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D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
FATORES DE EVASÃO DE PACIENTES ANTES DO TÉRMINO DO SEU TRATAMENTO EM QUATRO CLÍNICAS DE FISIOTERAPIA, NA CIDADE DE FORTALEZA
Rute Pires Costa 1   (autor)   rutepires@zipmail.com.br
Francisca Núbia Mendes Batista de Freitas 1   (autor)   
Nayara Maria Olegário Gomes 1   (autor)   
Lianna Maria de Albuquerque Oliveira 2   (colaborador)   
Liane Toscano Martins Pinheiro 3   (orientador)   
1. Graduada em Fisioterapia, UNIFOR
2. Graduada em Fisioterapia , Faculdade Santa Terezinha- CEST
3. Professora do Centro de Ciências da Saúde, UNIFOR
INTRODUÇÃO:
Uma clínica de fisioterapia deve proporcionar ao paciente boa estrutura e estímulo para que ele realize seu tratamento completo sem desistência, visando sempre ao seu bem-estar. Nesse tipo de clínica, devem ser analisados tanto aspectos estruturais, como espaço físico, acessibilidade, higiene, equipamentos disponíveis, entre outros, como os que se referem à humanização, os quais incluem a relação paciente x profissional, deveres e obrigações do profissional com o paciente, respeito recíproco, conscientização e consentimento do paciente quanto ao seu tratamento, capacitação profissional, além do sigilo profissional. Todos esses fatores reunidos são necessários para o sucesso de um tratamento e evitam situações de imprudência, negligência ou imperícia, as quais podem ocasionar danos ao paciente. Este trabalho tem como objetivo principal identificar quais as principais causas que levam à evasão dos pacientes das clínicas de fisioterapia, antes do término do seu tratamento. Objetivos específicos: verificar se os motivos de evasão têm relação com as condições sócio-econômicas e culturais dos pacientes; investigar o grau de satisfação do paciente com o seu tratamento nas clínicas; e, avaliar o que o paciente considera de maior importância em uma clínica para evitar a desistência do tratamento.
METODOLOGIA:
Os trabalhos de pesquisa foram realizados em quatro clínicas de fisioterapia da cidade de Fortaleza-CE, duas das quais realizam atendimento pelo SUS (NAMI/UNIFOR e Clínica Godoy Moreira) e duas que fazem atendimentos privados e conveniados (MEDFISIO e UNICLINIC). O universo pesquisado incluiu todos os 54 (cinquenta e quatro) pacientes que estavam sendo atendidos nas referidas clínicas, e que haviam interrompido tratamento fisioterápico anterior. A pesquisa teve caráter descritivo, observacional e transversal, com a permissão dos pacientes e da diretoria das clínicas, com estudo do código de ética profissional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional aprovado pela Resolução COFFITO-10 de 3 de julho de 1978. Foram aplicados questionários semi-estruturados contendo 9 quesitos abertos e 6 quesitos fechados, divididos em 3 partes: identificação; questões relacionadas ao tratamento e questões relacionadas às clínicas. Não foram levados em consideração o sexo, idade, raça, cor e patologias dos pacientes selecionados.
RESULTADOS:
Todos os entrevistados já haviam sido atendidos em outra clínica de fisioterapia, sendo que 38,89% mudaram de clínica, para dar continuidade ao tratamento da mesma patologia, e 61,11% não terminaram o tratamento anterior de outras patologias. Foi constatada evasão tanto em clínicas públicas como privadas, sendo nesta última um percentual de 81,48%. Neste percentual, inclui-se a procura pela clínica por indicação médica (38,89%), pelo profissional que estava na clínica (31,48%) e pela localização da clínica (29,63%). Os principais itens apontados como primordiais para a permanência de um paciente em uma clínica fisioterápica foram: o atendimento, a capacitação profissional, a atenção dos profissionais e a limpeza da clínica (em torno de 50%), sendo o atendimento considerado o item mais importante, na manifestação de 33% dos pacientes. O índice de satisfação com o tratamento em andamento era de 92,59%, enquanto que 100% se declararam insatisfeitos com o tratamento anterior.
CONCLUSÕES:
Após a identificação dos motivos que levaram à evasão desses pacientes foram propostas às clínicas medidas de intervenção consideradas importantes para a eficácia do tratamento do paciente e conseqüentemente com a finalidade de proporcionar melhoria no atendimento: aliar qualidade e quantidade de atendimento; investir na capacitação profissional; priorizar a humanização; informar e conscientizar adequadamente quanto ao diagnóstico, aos recursos utilizados e ao prognóstico do paciente.
Palavras-chave:  Clínica de Fisioterapia; Qualidade de atendimento; Evasão de pacientes.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004