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G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 11. Psicologia Social
A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO FAIR PLAY
Katia Rubio 1   (orientador)   katrubio@usp.br
Raoni Perrucci Toledo Machado 2   (autor)   raoni13@uol.com.br
Adriano Leal de Carvalho 3   (autor)   adrianolegal@hotmail.com
Dario Aparecido Custódio 3   (autor)   darico@usp.br
1. Profa. Dra. do Depto. de Ped. do Mov. do Corpo Humano, Esc. de Ed. Fis. e Esp. da USP - EEFEUSP
2. Pesquisador do Depto. de Ped. do Mov. do Corpo Humano, Esc. de Ed. Fis. e Esp. da USP - EEFEUSP
3. Graduando do Depto. de Ped. do Mov. do Corpo Humano, Esc. de Ed. Fis. e Esp. da USP - EEFEUSP
INTRODUÇÃO:
O fair play, pode ser definido como um conjunto de princípios éticos que orientam a prática esportiva não só do atleta, como dos treinadores, dirigentes, espectadores e demais envolvidos no espetáculo esportivo. Por vezes, o fair play também é descrito com expressões como “ética esportiva”, “espírito esportivo” ou “jogo limpo”. A grande inspiração do fair play se encontra no espírito cavalheiresco, comportamento social tradicional da aristocracia inglesa que privilegiava a nobreza de caráter, os valores cristãos e humanistas relacionados à época do Renascimento. E foi justamente por esse importante valor cultural que Pierre de Coubertin se encantou, e usou como importante influência sob sua concepção de Olimpismo (Carvalho, 2004). Com o passar dos anos, a prática esportiva foi se alterando como espelho da evolução da própria sociedade. Tais mudanças obrigaram o fair play a ser visto de uma forma diferente, especialmente após fatos como o desenvolvimento do profissionalismo no meio esportivo, onde altos salários e premiações ameaçam ser a grande motivação do atleta para suas conquistas.
METODOLOGIA:
O objetivo deste trabalho é analisar as diferentes faces do fair play no século XX. Para tanto foi feita uma pesquisa com documentos específicos sobre o tema olímpismo, onde buscou-se analisar a evolução e a discussão histórica do fair play. Os apontamentos feitos pelos pesquisadores especializados sobre o tema foram os principais norteadores desta pesquisa. Reunindo as ponderações dos principais especialistas do assunto, pode ser possível sintetizar o comportamento do fair play e seu enquadramento com os padrões em cada momento histórico.
RESULTADOS:
Os dados obtidos apontaram que o fair play tem sofrido inúmeras transformações ao longo dos mais de cem anos de Movimento Olímpico, indicando uma necessária adaptação as mudanças e à evolução da prática esportiva, especialmente no exercício do alto rendimento, onde o profissionalismo há tempos já é uma realidade. Embora o grande idealizador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna – Pierre de Coubertin – acreditasse que o ganho de qualquer espécie de remuneração em troca de alguma vitória ou conquista esportiva fosse uma grande afronta aos ideais olímpicos percebe-se que na atualidade essa condição é hoje apenas um ideal.
CONCLUSÕES:
O fato de o Movimento Olímpico ter criado orientações próprias que direcionam a prática e a compreensão do esporte também influenciou o comportamento do fair play. A transformação das regras e da conduta de atletas, treinadores e espectadores têm atraído a atenção dos mais diversos profissionais do meio científico. E o fair play, mesmo sendo caracterizado por uma abordagem atlética tradicional e normativa, serviu por muitos anos como o grande orientador para os principais personagens da história do esporte, ainda que seu ideal não fosse seguido a todo instante com o rigor desejado. No entanto, é preciso discutir o que busca o Olimpismo atual, principalmente sob a gerência do COI, que hoje é uma grande potência comercial, e portanto dependente de interesses dos meios de comunicação, empresas e demais patrocinadores. Estes novos “sócios” do fenômeno esportivo estão ajudando inclusive a ditar o cumprimento das normas e de outras atitudes vinculadas ao fair play. O desenvolvimento do modelo profissional é entendido como um dos grandes perturbadores do fair play (Marivoet, 1998).
Palavras-chave:  Fair Play; Olimpismo; Historia.

Anais da 56ª Reunião Anual da SBPC - Cuiabá, MT - Julho/2004