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F. Ciências Sociais Aplicadas - 5. Arquitetura e Urbanismo - 2. Paisagismo e Projetos de Espaços Livres Urbanos
ESPAÇOS PÚBLICOS X ESPAÇOS CONDOMINIAIS: ESTUDO DE CASO
Andreia Lopes Muniz Corrêa 1   (autor)   andreia.muniz@ctec.ufal.br
Geraldo Majela Gaudêncio Faria 1   (orientador)   Prof. Dr. / gmgs@fapeal.br
1. Depto. de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Alagoas - UFAL
INTRODUÇÃO:
Os espaços de uso público da cidade são áreas acessíveis a qualquer cidadão. São espaços previstos para o convívio social, que recebem usos diferenciados no decorrer da História. Hoje, o crescente individualismo tende a tornar essas áreas cada vez mais ociosas em termos de locais de sociabilidade. Mas, existem também os espaços de uso comunitário restrito, espaços condominiais, destinados a um público particular, a determinado grupo social. No Conjunto Residencial Jardim Vaticano, localizado no bairro de Mangabeiras, em Maceió-AL, existem esses dois tipos de espaço, e por isso o local foi escolhido para o presente trabalho. O conjunto está inserido em uma área residencial de alta densidade, com tipologia de edifícios residenciais verticais. O Conjunto é formado por 20 prédios, foi construído em duas fases e é habitado por famílias de classe média. As áreas condominiais situam-se no pavimento térreo, entre os pilotis. As áreas de uso público estão distribuídas em quatro pontos, com acesso livre aos moradores e visitantes. O objetivo do trabalho é a comparação entre as áreas públicas e comunitárias do local escolhido, focando o atual uso dessas áreas e, conseqüentemente, a atual demanda da população.
METODOLOGIA:
A pesquisa fundamenta-se em observações in loco, entrevistas com moradores, produção e coleta de materiais gráficos, como fotos, plantas e mapas, e coleta de documentação referente ao local. As visitas foram feitas em dias e horários alternados, bem como as entrevistas, para possibilitar a análise do uso.
RESULTADOS:
As observações realizadas no local demonstram uma subutilização dos espaços de uso público, comparativamente aos espaços condominiais. Isso se deve ao modo de vida dos moradores do conjunto. Estes, diferentes de moradores de áreas de baixa renda, relatam preferir outras formas de lazer, como shopping center e, por isso, a maioria não freqüenta assiduamente os espaços de uso público do conjunto. Porém, outro panorama se mostra nas áreas condominiais. Além dessas áreas serem mais cuidadas e estarem atualmente em fase de reforma em muitos prédios, seu uso é bem maior que o das áreas públicas. Isso mostra outro fenômeno, que é uma maior preferência dos espaços condominiais, principalmente pelas crianças.
CONCLUSÕES:
Com a análise dos resultados obtidos, foi concluído que os projetos das áreas públicas e das áreas condominiais de conjuntos residenciais de alta densidade são concluídos sem um estudo adequado quanto à tendência das formas de apropriação e uso destes. A tipologia dos prédios define os espaços que serão privados ou não, não havendo um estudo maior sobre as demais áreas. Essa despreocupação na fase projetual reflete-se na subutilização dessas áreas. Há uma tendência ao maior uso das áreas coletivas, quando comparadas às públicas. Isso indica mudanças nas formas de convívio social, onde a população procura interagir com atores pré-selecionados, daí a preferência por áreas de acesso restrito. O motivo mais freqüentemente relatado para a preferência das áreas coletivas foi a segurança, que não é garantida nas áreas públicas do condomínio.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  espaços públicos; espaços condominiais; conjuntos residenciais.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004