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C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 6. Zoologia
NOTAS SOBRE A ALIMENTAÇÃO DE JUVENIS METAMORFOSEADOS DE Albula vulpes (LINNAEUS, 1758) (ACTINOPTERYGII: ALBULIDAE) NA PRAIA DE CABUÇU (SAUBARA, BAÍA DE TODOS OS SANTOS, ESTADO DA BAHIA, LITORAL NORDESTE DO BRASIL)
João Ronaldo Tavares de Vasconcellos Neto 1   (autor)   
Marla Oliveira Cerqueira 1   (autor)   
Livia Santos de Souza 1   (autor)   
Manuella Dultra de Jesus 1   (autor)   
Jailza Tavares de Oliveira-Silva 1   (co-orientador)   jtosilva@yahoo.com.br
Paulo Roberto Duarte Lopes 1   (orientador)   peixemar@uefs.br
1. Depto. de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS
INTRODUÇÃO:
INTRODUÇÃO: Albula vulpes, conhecida como ubarana focinho de rato, atinge 1040 mm de comprimento e ocorre em todos os mares quentes; no Atlântico ocidental está presente desde (talvez) a Baía de Fundy (Canadá) ao sul do Brasil mas é pouco apreciada como alimento. A Praia de Cabuçu, localizada na região ocidental da Baía de Todos os Santos (cerca de 12o47’S - 38o48’W, estado da Bahia, litoral nordeste do Brasil), está constituída principalmente por substrato lamoso e recebe grande número de banhistas, especialmente nos meses mais quentes do ano, os quais, juntamente com as residências dos veranistas construídas quase à beira-mar e que lançam esgotos não tratados diretamente na praia, geram forte impacto ambiental contribuindo para a degradação do ecossistema local.
METODOLOGIA:
METODOLOGIA: Em novembro de 1999 e outubro de 2001 foram realizadas coletas em um trecho desta praia com o auxílio de uma rede de arrasto manual durante a baixa-mar e o início da preamar. Os exemplares de Albula vulpes capturados foram acondicionados em gelo e, em laboratório, fixados em formol 10% e posteriormente transferidos para álcool 70% onde permaneceram conservados até o momento de serem medidos para determinação do comprimento total sendo a seguir dissecados para retirada do tubo digestivo e análise do seu conteúdo sob microscópio estereoscópico.
RESULTADOS:
RESULTADOS: Foram examinados 35 tubos digestivos de juvenis metamorfoseados de Albula vulpes cujos comprimentos totais variaram entre 50,0 e 82,0 mm. Foram identificados 10 itens alimentares. Todos os tubos digestivos continham alimento. O volume de alimento ingerido variou entre 0,1 e 0,4 ml. O grau de repleção variou entre pouco cheio (48,6%), cheio (37,1%) e meio cheio (14,3%). O grau de digestão variou entre digerido (68,6%), meio digerido (25,7%) e pouco digerido (5,7%). Em ocorrência, destaque para Crustacea Decapoda (60,0%) seguido por matéria orgânica digerida (34,3%), Crustacea Decapoda Dendrobranchiata (camarões, 25,7%) e Crustacea Copepoda (20,0%). Quanto à frequência numérica, amplo predomínio de Decapoda (76,3%) seguido por Decapoda Dendrobranchiata (12,6%) e Copepoda (5,5%).
CONCLUSÕES:
CONCLUSÕES: Sedimentos, com 40,0% de ocorrência, são considerados como acidentais tendo sido ingeridos juntamente com presas do interesse de Albula vulpes. A presença de escamas de Teleostei (ocorrência de 11,4%) não pode ser considerada como indicativo de hábito lepidofágico. Embora preliminares, devido à pequena amostra examinada até o momento, os dados aqui apresentados indicam que juvenis metamorfoseados de Albula vulpes na Praia de Cabuçu apresentam hábito alimentar carnívoro com tendência à carcinofagia.
Instituição de fomento: Universidade Estadual de Feira de Santana
Palavras-chave:  alimentação; Albula vulpes; Bahia.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004