IMPRIMIR VOLTAR G. Ciências Humanas - 7. Educação - 7. Educação Infantil ABORDAGEM DA DANÇA NO ENSINO FUNDAMENTAL NAS ESCOLAS DE MACEIÓ NO ANO DE 2003 Arizangela da Silva Rodrigues 1   (autor)   ari.galega@bol.com.br Telma Cézar Cavalcanti 2   (orientador)   fulot@hotmail.com 1. Depto. de Educação Física, Universidade Federal de Alagoas - UFAL 2. Depto. de Educação Física, Faculdade de Alagoas - FAL INTRODUÇÃO: A dança, cuja base estrutural é o movimento, constitui-se numa linguagem universal e diversificada, sendo um rico instrumento para ser utilizado na educação. Por meio da expressão corporal e de movimentos, a criança explora sua coordenação motora, ritmicidade, atenção, criatividade, etc. O presente estudo trata da investigação sobre as abordagens dadas `a dança nas escolas de Maceió no Ensino Fundamental, ou seja, trata de pesquisar se a dança é um conteúdo didático trabalhado nas escolas e como está sendo sua abordagem nas mesmas, tendo como foco o Ensino Fundamental, entendendo-se que nos 1o e 2o ciclos de escolarização a criança, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), deve experimentar suas variadas possibilidades de movimento, e através destas conhecer seus colegas e a si própria. De forma geral, o objetivo desta pesquisa é analisar as abordagens dadas à dança no Ensino Fundamental nas escolas de Maceió, no ano de 2003, verificando sua coerência com os objetivos dos PCN. Especificamente, buscamos identificar o perfil e a formação do profissional que leciona as aulas de dança no Ensino Fundamental nas escolas de Maceió e quais metodologias e conteúdos são abordados nestas aulas. Tendo em vista o papel da dança na educação, é significante entender e estudar o modo como esta vem sendo abordada nas escolas, levando em consideração sua gama de possibilidades no contexto escolar. METODOLOGIA: Foi realizada uma sondagem das escolas públicas e particulares da cidade de Maceió, por meio do catálogo telefônico e relação do sindicato das mesmas, sendo levantados endereços e telefones. Posteriormente essas escolas foram catalogadas de acordo com sua localidade, sendo a cidade dividida em quatro regiões: Tabuleiro, Farol, Região Central e Praias, a partir desta delimitação foram verificadas as escolas que possuem aulas de dança. Dentre as 28 escolas particulares e 43 escolas públicas (20 municipais e 23 estaduais) pesquisadas, foram constatadas 9 escolas particulares e nenhuma pública, com aulas de dança no Ensino Fundamental. A população/amostra deste trabalho foi composta por 5 professoras, do Ensino Fundamental, de escolas particulares da cidade. Tivemos como limitação do estudo o fato de algumas escolas já terem encerrado suas aulas de dança (mesmo antes de ser encerrado o calendário escolar), e em outras, a dificuldade de acesso às professoras, não podendo assim completar as 9 selecionadas. Utilizamos a aplicação de uma entrevista estruturada, composta de um roteiro previamente elaborado, como instrumento de coleta de dados no trabalho, permitindo uma coleta mais significativa dos dados. RESULTADOS: Podemos constatar que todos os ministrantes das aulas de dança que compôs a nossa amostra são do sexo feminino tendo em comum o fato de serem, ou terem sido bailarinas. Todas possuem formação superior: duas professoras formadas em Educação Física, duas em Pedagogia e uma em História. Todas expressaram a necessidade de aprofundar os estudos em dança, a maioria dessas professoras tem como perspectiva profissional o maior reconhecimento e valorização no ambiente de trabalho. Observamos que de modo geral a experiência enquanto bailarina é o principal aporte destas professoras, talvez por isto, não tenham conhecimento sobre os meios de trabalhar a dança na escola. Deste modo, como galgar um maior reconhecimento de seus trabalhos no contexto escolar? Na grande parte das escolas onde realizamos as entrevistas, os conteúdos abordados nas aulas de dança eram diretamente relacionados com os projetos da instituição – Jogos Internos, festas juninas, etc. A metodologia das aulas era basicamente a criação de coreografias, não havia preocupação com a exploração do movimento para além daqueles exigidos pelas estruturas coreográficas criadas pelo professor. A avaliação destas era feita cotidianamente por meio da observação, sendo verificados a participação e o desempenho das alunas. Constatamos a ausência de meninos nas aulas de dança, mas as meninas presentes nestas aulas tinham boa participação e freqüência. CONCLUSÕES: O presente trabalho não teve a intenção de fazer uma análise crítica sobre os PCN, mas sim, verificar e fazer uma reflexão da relação destes com o ensino da dança nas escolas de Maceió. Infelizmente a dança ainda está arraigada de preconceitos. Preconceitos estes que por muitas vezes partem dos próprios pais, que não querem seus filhos (sexo masculino) em aula de dança, pois é vista como algo afeminado. Muito provavelmente este fato ocorra em conseqüência das referências culturais adotadas por nós. Acreditamos que por meio da sistematização do ensino da dança na escola, obteremos um conhecimento transformador, por isto educativo. O corpo que dança deve ser crítico, ciente do seu papel na sociedade. Esta é uma das funções da escola, formar cidadãos críticos, não se restringindo a um ensino limitado `a reprodução, mas sim `a produção do conhecimento. As reflexões feitas neste trabalho foram de grande relevância para repensarmos nossas práticas na escola e no significado do ensino da dança. Sabendo que esta trabalha o ser humano na sua totalidade, expressando sentimentos, características culturais, subjetividades e relações sociais, fazendo com que o indivíduo estabeleça relações intrínsecas com o mundo e consigo mesmo. Esperamos que esta pesquisa contribua para outros trabalhos acadêmicos na área, servindo como um meio de reflexão sobre nossas práticas pedagógicas, sobre a dança em si e sua relação com nosso meio e nossa formação acadêmica. Instituição de fomento: Universidade Federal de Alagoas Trabalho de Iniciação Científica Palavras-chave:  dança; educação; abordagem. Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004