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D. Ciências da Saúde - 4. Odontologia - 5. Odontologia Social e Preventiva
FLUOROSE DENTÁRIA EM ESCOLARES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE MARINGÁ - PR
Raquel Sano Suga Terada 3, 5   (orientador)   raquelterada@uol.com.br
Marina de Lourdes Calvo Fracasso 4   (colaborador)   
Luciana Orita 1, 2   (autor)   lucyorita@hotmail.com
Kelly Juliane de Souza 1   (colaborador)   kellyjulianes@hotmail.com
Renata Sampaio Silgueiro 1   (colaborador)   renatasampaios@hotmail.com
Helder Orita 1   (colaborador)   helderorita@hotmail.com
1. Acadêmico de Odontologia da Universidade Estadual de Maringá - UEM
2. Bolsista de Iniciação Científica da Universidade Estadual de Maringá - UEM
3. Profª. Drª. do Deptº. de Odontologia da Universidade Estadual de Maringá - UEM
4. Profª. do Deptº de Odontologia da Universidade Estadual de Maringá - UEM
5. Pesquisadora do Deptº. de Odontologia da Universidade Estadual de Maringá - UEM
INTRODUÇÃO:
A fluorose dentária consiste na hipomineralização do esmalte dentário produzida pela ingestão crônica de fluoretos durante o período de desenvolvimento dos dentes. Os sinais clínicos da fluorose variam desde linhas brancas finas que percorrem a superfície do esmalte nos casos leves, até a presença de manchas castanhas e depressões nos casos mais severos que podem vir a comprometer a harmonia do sorriso. Quando administrado em doses ótimas, o flúor possui uma função chave na prevenção e controle da cárie dentária. Entretanto, a associação de diferentes formas de uso de flúor através da água de abastecimento, dentifrícios fluoretados, bochechos, aplicação tópica, suplementos nutricionais, materiais odontológicos e medicamento tem sido apontada como causa do aumento na prevalência de fluorose. Em Maringá, os dados de prevalência e incidência de fluorose dentária não são conhecidos e, na Clínica Odontológica da UEM, alguns pacientes têm apresentado este tipo de hipoplasia de esmalte, o que levantou a hipótese desses pacientes estarem sendo submetidos a uma exposição excessiva de flúor durante a formação dos dentes. Assim, este trabalho teve como objetivo levantar os dados epidemiológicos da prevalência de fluorose em escolares da rede municipal de ensino de Maringá.
METODOLOGIA:
Para a realização deste estudo, o trabalho teve que ser aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Maringá e pela Secretaria de Educação da Prefeitura Municipal. A população estudada foi constituída por 581 alunos, entre 12 e 14 anos, excluindo-se os que faziam uso de aparelho ortodôntico fixo. Aos pais, foi enviada uma carta de consentimento e um questionário com dados relativos ao nascimento da criança. No questionário, foi perguntado se a criança nasceu e sempre residiu em Maringá e se sua água de consumo era proveniente de poço artesiano, torneira / filtro ou água mineral. Também foi questionado se a criança se sentia esteticamente incomodada com as manchas e se gostaria de tentar um tratamento para solucionar o problema. Os exames foram realizados por duas examinadoras calibradas, na própria escola, sob iluminação natural indireta, com escovação prévia dos dentes e secagem durante um minuto pela fricção de uma gaze. A anotação do grau de fluorose foi tomada para as superfícies vestibulares dos quatro incisivos superiores através do Índice de Thylstrup e Fejerskov (ITF). Foi oferecido tratamento para remoção das manchas aos interessados que se sentiam esteticamente incomodados.
RESULTADOS:
Do total de 703 fichas entregues, 21 pais não autorizaram a realização do exame, 58 crianças não estavam presentes no dia do exame e 43 usavam aparelho ortodôntico fixo, sendo excluídas de nossa população. Foram examinadas 581 crianças encontrando-se uma prevalência de fluorose dentária nos incisivos superiores de 10,5%. O grau predominante de fluorose foi o grau 1 (7,05%), seguido pelo grau 2 (2,75%), grau 5 (0,34%) e grau 3 e 4 (0,17%). Verificou-se que 64% dos alunos que possuíam algum grau de fluorose nasceram e sempre residiram em Maringá. No questionário, 42,6% dos pais que possuíam filhos com fluorose nos incisivos superiores, responderam que seus filhos se sentiam esteticamente incomodados com as manchas e 85,2% dos pais gostariam de tentar o tratamento indicado para solucionar o problema estético de seu filho. Com relação a água de consumo, a maioria das crianças examinadas (83,3%) ingerem água da torneira ou filtrada, ou seja, proveniente da água de abastecimento público. Esta prevalência na origem da água de consumo foi observada tanto para as crianças que apresentaram fluorose quanto para aquelas que não apresentaram. Apenas 8,8% responderam ingerir água de poço artesiano e 3,8% água mineral. Três crianças que tiveram interesse em solucionar o envolvimento estético provocado pela fluorose, mediante autorização dos pais, receberam tratamento clínico indicado para remoção das manchas nas dependências clínicas do Departamento de Odontologia.
CONCLUSÕES:
Os dados observados sugerem que a fluorose dentária, por ora, não representa um problema de saúde pública para a população estudada e, diante de graus leves, qualquer tratamento torna-se desnecessário quando o paciente não se sentir esteticamente incomodado com as manchas.
Instituição de fomento: Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica, PIBIC/CNPq-UEM.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  fluorose; flúor; epidemiologia.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004