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F. Ciências Sociais Aplicadas - 5. Arquitetura e Urbanismo - 5. Arquitetura e Urbanismo
CONDIÇÕES ATUAIS DE MORADIA NO CENTRO DE MACEIÓ
Ana Maria Viera Soares 1   (orientador)   
Íria Rocha Cavalcante de Almeida 1   (autor)   iria_almeida@hotmail.com
Vanine Borges Amaral 1   (autor)   ninearq_ufal@hotmail.com
1. Depto. de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Alagoas - UFAL
INTRODUÇÃO:
INTRODUÇÃO (1288)
O Centro de Maceió foi uma das primeiras aglomerações populacionais a surgir na então vila de Maceió no inicio do século XIX. Suas atividades iniciais foram se descaracterizando devido ao crescimento acelerado e a conseqüente degradação da área central aliada ao surgimento de novas centralidades. Antes um bairro de caráter administrativo, institucional e habitacional, este tem hoje um papel comercial de maior relevância.
Por possuir características de um centro histórico, o Centro é definido pelo decreto nº 5700 de 01/01/1997 como uma Zona Especial de Preservação 2 – ZEP 2, que tem como objetivo preservar os conjuntos históricos, seu patrimônio cultural, artístico e arquitetônico, restaurando as fachadas dos prédios e também seu interior.
O presente estudo parte da necessidade de compreender o que vem a ser, atualmente, o morar no Centro de Maceió com base na existência de algumas áreas residenciais remanescentes na região e levando em consideração o fato do mesmo ser considerado uma zona de valor histórico. A pesquisa visa detectar as principais falhas existentes na rede de serviços e infra-estrutura local. Faz um diagnóstico das condições atuais de moradia, sendo útil para a implementação de políticas posteriores que almejem requalificar o bairro como área residencial.
METODOLOGIA:
METODOLOGIA (924)
No primeiro momento houve uma revisão da literatura específica onde foram coletadas informações a respeito do uso do solo do Centro bem como sua formação histórica e evolução urbana. Através de uma análise comparativa de imagens entre o fim do século XIX e meados do século XX pôde-se verificar as transformações nas configurações urbana e arquitetônica do bairro em questão.
Junto à Secretária Municipal de Planejamento e Desenvolvimento foram selecionadas as regiões com maior incidência de edificações residenciais, as quais se apresentam de maneira dispersa na área de estudo. Ocorreu um reconhecimento do espaço físico através de visitas no local que resultou em um levantamento fotográfico e elaboração de croquis.
Concomitantemente ao levantamento foi aplicado, nos residentes, um questionário de forma a traçar o perfil do atual morador do Centro de Maceió analisando aspectos sócio-econômicos e o espaço construído.
RESULTADOS:
RESULTADOS (1266)
A aplicação dos questionários possibilitou o conhecimento do perfil dos atuais moradores da região demonstrando insatisfação à questão devido ao descaso do poder público. Em sua maioria são pertencentes à classe média baixa com renda advinda de pequenos estabelecimentos comerciais situados próximos às suas residências ou sendo as mesmas seu próprio local de trabalho.
A carência de segurança foi o fundamental ponto de preocupação dos moradores principalmente fora do horário comercial, momento em que o número de transeuntes é bastante reduzido.
A falta de investimentos e incentivos culturais tornam teatros, museus, bibliotecas, inacessíveis à população. Proporcionam deficiência nas opções de lazer e contribuem para a evasão dos residentes para outras localidades a fim de suprir tal necessidade.
A população residente no Centro considera razoável a oferta de serviços básicos de saneamento, telefonia e iluminação pública. O maior problema encontrado é a drenagem do bairro do Centro, onde há ligações clandestinas de esgoto sanitário na rede de drenagem pluvial.
A grande parte dos entrevistados relatou dependência de transporte coletivo. Já os usuários de transporte particular referiram-se às dificuldades quanto ao local para o estacionamento dos mesmos.
CONCLUSÕES:
CONCLUSÃO (1234)
O Centro de Maceió, a partir dos dados observados, apresenta condições não adequadas à moradia. Fato justificado pela ausência de um planejamento urbano congregado à falta de políticas de incentivo à conservação e manutenção do bairro. É notório o descaso do poder público quanto a requalificação do Centro como área de habitação. Com a futura implantação do Centro administrativo do Estado no bairro, muitos imóveis residenciais estão sendo desapropriados, o que reforça a afirmativa anterior.
Apesar da existência de estudos e propostas para a requalificação urbana no Centro de Maceió, a exemplo do Primeiro Plano de desenvolvimento do Centro, realizado pela Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento em 2001, não vem ocorrendo uma ação consensual entre os poderes municipal e estadual.
Esse impasse resulta em um número cada vez mais reduzido de moradores, sendo isto causa e conseqüência da degradação do bairro. Moradia implica numa maior conservação (ambiental), partindo da própria população residente a iniciativa de preservação e organização do local. Enquanto não for criada uma política urbana que traga consigo a participação popular, de nada adiantarão os esforços e tentativas para consolidar esse problema.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  habitação; Centro; Preservação.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004