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A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 2. Química Ambiental
AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE BIOSSORÇÃO NA REMOÇÃO DE NÍQUEL
José Wendell Willams Barros 1   (autor)   
Ana Fernanda de Souza Germano 1   (colaborador)   
Wilton Silva Lopes 1   (orientador)   wiltonlopes@terra.com.br
Valderi Duarte Leite 1   (co-orientador)   valderileite@uol.com.br
Tereza Bárbara Barboza Pereira 1   (colaborador)   
Josiane Silva de Oliveira 1   (colaborador)   
1. Departamento de Química, Universidade Estadual da Paraíba - UEPB
INTRODUÇÃO:
A grande maioria das pesquisas envolvendo os processos de biossorção tem utilizado, principalmente, como material biossorvente microrganismos, como bactérias e fungos. Além de alguns estudos que utilização como biossorvente alguns tipos de algas. Contudo, apesar dos excelentes resultados obtidos com esses materiais na remoção de metais de soluções aquosas uma das desvantagens apresentadas por esses processos esta relacionada com o preço dos materiais utilizados como biossorventes, visto que sua aquisição é onerosa, devido às complexidades envolvidas na cultura e isolamento desses microrganismos, o que torna o processo bastante dispendioso. Dessa forma, alguns pesquisadores têm estudado a utilização de materiais de baixo custo que possam ser utilizados como biossorventes. Dentre esses materiais pode-se destacar a utilização de plantas aquáticas e algumas espécies de algas. O lodo proveniente de sistemas de tratamento biológico de resíduos apresenta algumas características que apontam para a possibilidade de sua utilização nos processos de biossorção, já que parte da massa do lodo é composta por microrganismos que atuam no processo de tratamento biológico, além de ser um material relativamente barato quando comparado à cultura pura de microrganismos. Este trabalho teve como objetivo determinar a capacidade de biossorção de níquel do lodo proveniente de reator anaeróbio compartimentado que tratava resíduos sólidos orgânicos.
METODOLOGIA:
O trabalho foi realizado nas dependências do Laboratório de Saneamento Ambiental do DQ/CCT/UEPB, localizada na cidade de Campina Grande –PB. Para realização do trabalho experimental será utilizado como material biossorvente lodo parcialmente bioestabilizado proveniente de um reator anaeróbio compartimentado semicontínuo que trata resíduo sólido orgânico. Após a coleta, o lodo foi colocado para secar a luz solar, em seguida o lodo foi peneirado para controle da granulometria, utilizando uma peneira com abertura de 50 mesh. Para avaliação da capacidade de biossorção do lodo serão avaliados diferentes tempos de reação entre o material biossorvente e a solução metálica. Os seguintes tempos de reação foram estudados: 3, 6, 9, 12, 18, 21, 24 horas. Os experimentos de biossorção serão realizados em forma de batelada através do contato direto entre a solução metálica e o lodo. Serão utilizados recipientes de reação de aproximadamente 100mL. Foi utilizada a relação de 0,5g do lodo para 50mL de solução de cloreto de níquel. A solução do metal possuia uma concentração inicial de 200mg/L. Após o período destinado a reação foi realizada a separação entre o biossorvente e a solução metálica através de centrifugação. Em seguida foi determinada a concentração do íon metálico na solução final. A quantidade de íon metálico (mg) biossorvido por grama (peso seco) da biomassa (q) e a eficiência de biossorção (E) foram calculados. As análises de níquel estão sendo realizadas através do método.
RESULTADOS:
Após o tempo de reação a solução foi separada do material biosorvente e as seguintes concentrações de níquel foram determinadas: 100 mg/L, 82 mg/L, 81 mg/L, 69 mg/L, 53 mg/L, 41 mg/L, 32 mg/L e 30 mg/L para os tempos de reação de 3 horas, 6 horas, 9 horas, 12 horas, 15 horas, 18 horas, 21 horas e 24 horas, respectivamente. Analisando os resultados obtidos podemos verificar que com tempo de agitação de 3 horas a eficiência de remoção de níquel foi de 50%. Este valor foi aumentando progressivamente até atingir o patamar de 85% de remoção para um tempo de agitação de 24 horas. Com relação à capacidade de biossorção do lodo foram obtidos os seguintes resultados: 8 mg/g, 9 mg/g, 9 mg/g, 10 mg/g, 11 mg/g, 12 mg/g, 13 mg/g e 14 mg/g para os tempos de 3 a 24 horas, respectivamente. Estes dados mostram a viabilidade de utilização deste lodo neste tipo de processo, haja vista, os resultados obtidos terem atingido patamares próximos aos valores obtidos por outros pesquisadores em estudos utilizando materiais biosorvente mais onerosos. Uma outra vantagem associada ao lodo é o seu baixo preço de aquisição quando comparado a culturas de bactérias ou de fungos.
CONCLUSÕES:
Os dados que foram obtidos durante a realização do experimento mostraram o excelente desempenho do lodo proveniente de um reator compartimentado na remoção de níquel de soluções aquosas. A remoção níquel chegou a atingir patamares de 85% para um tempo de agitação de 24 horas. A quantidade máxima de íon metálico biossorvida por grama de biosorvente foi de 14mg/g. Deste modo, podemos concluir que este tipo de lodo mostrou-se bastante eficiente na remoção deste tipo de metal. Assim sendo, o lodo de reator compartimentado apresenta-se como uma alternativa promissora para o processo de biossorção, já que apresenta um baixo custo de obtenção e possibilita a recuperação do metal, o que devera ser explorado em trabalhos futuros.
Instituição de fomento: CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  biossorção; níquel; lodo de resíduos sólidos orgânicos.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004