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A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 3. Geografia Física
CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIBEIRÃO CACHOEIRA, MT – BRASIL.
OSVALDO BORGES PINTO JUNIOR 1   (autor)   osvaldo_borges@bol.com.br
AMINTAS NAZARETH ROSSETE 2   (orientador)   amnrote@uol.com.br
1. Pós-Graduando Depto de Ciências Biológicas, Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT
2. Prof. MsC. do Depto de Ciências Biológicas, Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT
INTRODUÇÃO:
INTRODUÇÃO. Os estudos relacionados com as bacias hidrográficas e suas redes de drenagem sempre mereceram atenção da geomorfologia por terem papel fundamental nas dinâmicas de esculturação do modelado terrestre. Diferentes trabalhos têm demonstrado que as direções preferenciais dos fluxos superficiais é resultante da interação de diversos fatores, tais como: clima, geologia, solos, relevo, cobertura vegetal e as diversas formas de uso e ocupação. No intuito de se obterem dados quantitativos para diferenciar os processos geomorfológicos dentro de uma bacia hidrográfica, utiliza-se a análise morfométrica, que consiste na caracterização dos parâmetros morfológicos, tais como: densidade hidrográfica, densidade de drenagem, gradiente de canais, índice de sinuosidade, entre outros. Tais parâmetros explicitam os indicadores físicos da bacia, caracterizando suas homogeneidades. A crescente utilização de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) que integram dados raster e vetor nos estudos da paisagem, dentre eles a morfometria, tem mostrado a necessidade de análise comparativa entre produtos cartográficos gerados pela técnica dos SIG’s e aqueles produzidos por métodos convencionais. Foram objetivos do trabalho: quantificar os parâmetros morfométricos da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Cachoeira; fazer a compartimentação das sub-bacias do Ribeirão Cachoeira; elaborar o Modelo Digital de Terreno (MDT); calcular os parâmetros morfométricos propostos.
METODOLOGIA:
METODOLOGIA. O trabalho foi realizado na Bacia Hidrográfica do Ribeirão Cachoeira, localizada entre os municípios de Nova Xavantina e Campinápolis, sendo sua maior porção dentro do município de Nova Xavantina. Fica distante cerca de 15 Km da cidade de Nova Xavantina, próxima a agrovila Cachoeira. Para realização deste trabalho foram utilizadas as cartas topográficas Nova Xavantina folha SD-22-Y-A-VI (IBGE 1980) e Placa Nativa folha SD-22-Y-B-IV (DSG 1977), na escala de 1:100.000, através do software AutoDesk AutoCad 2000, foram digitalizadas drenagens, curvas de nível e estradas, numa mesa digitalizadora formato A0. A partir daí os dados, como área da bacia, formato, distâncias, relações de relevo e área foram calculados. As cartas topográficas foram utilizadas para delimitar a bacia de acordo com as diferentes medidas altimétricas presente na bacia (curva de nível), e georeferenciar a Bacia no sistema de coordenadas geográficas, além de fazer a compartimentação da bacia em microbacias. O Modelo Digital de Terreno (MDT) foi obtido com o auxilio das medidas de altitude, e gerado com o programa Surfer, pelo método de interpolação TIN. Foi utilizado a cena do satélite Landsat ETM+ de passagem e órbita 226/70, para a composição de uma cena RGB 543, falsa cor, com o software IDRISI32, a fim de traçar com ajuda da imagem toda e qualquer drenagem existente dentro da bacia.
RESULTADOS:
RESULTADOS. De acordo com a classificação apresentada por FARIAS (1984), a Bacia Hidrográfica do Ribeirão Cachoeira é predominantemente do tipo dendrítica e localmente ocorre drenagens de forma angulada.. A bacia pode ser caracterizada, por conter dois grandes compartimentos, a Sub-Bacia Hidrográfica do Ribeirão Cachoeira e a Sub-Bacia do Córrego Voadeira. A Densidade de Rios da Bacia Hidrográfica do Ribeirão Cachoeira foi de 1,183 Canais/km2. A Densidade de Drenagem na Bacia Hidrográfica do Ribeirão Cachoeira foi de 1,442 m. Já o Coeficiente de Manutenção foi de 236,96 m2/m. A Extensão do Percurso Superficial, foi de 35,16 metros. A Relação de Relevo na Sub-Bacia Hidrográfica do Ribeirão Cachoeira foi de 0,0033 para a Sub-Bacia do Voadeira e 0,0046 constituindo uma bacia de relevo médio, apresentando áreas de morros na sua nascente, a qual vai se abrandando até a foz, onde o relevo é plano. Com relação à Amplitude da Bacia a mesma se mostrou alta, a Sub-Bacia do Córrego Voadeira foi de 144m e a da Sub-Bacia do Ribeirão Cachoeira foi de 220m. O Gradiente de Canais da Sub-Bacia do Córrego Voadeira apresentou um gradiente de 0,012% e o da Sub-Bacia do Ribeirão Cachoeira foi de 0,011%. Outro parâmetro foi o Índice de Sinuosidade, tendo sido encontrado um valor de 3,994 para a Sub-Bacia do Córrego Voadeira, enquanto que para a Sub-Bacia do Ribeirão Cachoeira foi de 1,575.
CONCLUSÕES:
CONCLUSÕES. Devido à morfologia das drenagens, caracterizou-se a presença de rochas areníticas mostrando que a bacia apresenta em sua composição litológica, rochas de granulometria fina, como as rochas areníticas presentes na área, as quais possuem melhor permeabilidade, dificultando assim o escoamento superficial, influenciando na densidade de drenagem dentro da bacia. Observou com a imagem de satélite, a ausência da cobertura vegetal, fator este que facilita o impacto das gotas de chuva, fazendo com que os agregados se quebrem, crostas sejam formadas na superfície do solo, o que aumenta os efeitos do escoamento superficial, causando maior taxas de erosão, que por conseqüência acarreta no aumento a extensão do percurso superficial. A Bacia possui grande capacidade de gerar novos cursos d’água, de acordo com a relação área/número total de cursos d’água, apresentando uma área relativamente boa para a manutenção de seus canais de drenagens; A elaboração do Modelo Digital de Terreno se mostrou importante para avaliações da Bacia, pelo fato de que oferece uma maneira prática da visualização em 3D. Apresenta um índice de sinuosidade irregular, determinadas muito mais pelo tipo de carga dentrítica do que pela descarga fluvial, devido em partes ao manejo do solo com técnicas ultrapassadas.
Palavras-chave:  Morfometria; Bacia Hidrográfica; Mato Grosso.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004