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E. Ciências Agrárias - 2. Engenharia Agrícola - 3. Engenharia Agrícola
BALANÇO HÍDRICO E COEFICIENTES DE CULTIVO PARA CAFEEIROS EM FORMAÇÃO
Danilton Luiz Flumignan 1   (autor)   daniltonlf@pop.com.br
Rogério Teixeira de Faria 2   (orientador)   rtfaria@iapar.br
Eduardo Yasuji Chibana 3   (colaborador)   echibana@iapar.br
1. Bolsista do CNPq/PIBIC no Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR, Londrina/PR
2. Pesquisador da Área de Engenharia Agrícola do IAPAR, Londrina/PR
3. Bolsista do PNP&D/Café no IAPAR, Londrina/PR
INTRODUÇÃO:
A quantificação do consumo de água das culturas é fundamental para os diversos campos de aplicação da agricultura. A perda de água de uma superfície vegetada é denominada de evapotranspiração, que corresponde à perda de água por transpiração das plantas e evaporação da água do solo. O coeficiente de cultura (KC) é determinado pela razão entre a evapotranspiração da cultura (ETC) e a evapotranspiração de referência (ET0), o que permite determinar o consumo de água em outras condições e localidades a partir de dados meteorológicos da região. Ambos, ETC e KC, dependem do tipo de cultura e do estádio de desenvolvimento da mesma, além do manejo e disponibilidade hídrica. Nos estádios inicial e final ocorrem baixos valores, visto que o dossel vegetal cobre parcialmente o solo, tornando a evaporação o componente mais importante e praticamente único da evapotranspiração. A chuva ou irrigação tem maior influência no KC em condições de cobertura parcial do solo (no início e final do ciclo da cultura), devido ao aumento da evaporação. Os valores de KC são menores em condições de deficiência hídrica, devido ao decréscimo da transpiração e evaporação. Este trabalho teve como objetivo determinar o consumo de água do cafeeiro em formação na região de Londrina, sob dois regimes hídricos (irrigado e sem irrigação), e também de determinar os respectivos coeficientes de cultivos.
METODOLOGIA:
O estudo foi realizado no IAPAR, em Londrina-PR, em Latossolo Roxo distrófico e clima subtropical úmido (Cfa). Foram usados quatro lisímetros de pesagem cultivados com cafeeiros (Coffea arábica, L.) instalados ao lado da estação meteorológica do IAPAR, com dimensões de 1,4m de largura, 1,9m de comprimento e 1,3m de profundidade. A cultivar foi a IAPAR 59, plantada em outubro de 2002, no espaçamento 2,1 x 1,7m, com duas plantas por cova. Foram irrigados os cafeeiros de dois lisímetros e mantidos sem irrigação os dos outros dois lisímetros. Visando manter o solo com umidade próxima da capacidade de campo, as irrigações foram realizadas com frequência de uma a duas vezes por semana, repondo-se, assim, a umidade perdida no período. Para a drenagem, o sistema de lisímetros contava com dois tanques de armazenamento, ambos suspensos na plataforma do sistema de pesagem, com capacidade total de 0,28m3/. Os valores de ETC foram determinados no período de 01/04/2003 a 31/03/2004 pela contabilidade da entrada, saída e armazenamento de água nos lisímetros, de acordo com a equação de balanço hídrico. A ET0 foi determinada com dados diários da estação meteorológica pelo método Penman-Monteith e KC pela relação entre ETC e ET0.
RESULTADOS:
No inicio do experimento (01/04/2003) os cafeeiros apresentavam cerca de 40cm de altura e índice de área foliar (IAF) de 0,2cm2/cm2 e ao final (31/03/2004) 135cm de altura e IAF de 3,6cm2/cm2. Nos dias mais quentes e ensolarados, os valores de ET variaram entre 4,5 e 7,5mm dia-1 para o tratamento irrigado e entre 2,0 e 4,0mm dia-1 para o tratamento não irrigado. Em dias frios ou com solo seco, foram obtidos valores de ET de 2,0 a 3,5mm dia-1 no tratamento irrigado e de 1,0 a 2,0mm dia-1 no tratamento não irrigado. Nos dias com irrigação, a ET no tratamento irrigado foi elevada, mas decresceu abruptamente nos dias seguintes, igualando-se aos valores de ET do tratamento não irrigado em aproximadamente três dias. Esse decréscimo deveu-se, principalmente, à redução da evaporação, causada pelo rápido secamento da superfície do solo. Na média do período estudado o cafeeiro irrigado evapotranspirou 3,98mm dia-1 contra 2,45mm dia-1 do cafeeiro não irrigado. Sendo a média de ET0 igual a 3,34 mm dia-1, os valores médios de KC no período estudado foram de 1,28 e 0,80, para o cafeeiro irrigado e não irrigado, respectivamente.
CONCLUSÕES:
O sistema de lisímetros foi altamente adequado para medir a evapotranspiração de cafeeiros em condições irrigadas e sem irrigação.
As taxas de evapotranspiração do cafeeiro irrigado foram aproximadamente 63% a mais que o cafeeiro não irrigado, o que se deve principalmente ao fator evaporação, já que períodos de deficiência hídrica foram de curta duração.
Assim como a evapotranspiração, os coeficientes de cultivo KC foram maiores para o cafeeiro irrigado em relação ao cafeeiro não irrigado.
Instituição de fomento: CNPq/PIBIC e PNP&D/Café
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Evapotranspiração; Lisímetros; Café.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004