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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental
A Quadra 21: O AMBIENTE LÚDICO EM UM ESPAÇO DE SOCIABILIDADE
Juan Maro Kersul de Carvalho 1   (autor)   juanmaro@terra.com.br
Miramy Macedo 2   (orientador)   miramy@terra.com.br
1. Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT
2. Profa. Dra do Programa de Pós- Graduação em Educação, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT
INTRODUÇÃO:
O Lúdico enseja a criança a desenvolver e adquirir noção de tempo, espaço e respeito. É no brincar junto que surge às relações de trocas de sentimentos, fluxos de informações, crescimento individual e coletivo. E é justamente neste processo, enquanto seres brincantes, que elas se encontram, se reconhecem, se tocam e dividem emoções, construindo memórias e sentimentos em comuns. Este trabalho analisa o desenvolvimento de atividades lúdicas e suas relações com o ambiente no espaço de sociabilidade de um condomínio fechado localizado na Quadra 21 do Residencial Carlos Gomes (Várzea Grande – MT), no período de agosto a novembro de 2003. O grupo brincante pesquisado compõe-se de 8 crianças que se encontram na faixa etária de 9-10 anos. A escolha da área de pesquisa não foi ao acaso, mas sim pela sua íntima relação com os pesquisadores, que são sujeitos ativos sejam como voluntário, facilitador, orientador ou como membro do cotidiano das relações da comunidade. A determinação, pelas crianças, do ambiente de convivência faz com que a energia canalizada no estar junto crie um mundo diferente, o mundo da criança. Onde a imaginação, as cantigas, a inocência, assim como as espertezas, andem lado a lado em explosões constantes de sentimentos sendo sua tribo a do ser criança, ou mais ainda, ser brincante.
METODOLOGIA:
Foi escolhida a pesquisa participante visando trabalhar com a dinamicidade das inter-relações lúdicas dos seres humanos e o seu meio envolvidos no espaço de sociabilidade em questão. Os instrumentos de coleta dos dados qualitativos foram a Observação Participante, com a utilização de um diário de pesquisador, e a Narrativa Oral. Foi aplicada também entrevista semi-estruturada para as crianças brincantes do espaço de sociabilidade em questão tendo como pontos básicos conhecer as lendas, jogos, brinquedos, brincadeiras e demais atividades lúdicas e suas relações com o ambiente em um coletivo do imaginário das crianças.
RESULTADOS:
Observou-se que as crianças brincam sem distinção de sexo, meninos e meninas integram a maioria das brincadeiras. Acreditamos que a fase em que estão passando é um paralelo entre a descoberta do Beijo com o faz de conta de hominhos e bonecas. Pega-pega, esconde-esconde, touro, roda-cutia, pega ajuda, anelzinho, betão, bola, corda, saci-pererê, Iara, mula-sem-cabeça, faz-de-conta, são as principais brincadeiras e lendas dos brincantes no espaço de sociabilidade. Seu ambiente brincante não possui muitas árvores, mas as poucas que lá têm são ponto de certeza nas brincadeiras seja no esconde-esconde, no faz de conta ou no passar o tempo em suas copas. As crianças percebem que as árvores deixam o local onde eles brincam mais fresco e que apesar de serem poucas sem elas veriam poucos passarinhos e mais cimento. O chão do local é quase todo coberto com pedra tipo brita, mas a maior parte das brincadeiras se concentram no fundo do condomínio possuindo um pequeno pedaço em cimento com uma caixa d’água, e uma área com churrasqueira, coberta com piso, onde as crianças se sentem mais à vontade. A gama do lúdico e sua relação com o ambiente no espaço de sociabilidade nesta pesquisa estão relacionadas com o tempo de convivência dos brincantes, disponibilidade de consumo, ambiente físico de encontro, questões familiares e emocionais. Sua freqüência de encontro, e de realizações em conjunto vão constituindo o elo de fundamentação do grupo, onde o estar junto se torna uma necessidade.
CONCLUSÕES:
Os resultados nos levam a acreditar que o Lúdico ocasiona a possibilidade do fortalecimento do elo sagrado entre os Seres Humanos e a natureza, buscando atingir a cada passo o ser mais, o fazer mais, porém para conhecer ambientes brincantes, é preciso ir além das características do observador e ser um dos próprios sujeitos brincantes e, com isto, entrar no mundo das crianças. O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq-Brasil.
Instituição de fomento: CNPq
Palavras-chave:  Educação Ambiental Lúdica; Ambientes Brincantes; Brincadeiras e Lendas.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004