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A. Ciências Exatas e da Terra - 1. Astronomia - 7. Astronomia
COMPREENDENDO OS FENÔMENOS CELESTES DE FORMA LÚDICA
Leila da Consolação de Miranda Alvarenga 1   (autor)   leilamiranda@praiasdeminas.com.br
1. E. E. Pe. Anchieta, Coqueiral/MG
INTRODUÇÃO:
Comprometida com a formação integral do aluno, busquei uma referência para resgatar o sentido dos conteúdos abordados e preocupada em diferenciar o ensino, “fazer com que cada aprendiz vivencie situações fecundas de aprendizagem”, criei possibilidades para a construção do conhecimento estabelecendo uma aliança entre ludicidade e educação.
Mediante a participação da escola na V e VI Olimpíada Brasileira de Astronomia e o envolvimento dos alunos, o trabalho objetivou criar laços de aprendizagem, e para isso nomeei como alternativas, ações lúdicas que fomentem os centros de interesse, utilizando diversas ferramentas, como, o teatro para envolver os alunos no estudo e obtenção de soluções para problemas reais a partir da compreensão dos diálogos teatrais, estabelecendo sintonia com o espectador, despertando a emoção para melhor representar o Sistema Solar; a música para conseguir maior envolvimento dos alunos e obter a participação deles em atividades culturais que contribuem para o entendimento dos fenômenos celestes.
Planejei também usar a poesia construindo versos e rimas simples, e conciliar poesia e conteúdos de Astronomia.
Este trabalho também objetivou levar o aluno a ser crítico quanto às figuras contidas nos livros didáticos e a questioná-las; aprender a manusear, ler e interpretar tabelas, imagens, tais como aquelas usadas para representações das distâncias dos planetas ao Sol e expressar idéias e opiniões na elaboração de charges e textos astronômicos.
METODOLOGIA:
No esforço de despertar a curiosidade dos alunos para a compreensão dos fenômenos celestes e a participação na Olimpíada Brasileira de Astronomia, recorri a elementos da cultura cotidiana, linguagem oral, escrita, corporal e musical. E para colocar em prática conceitos, procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado, elaborei diversas estratégias para melhor compreensão das dimensões do Sistema Solar.
Planejei ações para ajudar os alunos a armazenarem conhecimentos usando os três sistemas representacionais humanos: visual (memoriza imagens e tem boa ortografia), auditivo (memoriza procedimentos e gosta de música) e cinestésico (memoriza caminhando e prefere dramatização). De acordo com as habilidades, cada aluno expressou o cognitivo de forma lúdica.
Através do teatro e da linguagem musical com a criação de paródias, o aluno se transforma no personagem, vivendo os conceitos estudados. Eis algumas paródias: Jesus Cristo – Astronomia, que maravilha!, Rotina da Terra, A Lua é Cheia no Brasil e também no Japão, Detalhes dos Astros, Caminhoneiro no mundo da Lua e É preciso saber comentar. Reprodução das canções em CD.
O futebol também foi um bom pretexto para se aprender mais sobre os fenômenos celestes. Houve narração de uma partida de futebol observando a posição e as características dos astros.
Utilizei também de pesquisas, charges, exposições de experimentos, jornal mural, mini cursos, mapas, gráficos, sites e documentários.
RESULTADOS:
Os alunos adquiriram progressivamente as habilidades e competências almejadas. Cerca de noventa por cento desenvolveram a consciência crítica diante das figuras normalmente usadas em livros didáticos para representar o Sistema Solar.
Houve aquisição de habilidades de comunicação escrita e oral ao expressar os fenômenos celestes. Passaram a observar o meio ambiente, tal como, por exemplo, o local exato do nascer e do ocaso do Sol, da Lua, das estrelas. Aprenderam a interpretar tabelas e imagens usadas para representar as distâncias dos planetas ao Sol. A exploração dos quadrinhos fez com que os alunos sentissem motivados a criarem o seu próprio material didático para aprenderem os conceitos. Ao assumir a representação dos astros que compõem o Sistema Solar, desenvolveram a oralidade e a memorização, contribuindo para a ampliação da cultura.
Os resultados obtidos foram além dos esperados. Em 2002, ganhamos vinte e sete medalhas na V OBA (2 medalhas de ouro, 12 prata e 13 bronze). Em 2003, foram setenta e oito medalhas na VI OBA (48 medalhas de ouro, 22 prata e 8 bronze). Houve progresso dos alunos. É visível o grau de satisfação das famílias.
Apesar do trabalho se desenvolver na inserção dos alunos numa Olimpíada de Conhecimento, no caso, a Olimpíada Brasileira de Astronomia, a competição não foi o foco dos trabalhos, aliás, muito pelo contrário, pois a participação dos alunos exigia deles o trabalho em grupo, a divisão dos conhecimentos, a ajuda mútua.
CONCLUSÕES:
Os alunos estão fazendo do conhecimento algo efetivo ao compreender os fenômenos celestes do cotidiano, permitindo-os alargar seus horizontes de conhecimentos, de visões e de utopias. É fundamental compreender que não basta postular os conceitos, é necessário chegar a eles através da observação.
Tornaram-se aptos a realizar comparações e compreender o Sistema Solar como uma imensa teia de relações de tal forma que tudo interage com tudo em todos os pontos e em todas as circunstâncias, havendo interdependência dos fenômenos celestes.
Reconheceram também a importância da Astronomia na vida cotidiana, convertendo as atividades lúdicas numa aventura intelectual, e, este trabalho servindo como facilitador dessa travessia.
As ações que utilizam o lúdico como forma de aprender, busca a participação dos alunos e traz inovações na sala de aula, incentivando-os a expressar o cognitivo através de diversas linguagens. E ao incorporar novas metodologias, transgredindo a educação baseada nos conteúdos e no estudo individual, despertei nos alunos o fascínio pelos fenômenos celestes.
A Olimpíada Brasileira de Astronomia foi um veículo para conseguir os objetivos deste Projeto. Creio que todos os alunos no fundo foram grandes vencedores desta Olimpíada, pois aprenderam a trabalhar em grupo, incentivaram uns aos outros, ensaiaram uma peça de teatro, montaram o espetáculo, apresentaram às demais turmas e em outras cidades.
Palavras-chave:  Fenômenos celestes; Educação; Ludicidade.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004