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G. Ciências Humanas - 9. Sociologia - 4. Sociologia do Trabalho
A MOBILIDADE OCUPACIONAL DA POPULAÇÃO QUE BUSCA EMPREGO NO SINE E CAM EM CAXIAS DO SUL (1998-2000).
Vânia Merlotti Herédia 1   (autor)   Profa Doutora-Coordenadora do Projeto/ vheredia@ucs.br
Sergio Faoro Tieppo 1   (autor)   Prof. Mestre / sftieppo@ucs.br
Giovana Mendes de Oliveira 2   (autor)   Profa Mestre / gmolivei@ucs.br
Sandro Rogério dos Santos 3   (autor)   Prof. Mestre / sandrorogérios@ucs.br
Vanda Ueda 4   (autor)   Prof . Doutora / vandaueda@uol.com.br
Aldomar Rückert 4   (autor)   Prof . Doutor / aldomar@portoweb.com.br
Andressa Corrêa Bernardon 1   (colaborador)   Acadêmica / dressa_sm@yahoo.com.
1. Departamento de Sociologia-DESO, Universidade de Caxias do Sul-UCS.
2. Departamento de Ciências Humanas e Educação-DECH-CARVI, Universidade de Caxias do Sul-UCS.
3. Departamento de Ciências Contábeis-DECC, Universidade de Caxias do Sul-UCS.
4. Departamento de Geografia-Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS.
INTRODUÇÃO:
O mundo vive hoje as transformações impostas pelo capitalismo iniciadas no século passado, comumente chamadas globalização e reestruturação produtiva. Muito já se sabe sobre suas características e algumas coisas já se conhece sobre seus efeitos. No entanto, é necessário esclarecer ainda mais o significado desses processos para países da semi-periferia, como o Brasil, que se inserem nesse processo a partir da lógica estabelecida pelos países do centro da tríade econômica ( Japão, União Européia e EUA). Preocupada com isso, a Universidade de Caxias do Sul, através do núcleo de pesquisa Trabalho e Políticas Sociais, está desenvolvendo estudos para esclarecer melhor os efeitos da reestruturação produtiva e da globalização do ponto de vista sócio-econômico e espacial, para cidades de porte médio, particularmente para Caxias do Sul. São apresentados, nesta comunicação, os aspectos da pesquisa referentes à mobilidade ocupacional, que foram obtidos de um banco de dados construído pelo referido núcleo. O objetivo é conhecer a mobilidade ocupacional e a flexibilidade do emprego sofrida pela população de Caxias do Sul.
A justificativa do projeto e do respectivo trabalho está centrada em três elementos: a importância de Caxias do Sul como parque industrial do Rio Grande do Sul, por situar-se no polígono industrial brasileiro; a reduzida informação, no Brasil, sobre os efeitos da reestruturação produtiva fora das regiões metropolitanas; a existência de várias pesquisas que apontam as cidades médias como eixo migratório e como eixo de deslocamento industrial.
METODOLOGIA:
A pesquisa é de natureza quantitativa e qualitativa. O método de análise dos dados utilizado é o histórico-estrutural. A coleta de dados foi realizada nos arquivos de instituições que lidam com a questão do emprego. Os arquivos selecionados foram o SINE- Sistema Nacional de Emprego e o CAM-Centro de Atendimento ao Migrante do Município de Caxias do Sul. O universo da pesquisa compreende 6700 sujeitos. O período de análise é de 1998-2000. O estudo apontou para indicadores demográficos, sociais e espaciais. Para o processamento dos dados foram usados os softwares EXCEL e SPSS-10.
RESULTADOS:
Para estabelecer a mobilidade ocupacional, isolou-se a informação ocupacional de 1200 pessoas do banco de dados que declararam os seus três últimos empregos. Verificou-se que a população da sub-amostra apresentou uma concentração maior de empregos no setor terciário (56% no antepenúltimo emprego, 49,8 % no penúltimo emprego e 67,8% no último emprego). Nota-se assim que há uma grande concentração da população da sub-amostra no setor terciário, denotando migração ocupacional. Este dado se confirma pela análise do setor secundário, cuja porcentagem é de 42,7% no antepenúltimo emprego, 49,65% no penúltimo emprego e 31% no último emprego. Ocorreu uma retração dos índices do setor secundário se for comparado o antepenúltimo com o último emprego, confirmando a mobilidade ocupacional. Calculou-se o tempo de serviço e o tempo para encontrar emprego, utilizando dados de admissão e demissão entre o penúltimo e o último emprego. Os dados nos mostram que existe flexibilidade em relação a permanência e procura de emprego, os trabalhadores encontram emprego em poucos meses de procura, mas permanecem pouco tempo nesses empregos. Os resultados apontam para as características da mobilidade ocupacional e para a flexibilidade relacionada com a naturalidade dessa população. Observou-se que não há significativas diferenças entre os naturais e os não naturais, e que ocorre uma flexibilidade e mobilidade ocupacional.
CONCLUSÕES:
O resultados obtidos indicam que os efeitos da reestruturação produtiva ocorrem em cidades de porte médio como Caxias do Sul. É interessante notar que as cidades de porte médio têm sido eleitas como destino migratório juntamente com as regiões metropolitanas. Muitos dos migrantes acreditam que as cidades médias oferecem possibilidades de emprego e melhor qualidade de vida. Essa constatação, que também vem sendo veiculada nos meios científicos, mostra a importância de analisar a situação das cidades de porte médio.
Instituição de fomento: CNPQ, FAPERGS e UCS
Palavras-chave:  Mobilidade Ocupacional; Reestruturação Produtiva; Reestruturação espacial.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004