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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
PACIENTES HIV POSITIVOS DA MACRO-REGIÃO NOROESTE DO ESTADO DO PARANÁ ATENDIDOS NO LABORATÓRIO DE ENSINO E PESQUISA EM ANÁLISES CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ PARA A CONTAGEM DE CÉLULAS T CD4+ E QUANTIFICAÇÃO DA CARGA VIRAL, NO PERÍODO DE 01/11/2002 A 31/08/2003
Ênio José Bassi 1   (autor)   eniofarm@hotmail.com
Sônia Kaori Miyamoto 3   (colaborador)   -
Edith Motomi Nishiyama Sato 3   (colaborador)   
Maria Ferreira Santos Neta 5   (colaborador)   -
Tarcila Volski 4   (colaborador)   -
Ione Takaki 2   (colaborador)   -
Dennis Armando Bertolini 6   (orientador)   dabertolini@uem.br
1. Graduando de Farmácia da Universidade Estadual de Maringá – UEM
2. Farmacêutica-Bioquímica da Universidade Estadual de Maringá – UEM
3. Farmacêutica-Bioquímica da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná – SESA – PR
4. Técnica da Universidade Estadual de Maringá - UEM
5. Técnica da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná – SESA-PR
6. Prof. Dr. do Depto de An. Clínicas - Universidade Estadual de Maringá – UEM
INTRODUÇÃO:
A monitorização das células T CD4+ vem sendo utilizada como um parâmetro laboratorial preditivo do prognóstico da doença causada pelo HIV e também como um excelente indicador da magnitude do risco para as principais infecções oportunistas, principalmente em pacientes com doença sintomática. A carga viral plasmática, detectada na forma de RNA do HIV, reflete a dinâmica desse vírus nos indivíduos infectados, quantificando as partículas que estão sendo produzidas e lançadas na circulação sanguínea. Portanto, a carga viral é muito útil para avaliar a progressão da doença, indicar o início da terapia e para determinar a eficácia dos anti-retrovirais. O Laboratório de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas (LEPAC) da Universidade Estadual de Maringá é o único laboratório do interior do Estado do Paraná que participa do Sistema de Controle de Exames Laboratoriais (SISCEL) da Coordenação Nacional de DST/AIDS do Ministério da Saúde, atendendo 113 municípios da macro-região Noroeste do Estado do Paraná, para a realização da contagem de células T CD4+ (Citometria de Fluxo, Becton Dickinson) e quantificação de carga viral (RT-PCR, Roche). Poucos dados sobre a doença são divulgados no Estado do Paraná, portanto, o presente trabalho tem como objetivo fazer um levantamento dos pacientes que compareceram ao LEPAC para a contagem de células T CD4+ e quantificação da carga viral, estratificando conforme a faixa etária, gênero, município sede e células CD4+.
METODOLOGIA:
Foram estudados 1.166 pacientes portadores do HIV que compareceram ao LEPAC para o controle do número de células T CD4+/CD8+ e para a quantificação da Carga Viral, no período de 01/11/2002 a 31/08/2003. A coleta de sangue total para a contagem de células T CD4+/CD8+ é realizada sempre no período da manhã e processada imediatamente, para evitar possíveis alterações, através da metodologia de Citometria de Fluxo (Becton Dickinson). A coleta de sangue total para a detecção da Carga Viral, também é realizada sempre no período da manhã e, dentro de no máximo 4 horas, é separado o plasma, o qual, após identificação, é imediatamente congelado a –17ºC até a sua utilização. A metodologia utilizada é a Transcrição Reversa seguida da Reação em Cadeia da Polimerase (RT-PCR), realizada conforme o Kit Amplicor HIV Monitor Test (Roche).
RESULTADOS:
Dos 1.166 pacientes analisados, 643 (55,1%) eram do sexo masculino e 523 (44,9%) do feminino. Na faixa etária dos 2 a 29 anos de idade as mulheres foram maioria (169 – 59,5%), enquanto que, na faixa etária superior a 30 anos de idade, os homens é que foram maioria (513 – 59,7%). Desses pacientes foram realizadas 2.683 contagens de células T CD4+ e 1.043 quantificações de carga viral. Dos pacientes que fizeram a contagem de células T CD4+, 49% (1325 contagens de células T CD4+) estavam entre 200 a 500 células/mm3 e 26% (698 contagens de células T CD4+) abaixo de 200 células/mm3, dos quais 6% (161 contagens de células T CD4+) estavam abaixo de 50 células/mm3. Foram realizadas 22 quantificações de carga viral em crianças menores que dois anos de idade com a finalidade de auxiliar no diagnóstico.
CONCLUSÕES:
A maioria (350 – 66,9%) das mulheres HIV positivas atendidas no LEPAC, estão na faixa etária (20 a 39 anos) que pode ser considerada como a mais fértil, enquanto que a maioria (431 – 67,0%) dos homens está numa faixa etária (30 a 49 anos) mais alta, sugerindo que a transmissão heterossexual é uma forma importante de contágio nas mulheres. Ao compararmos os resultados dos pacientes analisados com os dados do Ministério da Saúde para o ano de 2003, verificou-se que o número de mulheres com idade superior a 40 anos (135 – 25,7%), foi mais que duas vezes superior, demonstrando que as mulheres da macro-região noroeste do Estado do Paraná estão se infectando mais tardiamente do que ocorre no resto do país. A maioria dos pacientes que realizaram a contagem de células T CD4+ apresentaram contagem superior a 200 células/mm3 (74% - 1985 contagens de células T CD4+). De acordo com esses resultados acredita-se que os pacientes estejam controlando bem a doença devido, provavelmente, a uma boa aderência terapêutica.
Palavras-chave:  HIV/AIDS; Células T CD4+; Carga viral.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004