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F. Ciências Sociais Aplicadas - 5. Arquitetura e Urbanismo - 1. Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo
TRILHAS E CAMINHOS: NO RASTRO DA FORMAÇÃO TERRITORIAL NORDESTINA
Gustavo Baraldi Sobral 1   (autor)   gustavobaraldi@hotmail.com
Maria Angélica da Silva 1   (orientador)   mas@fapeal.br
1. Depto. de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Alagoas - UFAL
INTRODUÇÃO:
Entre os séculos XVI e XVII, durante a permanência dos holandeses no território brasileiro, muitos artistas vindos com a comitiva trazida por Maurício de Nassau retrataram a paisagem nordestina, registrando as transformações das primeiras experiências urbanas realizadas em solo brasileiro.
E é sob o olhar holandês, com base em seus traçados iconográficos, que se dá origem, nesse estudo, a uma investigação que analisa os caminhos e trilhas do território nordestino. Esse trabalho, particularmente, apresenta resultados das análises realizadas na antiga Capitania de Pernambuco, atuais estados de Alagoas e Pernambuco.
Dentre os caminhos, pode-se destacar o chamado Caminho do Conde, objeto de estudo desta pesquisa. Este é expresso graficamente na carta de Marcgrave, e descrito em detalhes no livro de Barleus. Neste sentido o trabalho verteu para a identificação das semelhanças entre os caminhos citados e as estradas atuais.
METODOLOGIA:
A metodologia baseou-se, primeiramente, na coleta e organização de mapas referentes ao território nordestino no período em questão, que representam o Caminho do Conde.
Depois dos levantamentos iniciais, delimitou-se um trecho dentro do contexto da antiga Capitania de Pernambuco.
Com a demarcação do objeto de estudo, levantou-se materiais cartográficos junto ao Departamento de Estradas e Rodagem de Alagoas (DER/AL), que trazem as estradas e caminhos atuais.
A digitalização de todos os mapas e imagens coletadas utiliza as ferramentas CAD. Um trabalho de sobreposição e relação das dimensões das imagens foi executado, garantindo uma análise comparativa mais precisa entre os caminhos coloniais e os atuais.
Em contato com os mapas antigos e atuais foram realizadas comparações entre ambos, levando em consideração o local, as imagens e os elementos naturais.
Leituras referentes à iconografia e cartografia foram realizadas e permitiu um conhecimento mais aprofundado do recorte geográfico. O livro de Barleus serviu como revisão bibliográfica, onde puderam ser adquiridos subsídios para a contraposição das representações iconográficas e as informações escritas sobre o Caminho do Conde, também trabalhadas em outros autores, como Câmara Cascudo em Geografia do Brasil Holandês.
RESULTADOS:
As trilhas vem sendo identificadas como recurso patrimonial a ser investigado com mais atenção. Com essa pesquisa, chegou-se à identificação das principais semelhanças existentes entre os trechos estudados, especialmente o Caminho do Conde, formados no período da colônia e os caminhos e trilhas presentes no território atual.
Como resultado do trabalho, foi produzido um mapa digitalizado que sobrepõe e ressalta as características essenciais dos caminhos existentes no período colonial e a atual situação das estradas nos estados de Alagoas e Pernambuco. Este produto tem o intuito de subsidiar pesquisas mais específicas sobre determinados trechos das áreas estudadas.
Um texto será elaborado com todas as informações e peculiaridades obtidas no recorte geográfico estudado.
CONCLUSÕES:
Existem indícios de semelhanças entre os caminhos representados nas cartas holandesas e as atuais estradas, o que aponta uma permanência dessas trilhas e caminhos. A importância deste reconhecimento mais profundo servirá de subsídios para discussões e debates acerca da preservação do patrimônio histórico.
As pesquisas neste campo auxiliarão em ações de planejamento urbano, possibilitando também ampliar as fronteiras da idéia que tradicionalmente se tem sobre patrimônio histórico.
Portanto, há uma grande possibilidade da valorização desses caminhos identificados, ressaltando seus valores históricos, criando serviços necessários que façam despertar os interesses turísticos, transformando esses caminhos e trilhas, permanentes até hoje, em locais de passeios e recreações interativas e didáticas.
Instituição de fomento: MEC/SESu
Palavras-chave:  Trilha; Patrimônio; Mapas.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004