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E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia

PRODUÇÃO DE MUDAS DE Calendula officinalis L. EM SUBSTRATO DE TURFA CONTENDO CASCA DE ARROZ CARBONIZADA COMO CONDICIONANTE.

Samuel Roggia ¹ (autor) sr_roggia@yahoo.com.br

Rogério Antônio Bellé ² (orientador)

Rejane Cristina Roppa Kuss ³ (autor) rkuss2003@yahoo.com.br

1. Graduando do Curso de Agronomia, UFSM, Santa Maria/ RS

2. Prof. Dr. do Depto. de Fitotecnia, UFSM, Santa Maria/ RS

3. Pós-graduanda do Depto de Engenharia Agrícola, UFSM, Santa Maria/ RS

INTRODUÇÃO:
A calêndula é uma planta que por seus princípios farmacológicos é usada como medicinal. Tal emprego exige qualidade da matéria prima no que se refere à manutenção do princípio ativo de interesse e a isenção de contaminantes, principalmente de produtos químicos como herbicidas e pesticidas. O plantio ordenado a partir do transplante de mudas é uma alternativa que facilita o manejo das ervas daninhas eliminando com isso o uso de herbicidas. Como a espécie é sensível à competição com invasoras, o plantio em linhas facilita o controle mecânico das mesmas. A produção de mudas de calêndula requer um substrato equilibrado que atenda as exigências de nutrição, aeração, umidade e uma boa consistência de torrão o que melhora as chances de pegamento. A turfa é um substrato que atende a essas exigências, no entanto suas limitações são de ordem econômica, pois as bandejas para a produção das mudas são de 128 células, necessitando de maior quantidade de substrato. Uma alternativa para reduzir o custo de produção das mudas é o uso de condicionantes como a casca de arroz carbonizada (CAC), que em mistura com a turfa pode ainda melhorar as características físicas do substrato. A CAC é facilmente conseguida junto aos estabelecimentos de beneficiamento de grãos na região orizícola do RS. Assim este trabalho foi realizado com o objetivo de determinar a melhor proporção volumétrica de CAC como condicionante em turfa, para produção de mudas de qualidade de Calendula officinalis L..

METODOLOGIA:
O experimento foi conduzido em casa de vegetação no Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Santa Maria, nos meses de junho e julho de 2002. O delineamento usado foi blocos ao acaso, com cinco repetições. Os tratamentos foram: 0, 20, 40, 60 e 80 % CAC como condicionante em turfa (Turfa Fértil ^®). As misturas obedeceram as proporções volumétricas. Para semeadura utilizou-se bandeja de isopor com 128 alvéolos, cada alvéolo recebeu três sementes. Duas semanas após a emergência as mudas foram desbastadas, ficando apenas uma planta por alvéolo. Utilizou-se subirrigação, e fertirrigação por aspersão com nitrogênio a 100 mg.L^-1 em duas aplicações. Os dados foram coletados na sétima semana após a semeadura, quando as mudas atingiram o ponto de transplante. Os parâmetros avaliados foram: massa verde, número de folhas, consistência do torrão, massa seca total, massa seca da raiz e área foliar. Para massa verde considerou-se a planta inteira, para o número de folhas apenas as folhas totalmente abertas e as cotiledonares, a avaliação da consistência do torrão baseou-se em uma escala crescente de notas, de um a cinco, onde as maiores notas correspondem a melhor consistência, as massas secas foram obtidas a partir do material seco em estufa até peso constante, e a área foliar foi medida em mesa digitalizadora. Os dados foram submetidos à análise estatística pelo software SOC/NTIA, e as médias foram comparadas pelo Teste de Duncan a 5 % de probabilidade.

RESULTADOS:
A tendência geral observada foi de que quanto menor a proporção de CAC na mistura melhores foram os resultados, isso porque o condicionante pouco contribui para a fertilidade da mistura e o seu aumento reduziu a quantidade de nutrientes disponíveis por muda. As características de drenagem da CAC não se sobressaíram porque a irrigação foi ajustada de forma a não gerar excessos. A maior massa verde e seca foi obtida com 0 % de CAC, não diferindo do tratamento com 20 % de CAC em ambos os parâmetros, o que mostra o maior crescimento para as plantas cultivadas nas menores doses de CAC. A massa seca da raiz foi maior para o tratamento com 0 % de CAC diferindo significativamente dos outros tratamentos. Os maiores números de folha foram conseguidos com os tratamentos 0, 20 e 40 % de CAC respectivamente, que não diferiram entre si estatisticamente, o número médio de folhas variou de 5,7 a 7,9. Já, a área foliar apresentou maior variação, 49,37 a 16,92 cm², de modo que não houve semelhança significativa entre os tratamentos, com destaque para 0 % de CAC com a maior medida. O aumento da proporção de CAC apesar de não ter reduzido em muito o número de folhas, afetou seriamente a área foliar, que é um importante parâmetro de qualidade das mudas transplantadas no campo. A consistência do torrão foi afetada apenas pela maior taxa de CAC (80 %), neste caso a fraca coesão do condicionante associado ao menor crescimento da raiz chegou a comprometer a consistência do torrão.

CONCLUSÕES:
A casca de arroz carbonizada pode ser usada como condicionante da turfa (Turfa Fértil^®) em até 40 % sem comprometer a qualidade de mudas de Calendula officinalis L..

Palavras-chave: calêndula; substrato; massa seca total.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004