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C. Ciências Biológicas - 2. Biologia - 1. Biologia da Conservação
COMBATE AO COMÉRCIO ILEGAL DA FAUNA MARANHENSE
Éville Karina Maciel Delgado Ribeiro 1   (autor)   evillekarina@bol.com.br
Fernanda Rodrigues Fernandes 1   (autor)   fernandafernandes@hotmail.com
Gisele Barreto Moreira 1   (autor)   agape_g@hotmail.com
João Carlos Lopes Costa 1   (autor)   chironius@uol.com.br
Marcos Antonio Marques da Silva 1   (autor)   marcosufma@bol.com.br
Monique Raquel Costa Godinho 1   (autor)   moniqueraquel@hotmail.com
Suzanna de Souza Silva 1   (autor)   suzannasousa@hotmail.com
Silvio Gomes Monteiro 2   (orientador)   
Manuel Alfredo Medeiros 3   (orientador)   alf@elo.com.br
1. Departamento de Biologia, Bolsista PET/SESu/MEC – UFMA
2. Prof. Dr. do Depto. de Biologia – UFMA
3. Prof. Dr. do Depto. de Biologia, Tutor do PET - Biologia - UFMA
INTRODUÇÃO:
O Estado do Maranhão representa uma transição entre a floresta amazônica e o agreste nordestino e, no seu extenso território, uma variedade de ambientes se distribui, formando um mosaico de ecossistemas que inclui uma diversidade singular de vegetais e animais. O território do Estado possui florestas tropicais, cerrado, mata dos cocais, campos alagados, manguezais, extensa faixa de restinga e dunas litorâneas. A enorme variedade de animais que habitam estes ambientes torna o Estado um alvo importante para os contrabandistas de animais silvestres. De fato, nos últimos anos, várias apreensões de grandes quantidades de aves e mamíferos capturados ilegalmente foram registradas pelas autoridades competentes. Porém, é provável que estes exemplares apreendidos representem apenas uma pequena parcela do montante de animais que sai ilegalmente do Estado todos os anos para abastecer o lucrativo mercado negro de animais selvagens destinados a tornarem-se bichos de estimação de colecionadores ou a serem expostos em zoológicos ou exposições particulares no exterior. O PET - Biologia (Programa de Educação Tutorial do Curso de Ciências Biológicas - UFMA) pretendeu, com este trabalho, colaborar na prevenção a este comércio, por meio de uma campanha de esclarecimento junto à população de São Luís, a qual possuiu repercussão em todo o Estado por ter sido veiculada pelos meios de comunicação. Elaborou-se também um estudo sobre a conscientização atual da população acerca da questão.
METODOLOGIA:
O método utilizado foi a aplicação de um questionário simples, de múltipla escolha, contendo 7 perguntas, em uma amostra representativa de 305 pessoas, tomada na orla marítima de São Luís (ponto de comércio de animais silvestres), em um dia de movimentação, onde podiam ser encontradas pessoas das várias classes sociais e diferentes níveis de escolaridade.
RESULTADOS:
Dentre as pessoas consultadas, 69% afirmaram conhecer o significado de animais silvestres enquanto 31% não o conheciam. Quando questionados sobre o significado de comércio ilegal de animais silvestres, 76% afirmaram que conheciam, enquanto 24% desconheciam seu significado. 15% das pessoas já compraram animais silvestres enquanto 85% não. 37% das pessoas criariam animais silvestres e 63% não criariam. 92% das pessoas afirmaram ter conhecimento da proibição de compra e venda de animais silvestres e 8% desconheciam. 75% das pessoas consultadas denunciariam pontos de venda de animais silvestres, enquanto 25% não denunciariam. Se pretendessem denunciar a venda de animais silvestres, 49% denunciariam ao IBAMA, 45% não souberam ou não responderam, 3,3% denunciariam à Polícia, 0,9% denunciariam ao Ministério Público, 0,45% ao Batalhão Florestal, 0,45% à Secretaria do Meio Ambiente, 0,45% ao Estado e 0,45% ao Órgão Federal responsável (sem conhecimento de qual órgão).
CONCLUSÕES:
O nível de conscientização observado para a população de São Luís, segundo os dados levantados na pesquisa, é satisfatório sobre a questão da ilegalidade do comercio da fauna silvestre. Porém, uma parcela expressiva ainda se mostra indiferente às implicações deste tipo de prática. Isto é preocupante justamente pela importância que o Estado do Maranhão tem como fonte abastecedora do mercado negro de animais capturados na natureza. Assim, parece necessário um maior trabalho de conscientização nas escolas e população em geral. É aqui sugerida uma maior aplicação de informações de conscientização principalmente no ensino fundamental, quando os indivíduos estão em franca fase de formação da personalidade moral e, por isso, mais abertas à incorporação de uma mentalidade sólida que se contraponha a práticas como a degradação da natureza e a captura e obtenção de lucro com elementos da fauna silvestre, que são patrimônios do país e da humanidade e devem ser respeitados e mantidos em seu próprio meio natural, inclusive para a manutenção do equilíbrio ambiental do qual o homem depende para sua própria sobrevivência.
Instituição de fomento: PET/SESu/MEC – UFMA
Palavras-chave:  Biologia da conservação; fauna maranhense; comércio ilegal.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004