura ambiente, sob regime de luz contínua.
Prosseguiu-se sucessivas seleções dos setores das colônias com maior capacidade de esporulação, repicados para novas placas contendo meio V8 ou meio de soja (20 g de farinha de soja; 20g de Agar, 20 g de dextrose, 1000ml de água destilada e 0,03 g de estreptomicina).
Placas contendo 20 mL de meio de soja, foram semeadas com suspensões de conídios e homogeneizados pela superfície com uma alça de Drigalski
No primeiro teste, discos de papel filtro com 1,4 cm de diâmetro, foram embebidos em água, Tilt e Ecolife-40â nas concentrações 0; 0,2%; 0,5% e 1% e depositados em conjunto, respeitando a mesma concentração, nas placas previamente inoculadas. Foram realizadas 5 repetições e o período de incubação foi de 10 dias nas mesmas condições do isolamento.
No segundo teste, cada placa recebeu um disco de papel embebido em Ecolife-40â nas concentrações 0,5; 1; 5 e 10 %, com quatro repetições.
A avaliação foi feita medindo-se o diâmetro do halo de inibição subtraído do papel.
RESULTADOS:
O fungicida propiconazole provocou halos de inibição nas colônias do fungo, que aumentavam de acordo com a concentração do produto comercial. Os papéis filtro embebidos em água e em Ecolife-40â não apresentaram halos de inibição, ou seja, o tratamento com Ecolife-40â não apresentou uma ação que se diferenciasse do tratamento testemunha.
Esse segundo teste foi realizado para eliminar uma possível atuação do propiconazole sobre o Ecolife-40â , visto que no primeiro teste tais produtos foram aplicados na mesma placa.
Conforme o teste inicial indicou, o produto Ecolife-40â não formou halos de inibição nas concentrações 0,5 % e 1%, formando apenas discreto halo em alta concentração (5 e 10%), o que inviabiliza sua utilização para tal fim.
CONCLUSÕES:
Os ensaios realizados em laboratório demonstraram que o produto Ecolife-40â não apresentou ação fungicida sobre Mycosphaerella musicola. A eficiência do produto sobre a doença mal-de-Sigatoka comprovada em campo por Dario, sugere então que o produto tenha induzido resistência da planta.
Palavras-chave:  banana; Mycosphaerella musicola; Ecolife-40R.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004