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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 14. Ensino Superior
TENSÕES INSTITUCIONAIS E TRABALHO ACADÊMICO: A EXPERIÊNCIA DA UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL – CAMPUS DE VACARIA.
Clenia Maria Zanella 1   (autor)   vmoschen@ucs.br
Valquíria Moschen 1   (colaborador)   vmoschen@ucs.br
1. Depto. de Ciências da Educação, Universidade de Caxias do Sul - UCS
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho estudou a questão da Universidade, sua história, trajetória da sua origem até os dias atuais, procurando examinar a evolução da educação e da sua organização, em suas vinculações com a sociedade brasileira; análise dos problemas que influenciam a sua criação, passando pela questão da ordenação legal e de aspectos que interferem direta ou indiretamente para que os objetivos da universidade sejam ou não atingidos, alguns dos quais não possibilitam a plena realização do conceito universidade, que traz como conteúdo básico o tripé: ensino, pesquisa e extensão. Este estuo objetiva refletir a universidade com relação aos problemas que enfrenta, desde a burocracia que emperra as suas funções, controla as suas atividades e estrangula aquilo que denominamos autonomia, esta entendida como o direito à criação no espaço-tempo universitário; até sua reconceitualização, propondo uma universidade aberta que exercite prioritariamente a pesquisa e a produção.
METODOLOGIA:
Esta pesquisa envolveu estudo teórico e de campo. O estudo teórico refere-se basicamente a pesquisa bibliográfica e o estudo de campo relativo ao Campos Universitários de Vacaria, tratando-se por isso de um Estudo de Caso, pois com base nela torna-se possível uma maior flexibilidade teórico-metodológica. Nosso trabalho constitui-se numa pesquisa de cunho qualitativo e buscou combinar a análise de entrevistas realizadas com professores de diversas disciplinas, através de um roteiro, com questões que problematizaram a universidade.
RESULTADOS:
O nosso desafio foi pesquisar e compreender que papéis tem exercido até hoje a educação Superior no seu contexto e como é sua atuação; que tipos de instituições temos, se voltadas para a burocracia como fim, cumprindo um papel pré-determinado ou se inserindo na comunidade com autonomia e responsabilidade, objetivando seu conhecimento e repensando o papel que possa vir a cumprir nas próximas décadas-milênios. A luta pela autonomia didática vem de longa data. A autonomia requer vivência, experiência e participação; ao contrário da burocracia, que é incompatível com a atividade intelectual e com a criação. Um dos entraves da Universidade hoje, que dificulta sua autonomia e, consequentemente prejudica a produção do conhecimento, é departamentalização; a separação das disciplinas em departamentos estanques que não permite o trabalho interdisciplinar.
CONCLUSÕES:
A nossa realidade de Instituição de Ensino Superior privada que prioriza a função ensinante em detrimento das demais, onde os investimentos para a pesquisa são escassos e onde a grande maioria dos alunos precisa trabalhar para custear seus estudos, dificulta a participação em projetos de pesquisa que exijam disponibilidade de tempo. Isso ocasiona uma formação incompleta, pois o mercado esta a exigir um profissional que atenda suas demandas e mudanças. A autonomia, antes de ser uma exigência formal, é uma condição necessária para que as funções não sejam atrofiadas e para que não percam-se as motivações básicas que impulsionam o ensino e a pesquisa. A autonomia é essencial para que a Universidade realize suas funções, fins, objetivos, sua natureza, compromisso profissional e responsabilidade acadêmica e social. O objetivo da autonomia é assegurar liberdade de crítica e a produção do conhecimento; quanto mais ela produzir, mais autônoma será. Só há uma saída para buscar desenvolver a autonomia: através da produção do conhecimento, da participação, da socialização, da produção e do trabalho interdisciplinar
Palavras-chave:  Educação; Ensino; Superior.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004